ARREBATADOS POR UM FURACÃO
Segundo o dicionário Michaelis, a palavra “Furacão” tem três definições:
1. Vento giratório muito forte e devastador que pode alcançar o número 12 na escala de Beaufort;
2. Tudo que tem efeito rápido e devastador; turbilhão, vórtice;
3. Força impetuosa que se manifesta em forma de sentimentos de expressão descontrolada; arrebatamento, ímpeto, veemência.
Os três significados definem muito bem o que foi o nosso Furacão das Américas na noite de quarta-feira (29) no Maracanã, diante do Fluminense, na semifinal da Copa Sul-americana.
Mesmo com a vantagem do primeiro jogo por 2 a 0, o Furacão foi respeitoso. Porém, quanto entrou em campo não pediu licença e se portou tal qual deveria ser para fazer jus à primeira definição das irmãs Michaelis: foi extremamente forte, tanto física quanto psicologicamente.
Para cumprir à risca a segunda definição, este Furacão foi literalmente rápido e devastador, fazendo um gol logo aos 5 minutos do primeiro tempo. Após cruzamento de Cirino a bola passou por Pablo e terminou nos pés de Nikão que não tomou conhecimento e mandou para o fundo das redes, dedicando o golaço ao filho de 2 anos que estava de aniversário e tornando-se o artilheiro do Atlético na competição, com 4 gols.
Foto: Twitter Oficial do CAP
O cumprimento da terceira definição nos tirou do chão. Mesmo com a iminente classificação, um atleticano que se preza nunca comemora antes do tempo devido. Porém aos 9 minutos do segundo tempo Jonathan tirou a bola na área do Atlético de forma magistral, e tocou para Nikão, que puxou o contra-ataque rápido acionando Marcelo Cirino pela esquerda. Vendo que Bruno Guimarães o acompanhava pelo meio, cruzou de forma certeira para o meia empurrar direto para o gol e marcar o segundo do Furacão.
Foto: Monique Silva/GloboEsporte.com
Foi uma avalanche de sentimentos descontrolados e impetuosos. Naquele minuto o mundo parou, e nós, os atleticanos, formos arrebatados e tirados do chão por este Furacão que passou.
Aí não deu pra segurar a torcida: Gritos de eliminado ecoaram pelo Maracanã e no apito final, a torcida explodiu em felicidade. Pela primeira vez na sua história o Atlético é finalista da Copa Sul-americana.
A TORCIDA DE GUERRA
Mais de 2 mil atleticanos estiveram presentes no Maracanã para apoiar o Furacão e vê-lo, pessoalmente, fazer história.
A certa altura, tamanha foi a emoção que os gritos de “O Maraca é nosso” ecoaram pelas terras cariocas. Aas 20 minutos do segundo tempo a torcida já entoava um generoso “Olé”.
Mas o melhor foi reservado para o final. Unindo-se em um só coração, torcedores, jogadores e comissão técnica entoaram o hino e outros gritos da torcida. Relatos vindos diretamente do palco do jogo dão conta de que a emoção foi indescritível.
Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo
Tiago Nunes batia no peito, emocionado e orgulhoso. E em entrevista coletiva disse: “O carinho que o torcedor tem conosco é enorme e recíproco. A gente criou uma sinergia. Fiquei muito feliz com a festa que a torcida fez. É uma torcida que é guerreira e merece um título de expressão. Esperamos contribuir com a alegria deles.”
CHEGAMOS ATÉ AQUI.
CALAMOS O GIGANTE MARACANÃ.
SOMOS UM TIME VERDADEIRAMENTE DE GUERRA.
SOMOS UM FURACÃO.
Por Daiane Luz