A COROAÇÃO DAS MENINAS SUPERPODEROSAS.

 

Seleção americana superou forte marcação holandesa, buscou espaços, triunfou por 2 x 0 e conquistou o título.

 

https://img.fifa.com/LiveBlogging/UploadedMedia/MM/5/7549/F1/EG020324_2019070752107933.JPG

Foto: Getty Images - FIFA

 

O favoritismo da seleção americana confirmou-se no apito final da partida contra a Holanda, no Stade de Lyon, na tarde deste domingo (7). A conquista de mais uma taça não está ligado diretamente ao futebol arte apresentado, mas também ao foco pelo objetivo apresentado pelo elenco durante toda a fase da competição. Com 100% de aproveitamento, as americanas reafirmaram sua qualidade de maneira indiscutível e passam a ostentar com brio quatro estrelas em sua camisa, pelos quatro títulos conquistados. 

O futebol feminino ganhou asas e a seleção americana tem grande influência nisso. Um bom exemplo foi o público presente. 57.900 pessoas estiveram no estádio para assistir de perto a partida que entrou para a história da Copa do Mundo Feminina. 

Fora o título, as maravilhosas americanas receberam quase todos os prêmios ofertados pela FIFA. Megan Rapinoe foi eleita a melhor jogadora em campo, a melhor jogadora do mundial e levou a chuteira de ouro, pela artilharia. Sua parceira Alex Morgan recebeu a chuteira de prata e Rose Lavelle a bola de ouro, como a terceira melhor atleta do mundial. 

Megan Rapinoe tentou descrever como é conquistar o quarto título: "Acho que não posso. É inacreditável conhecer todas as pessoas que contribuem muito nesse grupo. Temos todas as nossas famílias e amigos aqui. É surreal. Não sei como me sentir agora.”

 

https://www.gazetaesportiva.com/wp-content/uploads/imagem/2019/07/07/America15-1024x683.jpg

A deusa Megan Rapinoe com seus prêmio

Foto de Franck Fife - AFP

Megan Rapinoe é a mais antiga artilheira da Copa do Mundo Feminina com 34 anos e dois meses de idade. Seu companheiro de equipe Carli Lloyd foi o recordista anterior na categoria aos 32 anos e 354 dias.

As palavras também faltaram para Alex Morgan: 

"Eu não posso descrever. Esse time é especial. Nós tivemos um caminho difícil para a final. Eu estou apenas orgulhosa deste time. Jill Ellis fez um ótimo trabalho em termos de gerenciar o time, então credite a ela e à equipe por jogar com tanta competência".

A técnica chorava de emoção ao ser abordada por jornalistas e com voz embargada declarou:

"Elas são um grupo incrível de jogadoras e um grupo ainda melhor de pessoas. Eu mal conseguia falar, na roda. Eu apenas disse: 'Vocês são inacreditável. Parabéns. Vocês fizeram história. Aproveitem.'"

Um belo momento foi quando a técnica holandesa Sarina Wiegman levou seu carinho até Ellis pela conquista. Depois do abraço, ela falou aos jornalistas sobre a importância de ter duas treinadoras na final. 

"Eu acho que podemos incentivar as mulheres. Eu sempre digo que preciso ter um bom desempenho, de que posso treinar a seleção. Eu também acho que em outros tempos, as mulheres não eram aceitas no futebol, e agora elas são. Quando você está atrasado, precisa trabalhar mais para conseguir o mesmo nível. Precisamos incentivar mais mulheres a se envolverem no futebol", afirmou. 

 

https://img.fifa.com/LiveBlogging/UploadedMedia/MM/5/7549/F1/RHSL2517_2019070752059597.JPG

A celebração americana

Foto: Getty Images - FIFA

O Jogo

O primeiro tempo foi truncado e a Holanda adotou como tática a marcação cerrada e feita com esmero para evitar os avanços do poderoso trio de ataque das americanas. O temor foi tanto que a técnica Sarina Wiegman mudou a função de três jogadoras e as colocou numa linha de quatro com o intuito de construir uma muralha defensiva. Mesmo assim, às americana encontraram brechas pelos flancos laterais e tiveram oportunidades de abrir o placar, se não fosse a brilhante atuação da goleira Van Veenendaal. 

Na segunda etapa tal marcação deixou de funcionar com tanta eficiência e com a ajuda de Van der Gragt, que acertou Alex Morgan com o pé, veio a dúvida de um possível pênalti para a equipe estadunidense. A árbitra consultou o VAR e assinalou a penalidade máxima, cobrada com exatidão por Megan Rapinoe. Com isso, tornou-se a primeira jogadora a marcar um gol de pênalti em uma final de mundial. 

O tento foi uma lufada de ânimo e o time americano cresceu dentro das quatro linhas e desarmou, desta vez por completo, a marcação adversária. Aos 23, Rose Lavelle pegou a bola no começo do meio campo, subiu veloz e completamente livre, caiu pela esquerda e chutou. Uma belíssima jogada que resultou no segundo gol das americanas. 

A partir daí, as americanas partiram para os contra-ataques frequentes com a participação de Rapinoe, Morgan, Lavelle, Heath e a goleira norueguesa ficou sem tempo para respirar entre uma defesa e outra. Domínio absoluto do melhor ataque do mundo. 

 

Carla Andrade