A EMOÇÃO DO PENTA SEGUE A MESMA

Foto: UOL ESPORTE

 

O Penta está completando a maioridade e para matar a saudade do futebol em meio a quarentena, no clássico horário das 16 horas a Rede Globo reexibiu a final do Mundial de 2002. Sentimento à flor da pele, emoção pura e a saudade do grito de gol, silenciado há um mês pelo coronavírus, teve um pouco de alento com o brilho de Ronaldo Fenômeno.

 

Sei que a maioria das pessoas não entendem e  até acham bobeira, comemorar um título conquistado a tanto tempo e gritar gol 18 anos depois, mas para quem é apaixonado pelo futebol, tudo isso tem um significado único. 

 

Quando a música que anuncia o futebol na Globo começou a tocar, o coração bateu mais forte. A voz do Cléber Machado e do Galvão Bueno, trouxeram um turbilhão de sentimentos e foi difícil segurar as lágrimas. Todos repetiam que saudade do futebol…

 

A Seleção chegou à decisão invicta. Largamos na competição com vitória diante da Turquia por 2 a 1; goleamos a China por 4 a 0 e fechamos a fase de grupos, vencendo a Costa Rica por 5 a 2. A Bélgica foi a adversária das oitavas e mais uma vez vencemos:  2 a 0. Nas quartas, veio a favorita Inglaterra, que voltou para a terra da rainha com uma derrota por 2 a 1, na mala. A Turquia reapareceu bem diferente em nosso caminho na semifinal, mas saiu novamente derrotada,desta vez por 1 a 0.

 

No dia 30 de junho, a família Scolari foi a campo buscar a quinta estrela com: Marcos; Lúcio, Edmílson e Roque Júnior; Cafu, Gilberto Silva, Kléberson, Ronaldinho e Roberto Carlos; Rivaldo e Ronaldo. O Brasil tinha um verdadeiro timaço e as quase 70 mil pessoas presentes no estádio Yokohama no Japão, e os brasileiros que madrugaram para acompanhar o torneio, viram um show de R9 selar o Pentacampeonato.

 

Ronaldo é o nome dele! Foto: Globo Esporte

 

Dois gols de Ronaldo que calou a boca do mundo todo com sua genialidade dentro das quatro linhas e  com a ousadia do corte "a lá Cascão'. Cinco estrelas na camisa canarinho e a hegemonia no futebol, sagrada de maneira invicta e só com vitórias!

 

Foi de arrepiar, de fazer pensar mais uma vez em não ver a hora de tudo isso passar e podermos novamente ouvir o apito do árbitro seguido pela frase "rola a bola no estádio". 

 

O grupo das colunistas foi a loucura! Todas relembrando a infância, o que estavam fazendo e repetindo a sensação gostosa de nostalgia. E você leitor, o que estava fazendo no dia da grande final? Como se preparou para o jogo?

 

"Eu tinha 15 anos e já era apaixonada pelo futebol. Lembro que acordei todas as madrugadas para assistir aquela Copa. Me reuni com a turma do colégio na época, acordei cedo naquele domingo frio de Curitiba, vesti minha amarelinha e fui assistir. Fiquei nervosa demais, mas após o segundo gol do Fenômeno, pude comemorar e respirar aliviada. Chorei, gritei, pulei... O centro da cidade parou, muitas bandeiras e buzinas. Fogos e mais fogos. Foi uma festa linda! Éramos (e somos  até hoje), a ÚNICA seleção a ter cinco estrelas na camisa! Tem que respeitar a seleção Brasileira", relatou a colunista coxa-branca Viviane Mendes.

 

Acordar na madrugada foi fácil para você? Preparou a decoração, vestiu a amarelinha? Se sim, vai se identificar com o relato de Rayssa Rocha, colunista do América-MG:

 

"A Copa de 2002 foi uma festa do início ao fim, principalmente devido à frustração da Copa anterior. Eu tinha oito anos e vi o Brasil levar aquela surra dos franceses depois de toda a caminhada até a final. Quatro anos depois, tudo era diferente. A Copa no Japão e na Coréia do Sul trouxe muitos desafios para nós, brasileiros. Pessoas diferentes, idiomas que não conhecíamos, fuso horário quase oposto. Nada disso nos impediu de acompanhar os sete jogos mais decisivos de 2002. O jogo mais marcante para mim foi contra a Inglaterra, nas quartas de final. Um jogo que começou 3h30 da manhã e lembro que fiquei na missão de acordar meu pai para assistir. Ele duvidou que eu iria conseguir acordar de madrugada, mas agradeceu depois do jogo, da classificação para a grande final contra a Alemanha e por assistir uma obra prima na cobrança de falta do Ronaldinho Gaúcho".

 

E quem não viveu o grande momento, como se sentiu vendo a partida na íntegra? Nossa caçulinha Maria Luiza Rios, relatou a emoção:

 

"Para alguém que já viu o penta pode ser emocionante relembrar como foram os sentimentos daquela manhã, mas e quem não havia nascido? 

Eu nasci no ano do pentacampeonato e ouvi os gritos de Galvão Bueno de dentro da barriga de minha mãe. A quarentena me deu a oportunidade de sentir como o dia 30 de junho foi para nação brasileira. Foram lágrimas do início até o fim da partida e agora pude sentir como foi participar dessa conquista tão importante para nós".

 

O futuro ainda é incerto e não sabemos se a temporada será retomada. Vivemos tempos de aprendizado, principalmente com erros do passado. Valorizar cada vitória, cada glória e reviver momentos tão únicos, diminuem a sensação de "estar órfão", do esporte mais amado do mundo! Já que grandes momentos continuarão sendo reapresentados, que tal aproveitar, conversar com os amigos pelo grupo, reviver a sensação daquele dia, contar a história a quem não viveu aquela emoção? Vamos juntos - cada um da sua casa, mostrar a força do futebol!


 

Por Mariana Alves

 

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Blog Mulheres em Campo.