É SÓ FUTEBOL?

Uma situação, pode se dizer, no mínimo questionável, fez com que o São Bento de Sorocaba entrasse em campo com dois goleiros e apenas um atleta no banco de reservas

Foto: Neto Bonvino/Bento TV

 

Nesta segunda-feira (26), o São Bento encarou o Criciúma pela série C do Campeonato Brasileiro. Mas o empate em 0x0 não teria chamado a atenção, não fosse a situação da partida. O Azulão Sorocabano tinha 21 desfalques para a partida, isso mesmo… 21, quase duas equipes completas - 15 jogadores com Covid-19, dois com sintomas, três lesionados e 1 atleta suspenso. 

O São Bento pediu adiamento da partida diante a CBF que alegou o não adiamento, pois a equipe continha 13 atletas “à disposição”, incluindo os lesionados. Por fim a equipe entrou em campo com dois goleiros, um deles na linha e apenas 1 atleta no banco de reservas.

Em nota oficial, o São Bento se colocou contra a decisão. "O Esporte Clube São Bento não compactua com a decisão da CBF em manter o jogo de hoje. Acreditamos que essa decisão coloca em risco todos os profissionais que trabalharão na partida: comissão e atletas do ECSB, comissão e atletas do Criciúma, além dos fiscais, árbitros e apoios", diz nota oficial.

Agora eu, como apaixonada por futebol, me pergunto, até onde vale a pena, qual o valor humano? Se fala tanto em empatia e a da CBF ficou onde? Em momento algum foi pensado nos seres humanos, e não só do São Bento, o risco que foram expostos todos que tiveram relação com a partida. 

Volto a dizer, não era hora do futebol ter voltado, mas já que voltou, o mínimo que se espera é o bom senso das instituições ligadas ao futebol e isso ficou bem longe desta partida. O futebol é espetáculo, não é? E nesse caso, ficou onde?

Espero que situações como essa, não mais aconteça, ninguém deveria ter que passar por estas situações, seja como equipe, como atleta, como ser humano. Faltou amor, faltou consideração, faltou tudo.

 

Por Kelly Cristine Janiro - Colunista do Portal Mulheres em Campo.

 

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.