A RESPOSTA AMERICANA DENTRO DAS QUATRO LINHAS

 

Seleção dos EUA ditam o ritmo da partida e vencem a Suécia, por 2 x 0, com gols de Horan e Heath, em partida realizada na última quinta (20), em La Havre.

 

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Foto: Divulgação FIFA

 

As suecas provocaram as americanas durante a semana antes do jogo e parece que o efeito foi reverso, já que em campo quem mandou foram as melhores do mundo. A resposta foi dada com elegância na vitória e, consequentemente, a classificação em primeiro lugar no Grupo F, com 100% de aproveitamento.

 

Pela primeira vez na história da Copa do Mundo Feminina, a seleção dos Estados Unidos completou a fase de grupos sem sofrer um único gol e bateu o recorde de mais tentos marcados ao longo de uma única fase de grupos, 18.

 

A equipe comandada por Jill Ellis entrou em campo determinada e aos dois minutos abriram o placar com um escanteio batido por baixo, Mewis fez o corta-luz e Horan apareceu livre, leve e solta na pequena área para marcar. Tudo facilitado por um erro infantil na defesa sueca, para o gol ter um sabor mais gostoso. O lance foi avaliado pelo VAR, por conta de posicionamento, e foi validado.

 

Foi um baque para as jogadoras da Suécia, que perderam a noção do futebol e abriram todos os espaços para a entrada das adversárias em seu campo de defesa. As americanas jogaram livremente e criaram uma jogada ofensiva após a outra, com muita liberdade pelos flancos laterais, sem marcação alguma. Quem trabalhou por demais foi a arqueira Lindahl.

 

Com uma linha de marcação bastante eficiente e compacta, as americanas dificultaram ao máximo as entradas suecas, que foram esmagadas em sua defesa. Somente aos 15 minutos, elas conseguiram chutar a gol. O relógio corria e Rapinoe subia livre pelas laterais e, aos 22, ela chutou forte e a bola bateu na rede pelo lado de fora, dando um susto na goleira.

 

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As suecas depois do jogo

Foto: Divulgação FIFA

 

O técnico sueco, Peter Gerhardsson percebeu o desalinho de sua equipe e tratou de adiantar suas linhas de marcação no intuito de melhorar o desempenho. Pouco adiantou. Os Estados Unidos continuou a caprichar nos passes e, com muita bola no pé, mostrou seu poderio ofensivo num ataque formado por sete jogadoras num entrosamento sublime. A Suécia continuou perdida em campo.

 

Com o estilo defende e ataca, Horan fez belas distribuições das bolas pelas laterais e buscou jogo desde o esquema defensivo, assim como Rapinoe com sua impressionante velocidade e muito bem colocada no ataque pelo lado esquerdo.

 

A segunda etapa começou com a experiente Carli Lloyd, eleita duas vezes a melhor do mundo, no lugar de Alex Morgan, que fechou o primeiro tempo mancando. Uma troca que apimentou o ataque americano. Aos quatro, surgiu uma jogada bem trabalhada finalizada em Heath, que cortou para o pé direito e chutou cruzado para fazer o segundo gol. Novamente, o VAR foi acionado para que a posição de Lloyd fosse verificada. Quatro minutos para validar o tento.

 

O placar norteou o resto do jogo e o cenário se manteve com as americanas na pressão e as suecas em busca do prejuízo com um pouco mais de efetividade. Ambas as equipes fizeram alterações e algumas boas jogadas foram criadas, mas nada mudou o placar final.

 

No final da partida, Peter Gerhardsson, treinador da Suécia afirmou ter usado uma formação especial para preservar suas titulares dos próximos jogos.

 

“Foi difícil fazer essa seleção porque havia muitos parâmetros a serem considerados. Temos controle completo de todas as jogadoras em conjunto com a equipe médica. Sabemos da partida eliminatória na segunda-feira e esse é o jogo mais importante. Quando olhamos para o plano de jogo, não pensávamos de antemão que era importante terminar em primeiro ou segundo lugar. Sabíamos que não haveria muito tempo entre os jogos, então essa foi minha prioridade número um quando escolhi minha formação”, pontuou.

 

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Tobin Heath foi eleita melhor jogadora da partida

Foto: Divulgação FIFA

 

Do outro lado, Jill Ellis fez questão de dar um aperto de mão no técnico sueco e afirmou estar bastante satisfeita com o desempenho de suas meninas.

“Tivemos muitos bons desafios contra um adversário de qualidade com um ótimo jogo de transição. Alyssa teve que subir grande. É um bom desempenho e queríamos continuar a criar impulso. Temos coisas em que trabalhar para nos certificarmos de que estamos mais próximos do jogo, e as jogadoras sabem disso. Foi um jogo rival e achei que grupo mostrou uma grande mentalidade”, declarou.

 

Sobre Alex Morgan e Julie Ertz na condição de lesionadas, Ellis foi pontual: "Alex deu uma pancada no primeiro tempo e Julie tem uma contusão no quadril. É um jogo de risco zero em termos de ter jogadoras disponíveis para o próximo duelo. Ambas vão passar por tratamento intensivo. Vamos aguardar.”

 

Eleita pela FIFA como a melhor em campo, Tobin Heath ficou feliz com o prêmio e destacou a importância do elenco ter conquistado o recorde de vitórias sem levar gols.

“É um enorme prazer ter resultado do que estamos tentando fazer ofensiva e defensivamente. Nós falamos sobre a ideia de defesa de 360 ​​graus onde todos estão se defendendo. Alyssa foi fantástica hoje. Nossa capacidade de gerar pressão e a maneira como todas jogaram foi de muita qualidade”, frisou.

 

Os EUA terminam no topo do Grupo F com três vitórias durante a fase de grupos e enfrentará a Espanha nas oitavas de final, na segunda (24), em Reims, às 18h. A Suécia terminou em segundo e duelará com o Canadá, na segunda (24), em Paris, às 21h. Tanto o Chile quanto a Tailândia foram eliminados da competição.

 

Carla Andrade

Elluh Ferreira