É O JOGO DA VIDA!

Corinthians encara o Avaí/Kindermann neste domingo (6) pela grande final do Brasileirão Feminino

 

O já conhecido e abraçado canto “é sangue no olho, é tapa na orelha, É O JOGO DA VIDA…” entoado pela Fiel Torcida nos momentos decisivos do Corinthians masculino, servirá de mantra também para a equipe feminina neste domingo (6). As alvinegras entram em campo às 20h, na Neo Química Arena, diante do Avaí/Kindermann, para a derradeira decisão do título de Campeãs Brasileiras de 2020 e após o ainda amargo vice-campeonato no ano anterior, esse é, de fato, o jogo da vida.

 

Atletas comemoram a classificação para a final diante das rivais. Foto por Rodrigo Coca/Agência Corinthians

 

Para entender a importância e o significado desse jogo, a gente precisa voltar no ano de 2016 e falar sobre planejamento e projeto. A equipe de futebol feminino do Corinthians, fundada em 1997, voltou à ativa naquele ano, após a criação do Departamento de Futebol Feminino do clube, ainda em parceria com o Audax. O investimento deu tão certo, que em seu primeiro ano, o Corinthians-Audax venceu a Copa do Brasil, garantindo vaga para a Libertadores do ano seguinte, edição da qual seria campeão. Em 2018, mais consolidada, a equipe desfez a parceria, tornando-se apenas Corinthians e alçando vôos próprios.

 

Com a chegada de Cris Gambaré, assumindo as rédeas do departamento, e a ótima visão de Arthur Elias, ex-treinador do Centro Olímpico, que ficou encarregado de assumir o comando da equipe ainda na parceria com o time de Osasco, o Corinthians não demorou a assumir lugar de destaque no cenário do futebol feminino, vencendo o Brasileirão de 2018, além do Paulistão e da Libertadores de 2019, atingindo números históricos e batendo recordes de invencibilidade. O sonho da tríplice coroa, porém, foi interrompido em dois empates e uma derrota nos pênaltis diante da Ferroviária.  

 

2020, apesar de um ano atípico, especialmente no futebol, foi um ano importante para a equipe do Parque São Jorge que, dia após dia, construiu uma campanha espetacular e mais um ano digno de todos os méritos. Na fase classificatória da competição nacional, foram 42 pontos conquistados em 15 jogos, com 14 vitórias e apenas 1 derrota. A equipe também conquistou a melhor defesa, levando apenas 7 gols e fazendo 45. Chegando ao mata-mata, foram duas vitórias diante do Grêmio, nas quartas de final, um empate e uma vitória diante das rivais Palestrinas (com direito ao primeiro gol olímpico do Corinthians, entre feminino e masculino, da Neo Química Arena), chegando então à grande final diante do Avaí/Kindermann, de quem arrancou um empate em 0x0 no jogo de ida, na Arena Ressacada.

 

Abraçada pela torcida, a equipe feminina do Corinthians tem liderança forte e coletivo consolidado. Não existe uma jogadora principal e sequer um time principal. O treinador Arthur Elias, que possui uma relação quase horizontal com suas atletas, promove um giro natural de titularidade que permite que cada jogadora se sinta parte fundamental da engrenagem que impulsiona cada passo e cada conquista. 

 

Arthur Elias, o comandante alvinegro. Foto por Rodrigo Coca/Agência Corinthians

 

Vencer o Avaí/Kindermann neste domingo não seria uma prova de nada, porque esse Corinthians já não precisa provar mais nada, mas seria a cereja do bolo e a coroação de um ano que consolidou ainda mais um trabalho bem feito que é fruto de muito planejamento e principalmente investimento. O time alvinegro não é perfeito e está longe de ser, mas faz qualquer apaixonado por futebol feminino acreditar que sim, tudo que a gente sonha e almeja para a categoria é possível.

 

A partida entre Corinthians x Avaí/Kindermann terá transmissão dos canais Band e ESPN, além de streaming exclusivo no twitter do Brasileirão Feminino (@BRFeminino). 

 

Pegue sua pipoca, vista o manto sagrado e Vai, Corinthians!

 

Por Victória Monteiro