AU REVOIR LES BLEUES...

Mesmo lutando até o fim, a França não consegue segurar os Estados Unidos e dá adeus ao sonho.

 


Foto: R.Martin/L'Equipe

 

Nesta sexta-feira (28), chegou ao fim a caminhada das Les Bleues na Copa do Mundo Feminina, mais uma vez nas quartas de final. Com mais um recorde de público no Estádio Parc des Princes (45.000 pessoas), as francesas que também eram uma das favoritas ao título, enfretaram um desafio muito maior e acabaram levando um golpe muito cedo, tendo que correr atrás do resultado. 

No segundo tempo o gol de Renard até que deu um pouco de esperança mas infelizmente já era tarde demais para reverter o bom resultado das americanas que acabaram vencendo por 2 a 1 e avançando na competição. Para as Les Bleues o momento é de muita tristeza como nação anfitriã tendo que dar adeus tão cedo a competição e ao sonho de conquistar o seu primeiro mundial. Mas a competição também deixa coisas boas para a França, além de muito aprendizado e bons frutos e é nisso que eles vão investir para um futuro próximo. Porém, além da eliminação, a seleção recebeu outra notícia não muito boa. É que com a derrota as Les Bleues não conseguiram a  classificação para as Olimpíadas de Tóquio no próximo ano.

"Fizemos nosso melhor jogo, mas isso não foi suficiente . Quando elas ganhavam por 2-0, elas colocaram o ônibus. Tentamos de tudo, mas isso não aconteceu, porque sempre havia uma perna para rebater a bola. Agora, vamos ter que continuar trabalhando." (Amandine Henry)


O JOGO:

Como era de se esperar a França voltou para a sua formação original o 4-2-3-1 com: Bouhaddi; Torrent, Mbock, Wendie Renard, Majri, Amandine Henry, Bussaglia, Diani, Thiney, Le Sommer e Gauvin.

Dificuldade foi o que a seleção francesa encontrou desde os primeiros minutos de partida com as americanas pressionando e a pressão deu certo já que aos 4' minutos após cobrança de falta, Rapinoe abriu o placar para as adversárias. 

Com a desvantagem no placar logo no início do jogo, restou a França manter a calma para voltar a partida e as Les Bleues até que conseguiram, passaram a controlar o jogo e a manter a posse de bola. As alternativas da equipe então era sair na velocidade principalmente pelos lados com Diani porém não conseguiam sair da forte marcação das americanas. Outras dificuldades da França era nas armações das jogadas e o sumiço de jogadoras importantes da equipe como Le Sommer que pouco apareceu no jogo, na defesa as Les Bleues também encontravam dificuldades principalmente quando não estava com a posse de bola. A França até que tentava chegar com perigo mas nao conseguia uma boa conclusão que levasse perigo a defesa adversária. Sem conseguir se encontrar no jogo e muito bem marcadas pelas americanas, as Les Bleues foram para o intervalo atrás do placar.
 

Foto: FIFA Oficial 


“Eu disse que elas não deveriam ter nenhum arrependimento além do erro na abertura do gol que sofremos. Elas ganharam algo esta noite. Elas conquistaram os corações e mentes de várias pessoas. Quando você sai como nação anfitriã, você não está feliz. Então elas estão tristes. Tivemos muita esperança, mas é assim que as coisas correm.” (Corinne Diacre)

A França voltou para o segundo tempo precisando furar o forte bloqueio dos Estados Unidos e foram para cima agora com Le Sommer mais livre chegando com perigo pelos lados assim como Diani que dava cansaço na defesa americana. Mesmo com as Les Bleues melhores na partida nos primeiros minutos da segunda etapa, as americanas calmas como sempre deram outro banho de água fria na equipe de Corinne Diacre, freando toda a intensidade das anfitriãs. Após um erro feio na marcação, as americanas passaram tranquilas pela defesa azul e a bola sobrou livre para Rapinoe aos 19' minutos, marcar o segundo gol para as adversárias. O gol sofrido parece ter esfriado as investidas das francesas que pouco tempo depois levaram mais um susto, aos 29' minutos Heath até marcou para as americanas mas para a sorte das Les Bleues a jogadora estava impedida e o gol foi anulado.

 

Foto: FIFA Oficial 

Para tentar sacudir a equipe, a técnica Corinne Diacre fez a sua primeira mudança, colocando Cascarino no lugar de Gauvin que estava bem solitária no ataque e acabou não aparecendo muito na partida. 

A mudança parece ter dado certo, já que a França voltou a incomodar a defesa das americanas e aos 35' minutos chegou ao seu gol. Após cobrança de falta de Thiney, Wendie Renard subiu mais alto que toda defesa americana e marcou de cabeça. O gol da França inflamou a equipe e a torcida que foi junto com as Les Bleues em busca do resultado. Para não deixar o jogo esfriar a treinadora colocou mais velocidade na equipe, tirou Le Sommer que não foi bem na partida e colocou Asseyi mas já chegando perto do fim do jogo as americanas reforçaram a marcação segurando bem os avanços das Les Bleues. Aos 40' minutos as jogadoras da França ainda reclamaram muito pedindo um pênalti quando a bola bateu na mão de O'Hara dentro da área, mas a árbitra não marcou nada e mandou o jogo seguir. Mesmo com cinco minutos de acréscimos, as francesas não conseguiram fazer muita coisa para mudar a partida e acabaram dando adeus a competição.
 

Foto: F. Faugere/L'Equipe

"Este momento está doendo. Nós fizemos a coisa certa. Claro, tudo não foi perfeito porque não há vitória no final. Tem sido notavelmente ineficiente, mas são os Estados Unidos. Nós não temos que chorar, fizemos coisas bonitas. Nós ganhamos algo esta noite. Espero que isso ajude nossa disciplina a crescer em nosso país." (Corinne Diacre ao TF1)


Texto: Jessica Martins