DE EQUÍVOCO EM EQUÍVOCO, O FRACASSO
(Foto: Lucas Merçon)
Em atuação desastrosa, Fluminense deixa Flamengo passear e fazer três gols
Nada fácil para essa colunista apaixonada escrever sobre o que viu em campo do Maracanã na tarde do último sábado (13). Ao ver o Fluminense começar a partida com vontade, pensei que poderíamos vencer a partida e calar a grande maioria dos torcedores rubro-negros. Aquele chute da área de Luciano, aos cinco minutos, defendido por César, me animou. Pensei que meu Tricolor havia entrado em campo cheio de garra e disposição. No entanto, depois dos dez primeiros minutos percebi meu engano.
Essa percepção veio aos exatos onze minutos, quando depois de um cruzamento de Vitinho, Uribe desviou de cabeça e, sem nenhuma marcação abriu o placar. Era o começo da tormenta. Pela lateral-direita o Flamengo fez a festa. Norton foi incapaz de levar a melhor em todas as disputas com Vitinho e como o Flamengo percebeu a falha, foi por ali que deitou e rolou. Norton foi substituído por Daniel, tardiamente, e o moleque deu uma organizada no setor. Além disso, os três zagueiros pecaram em excesso e foram incapazes de fazer seu trabalho. Mais um ponto a favor do rival.
O Flamengo dominou a partida, criou muitas jogadas perigosas e teve o levantamento na área como sua principal arma. Sem falar que anulou por completo as poucas subidas do ataque Tricolor em sua área. Aos 47, dentro da prorrogação, veio o segundo gol deles. Um tento de bola parada que surgiu depois de falta cobrada por Vitinho onde Léo Duarte subiu e cabeceou.
Para o segundo tempo, Marcelo Oliveira veio com suas improvisações insensatas e colocou Ibañez de volante ao lado de Richard e Daniel no lugar do inexpressivo Matheus Norton. Gostaria de entender essas substituições dele. Sabe o que houve depois disso? O terceiro gol do Flamengo, aos quatro minutos. Uribe novamente. Houve uma falha grosseira da zaga tricolor. Depois do chute de Paquetá, a bola desviou em Ibañez e Júlio César também pecou e deixou entrar.
O time Tricolor cometeu todos os erros possíveis em campo
(Foto: Lucas Merçon)
A partir daí, o elenco do Fluminense se perdeu por completo. Gum levou cartão por reclamar demais e jogar de menos. Em seguida a outra substituição de Marcelo. Tirou Ibañez e colocou Dodi que pouco contribuiu para reverter o placar. Entrou mudo e saiu calado. Pouco depois foi a vez da entrada de Matheus Alessandro no lugar de Marcos Júnior, outro que pouco jogou.
Para não dizer que o Fluminense não criou na segunda etapa, teve uma bela jogada aos 26. Jadson cruzou para Ayrton Lucas cabecear mas a bola, mais uma vez foi defendida por César, que fechou o gol rubro-negro. Um minuto para enaltecer a partida de Ayrton Lucas, o melhor em campo. Ele criou, conseguiu cavar faltas com suas arrancadas, chutou a gol algumas vezes e quase deixou o dele no segundo tempo. Se teve um jogador que honrou nossa camisa sagrada, foi ele.
Na entrevista coletiva, depois do jogo, nosso técnico atribuiu o fracasso aos erros coletivos e disse "fomos envolvidos pelo adversário". Ele não sabia que é assim que joga o Flamengo? Ele desconhecia o fato de que o rival entraria em campo focado na vitória, pois o maior objetivo era encostar no Palmeiras, o primeiro colocado?
Marcelo Oliveira afirmou que o Flu se manterá numa colocação confortável, acho que ele quis dizer no meio da tabela, e que segue com o maior objetivo, o de conquistar o título da Copa Sul-Americana.
Então o Fluminense está focado em apenas uma competição enquanto disputa duas? Prezado técnico, torcedor não pensa assim. Torcedor quer ver o seu time embalado em todas as competições, quer ver um futebol de qualidade e gols, ainda mais em cima do maior rival. Marcelo parece esquecer que se o Tricolor fechar sua participação no Brasileiro no G6, também garante a vaga.
Sobre a ausência de Sornoza foi taxativo e afirmou "não tem como lamentar a sua ausência. Temos que jogar com os jogadores que estão aí, usar nossas armas".
Que armas Marcelo? Se pensar como um técnico de verdade saberá que não temos em nosso plantel outro meia com a categoria e a precisão de passes do equatoriano. Nossa torcida clama pela volta de Sornoza. Atribuo essa grande falha ao Departamento de Futebol e a essa gestão lamentável que ao invés de contratar outro jogador na posição, trouxe meia dúzia de outros com um futebol mediano. Marcelo, você não tem outro jogador para substituir Sornoza e isso é fato.
Enquanto a gestão de Pedro Abad continuar no poder, vamos contar pontos no Brasileiro e continuar com uma campanha de jogo ganho, jogo perdido. A última coisa que a atual diretoria pensou foi investir num time de qualidade que tivesse futebol para vestir e defender a camisa mais bonita do mundo.
FORA ABAD!
FORA FLUSÓCIO!
Por: Carla Andrade