A DEPENDÊNCIA TÉCNICA DOS TITULARES
Fluminense perdeu por 3 x 2 para o Bahia em noite onde o árbitro teve atuação questionável
(Foto: Lucas Merçon)
O time mostrou uma clara dificuldade nas saídas de bola, fator primordial dentro do esquema de Fernando Diniz, e assim passou os primeiros 45 minutos sem conseguir subir para o ataque. Foi aquela troca de passes para lá de improdutivas. Atuaram sem seguir as regras do esquema tático que o técnico propõe. O cenário mudou no segundo tempo. Antes de entrar neste ponto, falemos da primeira etapa.
A ausência de Allan e Ganso, um suspenso por cartão e outro poupado, no meio campo deixou Danielzinho sem um parceiro para concatenar as jogadas, principalmente nas saídas de bola, marca registrada do esquema tático de Fernando Diniz. Yuri estreou no time titular num jogo difícil, sem o entrosamento ideal com os companheiros, o que pôde ser avaliado desde os primeiros minutos. Por sua vez, Léo Arthur não conseguiu substituir Ganso com eficiência e enfatizou, mais uma vez, a dependência técnica dos titulares.
O primeiro tento veio depois da batida de escanteio do Fluminense, aos 15 minutos, onde o atacante Gilberto recuperou a bola e organizou uma jogada que culminou no chute rasteiro de Artur no canto esquerdo do goleiro Agenor.
Três minutos depois, o Fluminense criou uma das poucas jogadas contundentes do primeiro tempo. Com o intuito de travar o avanço de Yony González, Nino Paraíba o derrubou na grande área e o juiz assinalou pênalti, impiedosamente convertido pelo artilheiro Pedro.
O próximo lance retrata a falta de maturidade do elenco, como um todo, em insistir nas saídas de bola com o pé ou toques curtos. Exemplo deste jogo foi o lance envolvendo Agenor e sua opção equivocada de driblar o atacante Gilberto ao invés de optar por um chute longo, resultando num gol melancólico.
Fernando Diniz foi inteligente nas substituições na segunda etapa, com a entrada de Ganso e Marcos Paulo na vaga de Léo Arthur e Yuri. Com isso, tirou todos os volantes e deixou o time muito mais ofensivo que partiu destemido para o combate. A impressão que se deu foi que não estávamos com um jogador a menos.
Um lance de Yony Gonzáles durante a partida
(Foto: Lucas Merçon)
O elenco ditou o ritmo e controlou a partida até que, aos 23 minutos, Gilberto, do Bahia, pediu a marcação de um pênalti dentro da área e o VAR foi acionado. Igor Junio Benevenuto de Oliveira marcou a penalidade, cobrada pelo atacante, e Agenor defendeu. Novamente o VAR entrou em ação e o árbitro determinou nova cobrança e expulsou o arqueiro alegando que este saiu adiantado. O elenco do tricolor carioca tentou argumentar e de nada adiantou. O reserva Rodolfo entrou em campo completamente frio com a missão de defender a nova batida de Gilberto. Falhou e o Tricolor de Aço ampliou o marcador.
O Fluminense diminuiu aos 34 minutos quando João Pedro aproveitou a falha do goleiro Douglas, que deu um rebote para que Ganso colocasse a bola nos pés do atacante. Com o tento, o adversário retrancou por completo e passou a jogar próximo da sua área, sem tentar ataques. A equipe bem treinada de Roger Machado fez o que era de se esperar, segurou a vitória.
No final da partida, Fernando Diniz declarou, aos jornalistas, que sua equipe teve uma boa postura e mereceu um melhor resultado.
“Não é fácil jogar aqui e tivemos apenas um dia de recuperação. Por isso, minha decisão de poupar jogadores. O Fluminense se portou bem e mereceu a vitória, mas futebol não tem justiça. Fiquei contente com a postura da equipe, enquanto esteve com dez homens em campo, não se acovardou em nenhum minuto, poderia até ter empatado o jogo”, avaliou.
O técnico também fez sua análise sobre a decisão de Agenor no lance que resultou o segundo gol da equipe baiana.
“Foi uma decisão pessoal e ele é um goleiro que está muito bem treinado, seguro e a gente não vai colocar responsabilidade do resultado do jogo em cima de uma pessoa só. Voltamos melhor no segundo tempo, tivemos chances de empatar e se continuasse onze contra onze, poderíamos conseguir o empate ou até vencer a partida”, afirmou.
Outro ponto comentado durante a entrevista foi a atuação da equipe de arbitragem. Diniz fez questão de ressaltar que a seu ver, não houve pênalti e que a “sequência de interferência do VAR no jogo tirou o foco do duelo”.
“A única coisa que questionei foi a origem desse pênalti, foi uma falta claríssima em cima do Pedro, foi a única reclamação que fiz e levei cartão amarelo. No fim do jogo, fui falar do que aconteceu e levei o cartão vermelho, me senti lesado e prejudicado”, contou.
O elenco agora volta os olhos para o confronto de volta diante do Atlético Nacional (COL), pela segunda fase da Copa Sul-Americana, nesta quarta (29), às 21h30 de quarta-feira (29), em Medellín.
Carla Andrade