EM DIA DE FURACÃO, URUBU NÃO VOA
A partida do Furacão deste domingo (19), aconteceu em um horário nada agradável para os boêmios: aquele fatídico jogo das 11 horas que faz os torcedores unirem suas forças para acorda cedo em pleno domingo, no intuito de não abandonar o time do coração. "Só eu sei porque não fico em casa", a música entoada no Joaquim Américo pelos atleticanos, se aplica muito bem à esses jogos.
E desta vez, ainda tratava-se de um jogo importante, contra o Flamengo, vice-líder do Campeonato, embalado, e com jogador convocado para Seleção em seu plantel. O Furacão, desfalcado, precisava vencer, para tomar o fôlego necessário e continuar na luta para sair da incômoda zona de rebaixamento, além da responsa para manter o tabu de 44 anos nos quais o rubro-negro carioca não vence o rubro-negro paranaense na Arena da Baixada. Ainda, havia a questão controvertida da "torcida única", deixando o clima bastante tenso.
Mas o que importou mesmo foi o resultado: O Furacão abotoou o Flamengo e com uma vitória maiúscula por 3 a 0 não deixou o Urubu sequer bater as asas, quem dirá levantar voo. Confira abaixo como foi o jogo.
COMO FOI O JOGO
O número três foi marcante neste jogo: Foram três gols, três defesas difíceis de Santos e três passes errados de Nikão - que nada obstante, não comprometeu.
O time começou a partida com Santos, Jonathan, Zé Ivaldo, Léo Pereira e Renan Lodi, Welington, Lucho e Raphael Veiga, Nikão, Marcinho e Pablo.
Mesmo com os desfalques de Marcelo Cirino e Thiago Heleno, o Atlético iniciou o jogo da mesma maneira como das partidas anteriores, empreendendo movimentos ofensivos e pressionando o Flamengo, sem deixá-lo respirar.
E deu certo! Aos 9 minutos de jogo, após cobrança de falta de Marcinho na intermediária, Pablo chegou no meio da zaga do time carioca e, adiantando-se, conseguiu alcançar a bola, mandando para o fundo das redes e abrindo o placar na Arena da Baixada.
Aos 12 minutos o Flamengo respondeu. Rodinei bateu de fora da área, e Santos - numa defesa incomum para ele - espalmou para dentro. No rebote, Vitinho chutou à queima-roupa, para uma defesa espetacular de Santos, que impediu o empate prematuro.
Mas não deu nem tempo do time carioca pensar. Aos 16 minutos, após bola rasteira de Pablo, Nikão chutou uma bomba para o gol, que foi espalmada pelo goleiro César. No rebote, Raphael Veiga não desperdiçou e mandou para o fundo das redes: 2 a 0 para o Furacão.
(Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo)
Logo veio o golpe fatal. Aos 20 minutos, para explosão da torcida atleticana, o Furacão marcou o terceiro. Após cobrança de escanteio de Raphael Veiga, Zé Ivaldo subiu no primeiro pau e cabeceou, sem chance para o goleirão que apenas olhou o terceiro gol do Atlético.
(Foto: @ColunaFlamengo)
Com o 3 a 0 tão cedo, era visível o abatimento do time carioca que sentiu "os fortes ventos" do Furacão. Antes do final da primeira etapa, o Flamengo teve apenas uma bola direcionada a gol, com um chute de fora da área de William Arão que parou nas mãos de Santos no cantinho direito.
No segundo tempo o Atlético continuou em cima do Flamengo, que melhorou com as substituições do segundo tempo e até se tornou mais ofensivo. Aos 17 minutos, Vitinho arriscou uma bola perigosa de fora de área, no que Santos espalmou e a zaga fez o corte.
Mesmo assim, o Atlético estava mais perto do quarto gol, do que o Flamengo do primeiro. Duas bolas na traves, uma de Nikão e outra do colombiano estreante Anderson Plata quase ampliaram o marcador do Furacão. Aos 40 minutos, Lincoln recebeu na área e tentou driblar Santos, que após sururu conseguiu ficar com a bola.
Ainda, o time carioca teve mais uma chance com Vitinho, batendo de fora da área, no que o Santos fez a terceira defesa difícil da partida e impediu o gol, pulando no cantinho direito.
Mas não deu tempo para mais nada, e o jogo terminou com a vitória maiúscula do Furacão em cima do Flamengo.
Lucho González, El Comandante, foi o melhor jogador em campo. Com a merecida braçadeira de capitão foi ele quem armou a jogada do segundo gol, enfiando a bola certeira para Marcinho fazer o cruzamento, além de anular o meio campo do Flamengo.
Os cartões amarelos saíram para Pablo, Zé Ivaldo e Léo Pereira do Furacão, e Vitinho do Flamengo.
O próximo compromisso do Atlético será contra a Chapecoense, na Arena Condá, às 19:30h de quarta-feira (22).
COMO FOI A "TORCIDA ÚNICA"
Após diversas manifestações dos torcedores nas redes sociais na última semana, contra a medida, todos estavam apreensivos para verificar na prática, como funcionaria o esquema da torcida única em um jogo no qual, como já se sabia, teria bastante público do time visitante.
Desde o começo da semana o Clube já havia informado que apenas seriam vendidos os ingressos para a torcida do Atlético. Na prática, entretanto, o que se viu nas 72 horas antecedentes ao jogo, foram filas gigantes na Arena para compra de ingressos e realização do cadastro biométrico, na maioria de flamenguistas.
E no jogo não foi diferente. 15 minutos antes de iniciar a partida uma fila gigante se formava no Espaço Sócio Furacão para o cadastro. Ao adentrar no estádio, verificou-se que, ao que parecia, seguindo as orientações DOS TORCEDORES, a maioria da torcida do Flamengo estava reunida no setor Coronel Dulcídio - originalmente da torcida visitante.
Ainda assim, era possível perceber alguns flamenguistas infiltrados espalhados pelo estádio. O clima estava um pouco tenso. Entretanto, ao que se sabe, até o momento da publicação desta coluna, não houve nenhum registro sobre episódio de agressão física ou verbal entre atleticanos e flamenguistas misturados, por uma razão bem evidente: ganhamos, e o Flamengo não fez nenhum gol. Sabemos que do contrário, a história seria bem diferente.
Aguarda-se, de forma bastante apreensiva, os jogos contra Grêmio e Vasco, cujas torcidas, sabe-se, não têm históricos de boa relação com a torcida do Atlético. Que a Diretoria abra os olhos e pare de insistir na morte da rivalidade saudável. TORCIDA ÚNICA NÃO!!!
Por Daiane Luz