ATUAIS CAMPEÃS, CORINTHIANS ESTREIA NA LIBERTADORES FEMININA 2020
Se existe um ditado popular que é muito presente no dia-a-dia do Corinthians Feminino, com certeza é o de que “em time que está ganhando, não se mexe”. Para além dos 90 minutos de bola rolando, a filosofia se faz presente no tipo de trabalho adotado pelo clube e comissão técnica nos últimos quase 5 anos de projeto.
Tendo vencido tudo que disputou no ano de 2020 (Campeonato Brasileiro e Paulista), as alvinegras têm agora a importante missão de buscar a tríplice coroa com a sonhada conquista da Libertadores e o objetivo de aumentar ainda mais as glórias desse grupo já tão sólido.
O ano que passou foi atípico e trouxe à tona o tão falado “novo normal”. Com a temporada quebrada (a Série A1 do Brasileirão Feminino já havia se iniciado e estava em sua quarta rodada quando, no início de março, as atividades desportivas foram suspensas no país graças ao agravamento da pandemia de COVID-19) e sem perspectiva a longo prazo, o trabalho de manutenção das atletas, mesmo que a distância, foi fundamental para que a longa pausa não afetasse de forma drástica o trabalho que vinha sendo feito. Por chamadas de vídeo e whatsapp, as atletas foram diariamente acompanhadas por toda a equipe médica e de preparação física do clube, seguindo à risca os protocolos planejados individualmente de acordo com as necessidades de cada uma.
Os esforços se refletiram em campo, com resultados que foram além do placar. Quando, enfim, o futebol pôde voltar, a equipe comandada por Arthur Elias se mostrou consistente e focada em seus objetivos. Durante o ano foram 32 jogos disputados (por conta da pandemia, o Paulistão foi reduzido a tiro curto), 27 vitórias, 3 empates e apenas duas derrotas. No marcador, foram 98 gols feitos e apenas 18 tomados, provando a enorme sintonia entre todos os setores defensivos e ofensivos.
Foto por Lucas Figueiredo/CBF
Com a missão do ano pandêmico parcialmente cumprida e a espera da competição continental, o elenco de 2021 começou a ser anunciado no dia seguinte ao título estadual. A notícia da saída da goleira Lelê, ainda informal e não-oficialmente, foi dada através do instagram da embaixadora do futebol feminino do Corinthians, Milene Domingues, e pegou toda a Fiel Torcida de surpresa. Peça fundamental das últimas conquistas e com uma rápida e enorme evolução, a camisa 12 optou por alçar vôos em terras portuguesas e, no início de 2021, foi anunciada como a nova contratação do Benfica.
Apesar da grande perda, o saldo foi positivo para o alvinegro. Além de Lelê, outras 5 jogadoras comunicaram saída: Mimi, Pâmela, Maiara, Suellen e Taty Amaro. Mesmo com grande rotatividade no elenco e, claro, com exceção da agora ex-goleira titular, as baixas foram de atletas que tiveram pouco espaço na temporada passada e, naturalmente, optaram por buscar novos ares.
Sem muitas baixas, o Timão pouco precisou garimpar o mercado da bola e anunciou apenas 4 contratações e a maioria delas no ataque: Jhenniffer, ex-Internacional; Miriã, ex-Cruzeiro e Bianca Gomes, ex-Palmeiras, além da goleira Kemelli, ex-Internacional. As novas jogadoras já foram integradas ao elenco e puderam receber, pelas redes sociais, todo o carinho e o apoio da Fiel Torcida.
Entre mortos e feridos, chegadas e partidas, o Corinthians de 2021 tem em seu plantel 24 atletas, sendo elas: Grazi, Diany, Katiuscia, Giovanna Campiolo, Gabi Portilho, Tamires, Erika, Vic Albuquerque, Giovanna Crivelari, Adriana, Ingryd, Pardal, Paty, Poliana, Tainá, Juliete, Paulinha, Yasmim, Gabi Zanotti, Andressinha, Gabi Nunes, Miriã, Jhenniffer, Bianca Gomes e Kemelli.
Por hierarquia e evolução do trabalho, a tendência é que Arthur Elias, com o auxílio de Edson Junior, seu preparador de goleiras, promovam Tainá, até então a segunda goleira da equipe, ao posto de titular.
É redundante falar sobre o planejamento e a estrutura que o Corinthians disponibiliza para a categoria e o quanto isso reflete nos resultados. O desafio, porém, ano após ano, é se reinventar e, novamente, largar à frente dos adversários que, ao mesmo ritmo, vêm aumentando a competitividade e tornando os campeonatos mais disputados e mais difíceis.
O primeiro compromisso das “Minas” no ano é nesta sexta-feira (05), diante do El Nacional, na estreia da Libertadores da América 2020. A equipe teve alguns problemas para chegar à Argentina, país sede da competição, já que o país está com restrições de recebimento de voos partindo do Brasil, mas conseguiu embarcar e chegar com tranquilidade em terras hermanas.
Por opção e por possibilidade, Arthur Elias escalou 20 atletas para a disputa, sendo elas:
Goleiras: Isa Cruz, Paty e Tainá Borges
Zagueiras: Giovanna Campiolo, Pardal e Poliana
Laterais: Katiuscia, Yasmim, Juliete e Tamires
Meias: Andressinha, Diany, Gabi Zanotti, Grazi e Giovanna Crivelari
Atacantes: Adriana, Gabi Nunes, Ingryd, Gabi Portilho e Victoria Albuquerque
A ausência mais sentida, sem dúvidas, é a da zagueira Érika, que fica de fora por conta de uma lesão muscular na coxa direita. De acordo com o próprio clube, havia chances concretas da camisa 99 se recuperar no decorrer da competição, mas a opção foi de não arriscar, já que o regulamento da Conmebol não permite substituição de inscritas após a chegada ao país sede. Por terem pouco tempo de integração ao grupo, as jogadoras contratadas também não disputam a Libertadores.
Foto por Rodrigo Gazzanel
Para essa estreia, o time titular escalado por Arthur Elias, deve contar com: Tainá; Poliana, Pardal, Katiuscia, Tamires; Andressinha, Grazi, Zanotti; Crivelari, Adriana e Nunes.
Com transmissão da Conmebol TV, Corinthians x El Nacional acontece nesta sexta-feira (5), no Estádio Nuevo Francisco Urbano, em Buenos Aires, às 17h de Brasília.
Por Victória Monteiro
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna, não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.