A RODADA DO SONO
Que saudade do ataque dos 100 gols, porque o que temos hoje é o ataque dos “SEM gols”.
Está sofrida a linha atacante de raça. Borja e Carlos Eduardo nos fazem voltar à época das vacas magras, e sentir falta de um centroavante de verdade. Coisa que sejamos sinceros, nenhum dos dois é.
Ricardo Goulart finalmente estreou, e até deu um bom passe para Borja que chutou livre na área, mas desta vez o mérito foi do goleiro Tadeu, que fez uma bela defesa.
O jogo foi truncado, o Palmeiras criou poucas chances mas marcou bem a dona da casa. A Ferroviária iniciou a partida mantendo a posse de bola por mais tempo, enquanto o Verdão não conseguiu pressionar, tendo uma atuação morna e pra lá de discreta. A melhor chance alviverde foi terrivelmente desperdiçada por Carlos Eduardo, que perdeu uma oportunidade em que não tinha marcação e mandou a bola pra fora.
Carlos Eduardo disputa com Borja quem perde as melhores chances de gol. (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)
Já não bastasse nossa trágica falta de ataque, Felipe Pires, que entrou no segundo tempo no lugar de Carlos Eduardo, se lesionou e pode ser desfalque por 30 dias. Nos seis minutos que esteve em campo, mostrou mais disposição e futebol que os dois que iniciaram jogando. A velocidade de Felipe chegou a desconcertar e desesperar a defesa da Ferroviária. Foi parado apenas pela dura falta, e teve que sair de campo por ter lesionado o tornozelo direito, forçando Felipão a colocar Goulart no time.
Mas a tarde ontem não estava mesmo das melhores, o Verdão estava apático e pouco assustou o adversário, assim como também pouco teve trabalho em sua área. Dudu foi o único que manteve seu padrão, mas jogar sozinho não dá né. O baixola como sempre correu, deu passes e municiou o ataque, mas Borja e Carlos Eduardo estavam inspirados para errar. Não conseguimos sair do 0 a 0.
Uma das cenas bizarras envolvendo o colombiano foi de Lucas Lima tomando a bola pra não deixar morrer um contra-ataque. Roubada de bola que também não deu em nada, a não ser sono em que estava assistindo.
A coisa estava tão feia lá na frente, que Gustavo Gómez e Luan saíram das profundezas da zaga para tentar marcar pelo menos um golzinho. Foram duas cabeçadas certeiras, mas mais uma vez o goleiro adversário trabalhou bem. Por falar em goleiros, se a linha de frente estava ruim, o meio-campo e a zaga estava contendo bem as investidas. Jailson mal foi acionado, teve apenas dois lances de perigo em que foi mais exigido: uma bomba de fora de área, que precisou se esticar para defender; e um chute forte, que espalmou para linha de fundo.
Uma das boas chances do Palmeiras teve que sair da cabeça do zagueiro Gustavo Gómez. (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)
Com esse empate morno, o Verdão chega a 14 pontos e mantém a liderança do grupo B. O próximo confronto será contra o Santos, em casa, no sábado (23) às 19h.
Esperamos um Palmeiras igual aquele que enfrentou o Bragantino: com raça e buscando jogo, afinal, esse clássico queremos ganhar.
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Por Vânia Souza