AMERICANAS CELEBRAM FINAL COM CHÁ INGLÊS

Seleção americana venceu a Inglaterra, por 2 x 1, e garantiu sua vaga na grande final do mundial com exibição digna das melhores do mundo. 

(Foto: Getty Images - FIFA)

 

A partida da semifinal entre os Estados Unidos e Inglaterra foi verdadeiro deslumbre pelo futebol arte apresentado pelas duas equipes, determinadas e valentes no gramado do Stade de Lyon. No entanto, prevaleceu a soberania americana no duelo, comandado pela arqueira Alyssa Naeher, com suas defesas extraordinárias incluindo um pênalti, e as atacantes Christen Press e Alex Morgan, autoras de um gol cada uma.  

O triunfo colocou a equipe americana na final da Copa do Mundo de Futebol Feminino e garantiu novo recorde de vitórias consecutivas, 11, e por jogos invictos, 16, na competição. Cabe destacar que o jogão de bola teve um trio de arbitragem brasileiro, com Edina Alves como árbitra e Neuza Back e Tatiane dos Santos como assistentes. 

A festa foi uma celebração em dose dupla para a atacante Alex Morgan. Foi seu aniversário de 30 anos e, além da classificação, ganhou de presente a oportunidade em marcar um dos gols da vitória. A bela provocou as inglesas ao simular que tomava um chá na comemoração do tento. Ela pode. No final do jogo falou sobre sua satisfação pelo feito e destacou a primorosa atuação da goleira americana aos jornalistas. 

"Alyssa Naeher foi extraordinária em campo e salvou nossas vidas, merece ser eleita a melhor da partida. Precisávamos manter nossa defesa no final e fizemos isso muito bem. Estou muito orgulhosa com a atuação das jogadoras que disputaram a partida. Nosso banco é tão bom quanto a equipe titular e mostramos isso em campo. profundo e mostramos isso hoje à noite. O que pode ser maior do que isso?”, declarou. 

Alyssa Naeher foi gigante e tornou-se a primeira goleira americana a defender um pênalti dentro da competição. Suas defesas impecáveis e a postura aguerrida dentro das quatro linhas foram motivo de orgulho da treinadora Jill Ellis, que também conversou com a imprensa depois do confronto.

"Fico sem palavras para traduzir o quanto me orgulho. Foi um esforço tão grande de todas e é assim que meu elenco se destaca. Alyssa teve seu momento mais brilhante no mundial e estou radiante por ela. Quero aproveitar os quatro dias que temos pela frente para comandar os treinos. Temos mais um jogo. Disse isso a elas quando nos abraçamos em roda: “Comemorem, mas mantenham a humildade, pois temos a última batalha”, afirmou.

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Jill Ellis em roda com suas jogadoras no fim do jogo

(Foto: Getty Images - FIFA)

 

A atacante Christen Press foi outra que teve fundamental importância no triunfo e tomou para si a responsabilidade de substituir Megan Rapinoe com talento. Durante sua entrevista com a imprensa, disse em tom brincalhão ter canalizado seu “interior Carly Lloyd”, sua companheira de equipe, ao subir para cabecear e marcar de cabeça.   

"Tudo isso é uma loucura. Que esforço fez nossa equipe. Conseguimos nos manter fortes e numa formação perfeita em campo. Só consigo pensar que estamos na final. Sobre meu gol, tenho observado Carly Lloyd e seus cabeceios e foi minha fonte de inspiração”, comentou. 

A escalação norte-americana sem o nome de Megan Rapinoe foi uma surpresa e sua lesão no tendão só foi confirmada depois do jogo. Coube a Press substituí-la, e em grande estilo. Rapinoe falou sobre a situação em entrevista:

"Senti o tendão e achamos melhor que eu ficasse de fora deste jogo, mas sinto que estarei bem para a final. Mesmo no banco, passei toda a boa energia para as meninas e estou emocionada pela atuação de todas. Foi mais um momento de superação e isso é incrível”, frisou. 

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A arqueira Naeher recebeu o carinho das jogadoras depois de defender o pênalti

(Foto: Getty Images – FIFA)

 

Melhores momentos da partida

Como de costume, as americanas abriram o placar logo no início do jogo. Aos 9, Heath subiu pelo flanco direito e tocou para Lavelle que fez um lindo corta-luz para O’Hara e ela cruzou a bola com perfeição para a cabeça de Press, na segunda trave, e a jogadora cravou o primeiro tento americano. 

A reação inglesa veio aos 18, quando Mead recebeu pela esquerda e cruzou para Ellen White que se antecipou à marcação e chutou forte, sem defesa para a arqueira americana. 

As norte-americanas não se intimidaram com o empate e prosseguiu com as jogadas ofensivas, como a feita aos 24 quando Lavelle aproveitou uma falha da defesa inglesa e pegou o rebote com velocidade e chutou da entrada da área. A bola parou nas mãos de Telford em grande defesa. 

A estrela da aniversariante do dia, Alex Morgan brilhou, aos 30, quando se antecipou à zaga, recebeu cruzamento feito por Horan e cabeceou certeira para ampliar o placar com o segundo gol das americanas. O sexto gol da atacante no mundial. O primeiro tempo findou-se com oito finalizações da equipe americana contra duas da Inglaterra. 

A etapa final começou com as duas seleções posicionadas mais no campo defensivo e, com isso, as tentativas de contra-ataque foram praticamente desarmadas no meio do caminho. Até que, aos 14 quase veio o terceiro dos Estados Unidos numa saída de bola errada da goleira inglesa Telford, que colocou a bola nos pés de Press. Bem posicionada e sagaz, a atacante ajeitou o corpo e bateu com a esquerda, mas colocou a bola para fora. 

A partir deste momento, houve domínio das americanas que com mais posse de bola, finalmente ocupou o campo de ataque e impediu com efetividade qualquer avanço das adversárias. Aos 19, Lavelle saiu lesionada para a entrada de Mewis. 

Com 21 jogados, Ellen White recebeu passe de Scott no meio da defesa e de frente para o gol de Naeher, aproveitou e tocou. O VAR analisou o lance e a árbitra brasileira invalidou o gol por impedimento de White. 

Jill Ellis fez nova substituição em sua equipe, aos 34, e colocou a maravilhosa Carly Lloyd no lugar de Heath. Um minuto depois, nova intervenção do VAR e depois que a brasileira Edina Alves checou possível pênalti de Sauerbrunn em White numa jogada, acabou por assinalar a penalidade máxima a favor da Inglaterra e deu cartão amarelo para a americana. 

Na batida fraca de Houghton, brilhou a estrela da arqueira americana Naeher e ela defendeu a cobrança. Foi festa entre as jogadoras que correram para abraçar a heroína que segurou a vantagem de 2 x 1. Aos 41, a técnica americana fez nova alteração e sacou O’Hara para a entrada de Krieger. Não houve nada que a equipe da Inglaterra pudesse fazer a não ser assistir as americanas tocando a bola pelas laterais até o apito final. Festa americana em campo e nas arquibancadas, decepção e frustração para as inglesas. 

Os Estados Unidos aguardam o vencedor do duelo entre Suécia e Holanda, em partida a ser realizada na quarta (03). A grande final acontecerá no domingo (7), às 12h, em Lyon.

 

Carla Andrade