DE ADEMIR A DIEGO SOUZA: CRAQUES DE VASCO E SPORT

ADEMIR MENEZES

 

Nascido no Recife, no dia 8 de Novembro de 1922, Ademir Menezes foi um craque Revelado pelo Sport Club do Recife. No ano de 1938 o jogador iniciou sua carreira no clube leonino e com apenas 16 anos, foi bi-campeão pernambucano pelo infanto-juvenil do Sport nos anos de 1938 e 1939. Ainda em 1939, o garoto foi promovido ao time profissional. A partir de 1941, Ademir teve seu destaque no rubro-negro pernambucano que foi campeão invicto no estadual e o atacante como seu artilheiro da competição com 11 gols. Vale lembrar que o jogador tinha apenas 18 anos. Neste mesmo campeonato, fez até um hat-trick cuja vítima foi o Náutico, jogo que o Sport venceu por 8x1. 

 

No ano de 1942, o Sport Club do Recife realizou uma excursão pelas regiões Sul e Sudeste, vencendo times de expressão nacional e contra o Vasco da Gama, os leões venceram com um placar de 5 a 3, com direito a 3 gols do jovem Ademir e uma assistência. O clube carioca que viu o jogador se destacando, tratou de contratá-lo.

 

Ademir, retornou a Pernambuco no ano de 1957 com a finalidade de terminar sua carreira no clube que ele admitia torcer desde a sua infância. O último jogo que ele entrou como jogador foi um amistoso entre Sport e Bahia naquele ano. Juntando as duas passagens no Leão da Ilha, o atacante possui 27 gols. Com direito a uma estátua de bronze na fachada da sede do clube.


Fonte: Yahoo Esportes

 

Ademir Menezes, conhecido como “Queixada”, apelido carinhoso que ganhou dos torcedores, foi um dos maiores atacantes da história do Vasco e fez parte do famoso Expresso da Vitória. 

 

Chegando no gigante da colina em 1942, passou 11 anos no clube, jogou 429 partidas e anotou 301 gols, se tornando o terceiro maior artilheiro da história do Vasco. Conquistou neste período cinco títulos, sendo quatro campeonatos carioca e um Sul-americano.

 

Seu último jogo pelo cruzmaltino foi no dia 10 de junho de 1956, em uma partida de inauguração do estádio do Benfica, onde o Vasco venceu por 3 a 2. Queixada chegou afirmar que foi no Vasco que ele viveu seus melhores momentos. No ano seguinte ele encerrou a carreira, em 1967 se tornou treinador e comandou a equipe cruzmaltina por menos de um ano, encerrando sua curta experiência nessa área e virando comentarista.

(Foto: Imortais do Futebol)

 

Ademir faleceu em maio de 1996, devido um câncer generalizado.

 

VAVÁ

 

Edvaldo Izídio Neto, nascido no Recife em 1934, mais conhecido como Vavá. Iniciou sua carreira no ano de 1948, jogando pelas categorias de base do Íbis e América, times pernambucanos, porém, no ano seguinte, teve como vitrine para o futebol o Sport Club do Recife, onde jogou dos 15 aos 17 anos. Durante sua passagem pelas categorias de base da Ilha do Retiro foi campeão juvenil no ano de 1949.

 


Vavá nas categorias de base do Sport. (Fonte: Blog Futuro Sport)


O jogador logo se destacou no time Juvenil do Sport e antes de completar seus 18 anos, com poucos jogos no time profissional do Sport em 1951, foi contratado pelo Vasco da Gama, clube de grande expressão nacional para substituir ninguém menos que Ademir Queixada no clube da colina.

 

Conhecido pela sua técnica, oportunismo e muita raça, com essas características ganhou o apelido de “peito de aço”. Chegou no Vasco em 1952, quando o técnico na ocasião mudou seu posicionamento para atacante. Nesse mesmo ano ele estreou com a amarelinha pela seleção olímpica, sua primeira participação foi na goleada de 5 a 1 contra a Holanda, ele fez o último gol.


 


(Foto: Reprodução/Internet)

 

Sua estreia pela seleção brasileira principal foi em 1955, na 

partida o Brasil venceu o Paraguai por 3 a 0. Pela sua participação nas Copas de 58 (marcou 5 gols) e 62 (marcou 4 gols), ficou conhecido carinhosamente por “Leão da Copa”.

 

Pelo Vasco, atuou de 1952 até 1958 e marcou 191 gols. De todos os clubes, foi o que mais mexeu com Vavá, ele se tornou torcedor vascaíno, foi tricampeão estadual, seu sonho era comandar o cruzmaltino, mas seu gênio forte não permitiu. Após encerrar a carreira, virou treinador. Vavá morreu em 2002 em decorrência de problemas cardíacos. Sua esposa se viu na necessidade de leiloar a camisa que ele usou na copa de 58, para pagar dívidas deixadas pelo ex jogador.

 

ALMIR PERNAMBUQUINHO

 

Outro pernambucano que destacou-se nas categorias de base, foi Almir Morais de Albuquerque, o Almir Pernambuquinho. Nascido no final dos anos 30, o atacante começou sua carreira em 1955 atuando na equipe Juvenil do Sport Club do Recife, sendo Campeão Estadual. Além da vitória, o jogador já mostrava como era o seu gênio: Correu com as chuteiras nas mãos atrás de um torcedor do Náutico que estava a corneta-lo até a ponte próxima ao clube, onde brigou com o torcedor lhe dando uma surra. 

 

(Foto: Blog Futuro Sport)
 

No ano de 1956, Almir jogou poucas partidas pelo time profissional do Leão. Obtendo tanto destaque quanto seus antecessores, chamou a atenção dos clubes do Sudeste, mantendo a tradição rubro-negra de revelar craques conhecidos mundialmente. 

 

Ainda em 1956, o atacante foi para o Rio de Janeiro continuar a sua carreira nada mais nada menos que no Vasco da Gama. Pouco antes dele viajar, a mãe do jogador, Dona Adelaide, deu a seguinte declaração: "Você vai se perder naquela cidade, meu filho. Tome cuidado que este mundo está cheio de coisa ruim". Declaração que anos depois se tornaria uma profecia. 

 

Almir chegou ao Vasco ainda jovem, com apenas 19 anos, era um atacante rápido e com muita disposição em campo. Era conhecido pelo seu jeito encrenqueiro, brigão e explosivo. Mas por muitos era considerado o mais corajoso atacante de todos os tempos.

 

Chegou no Vasco em 1956 e ficou até 1960, jogou 72 jogos e marcou 50 gols. Foi convocado para a seleção, mas ficou fora de uma chamada para viajar com o Vasco, isso ficou marcado e o atacante perdeu a chance de ser convocado para a copa de 58.



(Foto: Recanto das Letras)

 

Foi um dos destaques do time no título do RIO-SP, quando o cruzmaltino venceu a Portuguesa por 5 a 1 e na conquista do estadual conhecido como SuperSupercampeonato. 

 

JUNINHO PERNAMBUCANO

 

Antônio Augusto Ribeiro Reis Júnior, mais conhecido como Juninho Pernambucano, iniciou sua carreira nas categorias de base do Sport com apenas 16 anos. Mesmo sendo aprovado no vestibular de administração, o garoto optou pela carreira futebolística e estreou no time principal no ano de 1993. No Sport, o meia fez parte da chamada “geração de ouro” na Ilha do Retiro, sendo considerado um xodó da torcida rubro-negra, onde foi campeão pernambucano e da copa do nordeste no ano de 1994.

(Fonte: eBiografia.com)
 

Foi nas atuações em jogos do Sport que o jogador destacou-se pelo talento de bola parada, que viria a ser a marca registrada do meia, chamando a atenção do Vasco da Gama. Pelo Leão, Juninho fez 2 gols em 24 jogos na sua passagem de 1993 a 1995, ano que foi transferido para o time carioca.

 

Ídolo do Vasco, nosso reizinho, já nos trouxe imensas alegrias. Juninho chegou no cruzmaltino em 1995, após fazer um excelente ano em 1994 pelo Sport. Em 1996, fez sua primeira temporada pela equipe carioca, buscava seu espaço entre os titulares, o time não teve sucesso, no ano seguinte começou a reformulação. Juninho integrava o meio de campo junto com Pedrinho, Ramón e Felipe, a equipe ainda contava com Edmundo.

 

Neste ano conquistaram o título nacional, no ano de 1998 foi a vez da conquista da Libertadores, Juninho autor do golaço de falta no Monumental contra o River na semifinal, esse gol salvador nos levou para a decisão. Até hoje esse momento é lembrado nas arquibancadas pelo nosso torcedor, a música “contra o River Plate sensacional, gol do Juninho no Monumental”, em homenagem a ele, nunca deixou de ser entoada. 

 

Sua primeira passagem pelo Vasco terminou em 2001, quando conseguiu uma liminar para se transferir ao Lyon da França. Com um salário baixo no cruzmaltino, ele entrou na justiça após o fim da Lei do Passe. Voltou ao time em 2011, vestiu a camisa em 71 oportunidades e marcou 19 gols. Foi para os Estados Unidos e logo retornou para o Vasco, atuou 22 vezes e fez 2 gols. Tinha contrato até maio de 2014, mas suas constantes lesões fizeram com que ele escolhesse encerrar a carreira mais cedo.



(Foto: Reprodução/Internet)

 

O Reizinho deixou eterna saudade no coração cruzmaltino e ainda tem o posto de melhor cobrador de faltas.

 

Alguns anos após aposentar dos gramados, Juninho trabalhou de comentarista na Globo, e atualmente é o diretor de futebol do Lyon.

 

DIEGO SOUZA

 

Diego Souza, ou Diego “Showza”, ainda chamávamos de “orelhudo”, conquistou milhares de vascaínos, fez excelentes atuações e era um dos comandantes do nosso querido Trem Bala da Colina, como ficou conhecida a equipe de 2011. O time teve músicas em homenagem cantada nas arquibancadas e o apelido permanece até hoje.


(Foto: Reprodução/Internet)

 

A temporada começou mal, o time iniciou o estadual com a pior campanha que havia feito, chegou o momento do presidente trocar o comando, trouxe Ricardo Gomes e recheou o elenco com jogadores experientes somados aos meninos da base. Foi aí que deu ínicio nossa boa campanha, ganhamos a Copa do Brasil e o vice campeonato brasileiro, merecíamos o título, mas uma série de fatores roubou nossa possibilidade, um deles foi o AVC sofrido pelo treinador Ricardo Gomes.

 

Em 2012 o bom momento continuou. Sob o comando de Cristóvão Borges, a equipe fez uma boa Libertadores, mas nas quartas de final contra o Corinthians, Diego foi o protagonista pelo gol que perdeu frente ao goleiro Cássio, essa chance desperdiçada contribuiu com a nossa eliminação, até hoje, nós torcedores, brincamos que ele nos deve uma Libertadores. Sua passagem se encerrou em julho de 2012, quando foi vendido para a Arábia. 

 

A torcida vascaína tem um enorme carinho pelo Diego, já teve seu nome especulado na colina diversas vezes, mas nenhuma negociação aconteceu, enquanto ele não encerrar a carreira, a esperança cruzmaltina permanecerá intacta.

 

Diferentemente dos outros três jogadores citados nesta crônica anteriormente, Diego Souza não iniciou sua carreira no Sport. No entanto, o jogador declarou no ano que estava jogando no São Paulo, que seus dois clubes do coração eram Vasco e Sport.

O jogador chegou ao Recife para jogar o campeonato brasileiro de 2014, com bastante experiência na bagagem. No Sport, o meia veio por contrato de empréstimo de 1 ano do Metalist da Ucrânia. O primeiro gol de Diego Souza, ou DS87 como é mais conhecido pelas bandas recifenses foi em outubro de 2014, contra o Vitória. Em seu primeiro ano atuando pelo Leão da Ilha, o meia atuou em 19 partidas e fez 4 gols. Em 2015, o Metalist renovou o contrato de empréstimo até Dezembro.


 

Diego Souza foi um dos nomes da melhor campanha da era dos pontos corridos do Sport Club do Recife, tendo contribuído na campanha do clube que ficou em 6º lugar em 2015. Com o número 87 atrás da camisa, o jogador deixou sua marca registrada a partir de uma atuação contra o Flamengo no Rio de Janeiro, jogo esse que ao marcar um gol de pênalti, a comemoração do meia foi mostrar a parte de trá de sua camisa e na leitura labial disse: “87 é nosso”. Ainda nesse mesmo jogo, o camisa 87 atuou como goleiro, uma vez que Magrão se lesionou e o Sport já tinha feito as 3 substituições. Foi vice-artilheiro da equipe fazendo 9 gols, tendo ganho o apelido de “Embaixador de 87”.

Ao término do Brasileirão, Diego Souza acertou sua ida ao Fluminense, assinando um contrato por 3 anos. Ele teve um bom início de temporada no tricolor carioca, atuando com o ex-técnico do Sport, Eduardo Baptista. Após dois jogos com sequência negativa, o treinador foi demitido.

Ainda no início do ano, Diego Souza manifestou a vontade de retornar ao Sport Club do Recife, voltando ao time no final do mês de março de 2016. Passando por altos e baixos no clube, o meia obteve mais destaque na campanha do clube contra o rebaixamento, fazendo gols contra o próprio Fluminense e um belíssimo gol de voleio contra a Chapecoense numa goleada de 5 a 1 na Ilha do Retiro. O meia tornou-se vice-artilheiro do brasileirão da Série A ao fazer 3 gols contra o Grêmio em Porto Alegre, somando 13 gols. Na vitória contra o Figueirense, Diego marcou seu 14º gol e consagrou-se com um dos artilheiros da série A.

 


Fonte: Globo Esporte Pernambuco

 

Sua última passagem pelo Sport foi em 2017, onde o meia atuou desde o início pelo clube, chamando a atenção porque os gols que fazia eram o que chamamos de “pinturas”, sendo de voleio e bicicleta. Ajudou o clube a chegar à final do copa do nordeste, fez um golaço contra o Danubio pela Sul-Americana, e ainda um golaço de falta contra o Vitória no Barradão, fazendo o Sport sair da zona de rebaixamento.

Uma polêmica envolvendo Diego Souza e uma suposta proposta do Palmeiras, onde o meia afirmou que o seu desejo era permanecer no Sport, ainda trocou farpas com o Ex-jogador e atual comentarista de futebol, Edmundo e pra finalizar, criticou a diretoria leonina. 

 

Diego saiu do Sport no começo do ano de 2018, deixando boas lembranças para o torcedor rubro-negro. Ao total, atuou em 114 jogos, marcou 37 gols e 21 assistências a favor do Leão da Ilha do Retiro. É o maior artilheiro do Sport no século XXI, a Era dos pontos corridos.

 

Por: Aniele Lacerda, Vascaína & Rannyelle Barbalho, Leonina