Alegria, decepção e muitas lágrimas
Gol contra nos últimos minutos mudou por completo a história do Marrocos na Copa
Foto: Getty Images
O resultado final de um jogo de futebol é sempre uma incógnita, ainda mais se tratando de uma competição desta magnitude. O Marrocos jogou noventa minutos com disposição, teve 66% de posse de bola e, mesmo não conseguindo furar a marcação defensiva do Irã, administrou o empate de 0 x 0. Até que, aos 49 minutos, dentro dos acréscimos do segundo tempo, após cobrança de falta pela esquerda, o atacante Bouhaddouz cabeceou a bola, na tentativa de defender, e marcou um gol contra.
Depois de 18 jogos invicto, o Marrocos marcou um tento que poderá custar muito caro. A euforia da festa feita pelos marroquinos presentes no Estádio Krestovsky, em São Petersburgo, foi interrompida. Em seu lugar, veio o pesar e a expressão de desalento foi impressa nos rostos de torcedores e toda a delegação. O goleiro El Kajouri abaixou a cabeça e a balançou por não conseguir acreditar em tamanho revés. Bouhaddouz saiu de campo aos prantos, inconsolável.
A dor depois do gol
Foto de Christophe Simon - AFP
A qualidade individual dos jogadores ajudou por demais a garantir o empate que renderia um ponto. Tratando-se de um grupo com Espanha e Portugal, um empate poderia ser considerado uma vitória. Méritos do meio de campo reforçado pelo técnico Herve Renard.
O Marrocos imprimiu o ritmo no primeiro tempo, pressionou e criou boas chances de gol na partida. Aos 18 minutos, após lançamento na área, a bola sobrou para o zagueiro Benatia, que chutou em cima do goleiro Beiranvand. Trocaram bem os passes e com 29 minutos veio nova chance de abrir o placar. Harit tabelou pela esquerda, invadiu a área, mas chutou fraco e o arqueiro iraniano defendeu. No final do primeiro tempo, em contra-ataque rápido, Azmoun, conhecido como “Messi iraniano”, carregou a bola até a entrada da área, mas errou na finalização.
O goleiro El Kajoui saiu de campo abalado
Foto: Getty Images - FIFA
O elenco marroquino manteve o volume de jogo na segunda etapa e buscou de todo o jeito burlar a forte marcação, apostando num possível erro do adversário. No entanto, a fórmula deixou de funcionar em função da quantidade excessiva de faltas e dos inúmeros erros de passes de ambas as equipes. Na tentativa de aparar as arestas, o técnico Hervé Renard fez duas substituições e colocou o atacante Bouhaddouz e o armador Sofyan Amrabat em campo. Infelizmente, o destino final da partida já estava traçado pelos Deuses do Futebol.
O Marrocos tentará correr atrás do prejuízo em seu próximo duelo, contra a seleção de Portugal, de Cristiano Ronaldo, na próxima quarta, às 9 horas, em Moscou.
Carla Andrade