AVASSALADOR, MEU TRICOLOR.

Fluminense goleia o Atlético Nacional-COL, por 4 x 1, em partida no Maracanã, e faz a torcida sonhar com o título.

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Foto: Lucas Merçon

Perfeitos em todos os setores, o elenco Tricolor mostrou o chamado futebol arte no gramado do Maracanã, na noite da última quinta (23), e com uma apresentação de gala levou sua torcida ao delírio. Foram três gols em apenas onze minutos de jogo, dois de João Pedro e um de Luciano, com assistência do moleque de Xerém. Aos 32, veio o terceiro do atacante de 17 anos, que em seu primeiro jogo como titular fez um Hat-trick que ficará para sempre guardado na memória do Tricolor de toda a terra.

O Fluminense ditou o ritmo do jogo, passou feito um trator por cima da defesa do adversário e explorou com muita eficiência a posse de bola para criar belíssimas jogadas ofensivas. Primorosos na triangulação, na passagem e no apoio, fizeram transições rápidas com a bola exercitando os principais fundamentos do futebol.

O time muito bem montado jogou com uma alegria sem igual e fez 22 finalizações durante os noventa minutos. As duas linhas de marcação cercearam toda e qualquer possibilidade de avanço do rival e segurou o placar favorável, que garantiu boa vantagem para o jogo de volta, na próxima quarta (29), em Medellín.

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Luciano limpa a chuteira do “garçom” João Pedro.

Foto: Lucas Merçon

O primeiro tento surgiu, aos três minutos, de um cruzamento de Yony González para João Pedro chutar para o gol. O segundo veio aos sete, com passe açucarado de Danielzinho para o moleque da base que finalizou com perfeição. Aos onze, João Pedro cruzou para Luciano cabecear e marcar o terceiro. O Atlético Nacional diminuiu a vantagem com um pênalti bem batido por Barcos, aos 21. No entanto, o Fluminense não se intimidou e continuou a trabalhar a bola para ampliar o placar.

O quarto gol chegou, aos 32, com uma linda jogada entre Caio Henrique e João Pedro, que subiu e cabeceou na trave e, no rebote, mandou para o gol. Dois minutos depois, Yony González foi derrubado dentro da área e o juiz assinalou penalidade máxima. O quinto gol nunca esteve tão perto, não fosse pela batida equivocada do mesmo jogador, que colocou a bola praticamente nas mãos do goleiro Cuadrado. Não se perde pênalti, mesmo com larga vantagem.

Na segunda etapa, o Fluminense continuou a abusar de uma rica troca de passes, não retrancou e ficou a esperar. Pelo contrário, mostrou-se ofensivo e continuou a investir nas jogadas ofensivas. Com 11 minutos, João Pedro roubou a bola de Hernández e tocou para Luciano, que bateu por cima do travessão. Outra boa chance surgiu, aos 20, em jogada individual de Luciano, que chutou e viu a bola ser travada por Cuadrado. Na sequência, João Pedro também chutou, para nova defesa do arqueiro.

Fernando Diniz foi bastante feliz nas suas substituições. Primeiro tirou Luciano, que passou a braçadeira para Gilberto, e colocou o moleque Marcos Paulo. Depois, sacou Danielzinho para a entrada de Igor Julião e fez Caio Henrique encostar em Allan, formando uma linha de articuladores no meio tricolor. O time ganhou fôlego e as jogadas continuaram a sair, principalmente pelo flanco esquerdo. Teve caneta de João Pedro, teve caneta de Marcos Paulo.

Falemos das atuações individuais do time. O que dizer de João Pedro? Um colírio para os olhos do tricolor. A bola o ama e flerta com ele durante o jogo. O atacante é extremamente ágil, gosta de driblar e não foge do embate no um a um. Usa sua velocidade com inteligência e sabe encontrar brechas para fazer suas jogadas, ele passa entre os marcadores com muita rapidez e é bem difícil de marcar. Um prazer vê-lo jogar. Foi, sem dúvida, o grande destaque da partida.

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Alegria no rosto dos jogadores.

Foto: Lucas Merçon

Outro que fez uma apresentação perfeita foi Caio Henrique. Como é versátil na arte do futebol. Soube usar toda a extensão do campo na criação de jogadas ofensivas, fez cruzamentos impecáveis e deu assistências para lá de importantes. Allan foi outra peça de relevância no jogo e mostrou muita regularidade em sua atuação. Gilberto, um monstro. Teve até que tirar o pé do freio e voltar para continuar a proteger a zaga, que também fez partida irrepreensível.

Toda essa magia vista em campo é resultado muito treino e um trabalho apurado feito por Fernando Diniz. Se no início ele causou espanto ao torcedor, pelo novo estilo tático que implantou, ontem, ouviu seu nome dito em alto tom nas arquibancadas. Parece que, finalmente, a torcida entendeu que o estilo de jogo que o técnico adotou começou a mostrar excelentes resultados. Depois do duelo, o comandante comentou a partida.

“É pelo amadurecimento da equipe que fico contente. Hoje foi um dia especial para o Fluminense. Fizemos um segundo tempo mais equilibrado, tivemos alguns ajustes defensivos, um domínio amplo do jogo e tivemos chances cristalinas de marcar também no segundo tempo e isso tudo mostra mais maturidade da equipe. O time está evoluindo como um todo, produziu muitas chances e quando bota um meia a mais, que é o caso do Daniel, que é leve e conhece o sistema, o poder de criatividade aumenta. É natural que as chances de gol aumentem também, o grande desafio é manter o time equilibrado e sempre colocar os melhores para jogar.”

Claro que não poderia deixar de comentar sua decisão de iniciar o jogo com João Pedro e sobre a atuação do  moleque.

“Sua atuação foi iluminada e que acontece com os grandes jogadores de futebol. A gente vê isso com Messi e Cristiano Ronaldo, não é muito comum. Então, tem que comemorar mesmo, é fruto de merecimento. Desde que cheguei aqui, o João Pedro sempre teve determinação e maturidade muito grande, até de forma precoce. A escolha dele como titular se deu pelos jogos que ele vem fazendo, ele praticamente se escalou. Pelo que está produzindo, certamente será um dos titulares diante do Bahia”, declarou.

No final do duelo, uma sinergia absoluta entre o time e a torcida. Gilberto segurou a mão de João Paulo e, depois de feita uma corrente, correu na direção da arquibancada para a celebração do momento tão especial. Aplausos, abraços, sorrisos fartos nos rostos e o grito que veio a seguir:

“Guerreiro, guerreiro, guerreiro, Time de guerreiros...”

Foi uma noite mágica do meu grande amor.

 

Carla Andrade