EN LA TIERRA DEL COLONIZADOR GANÓ RIVER

O pós-jogo mais dolorido que já fiz na vida. Não tenho palavras que expressem o tamanho da dor que estou sentindo. Uma final de Libertadores que começou polêmica e terminou da pior forma possível para nós bosteros.

 


(Foto: @boca.juniors)

 

Depois das pedradas e do gás pimenta nos chegou um tremendo apoio, mas também alguns tiraram sarro dizendo que não queríamos jogar. Tivemos tempo de recuperar peças fundamentais no nosso esquema tático, a festa nas arquibancadas do Santiago Bernabéu foi linda demais. Se somos loucos... acho que não.

 

O amor pelo Boca, por estas cores azul e amarelo move as nossas vidas, nos faz fazer loucuras, largar emprego, maridos, filhos, a família toda para trás só para acompanhar o time. Tudo na vida passa, mas esse amor descontrolado... esse é eterno, não há nada que o destrua.

 

Há dias não se dormia. Há dias a ansiedade tomou conta de todos nós os hinchas. Fizemos as nossas promessas, estávamos como loucos. Esse domingo foi atípico. Se fizemos promessas antes esse foi o dia de renová-las e acrescentamos mais algumas aí na conta, foi o dia de passarmos mal antes da partida, de chorar de emoção por ver uma final como esta. Um Boca-River não é qualquer jogo, é simplesmente um dos maiores clássicos do mundo (quem não concorda é clubista ao extremo).

 

O primeiro dos embates foi espetacular. Um 2-2 digno de final de Liberta, onde ninguém teve a supremacia do jogo. O que esperávamos deste segundo jogo? Entrega, garra, alma, coração, todo mundo dando o sangue pela nossa camisa e nossas cores azul y oro.

 

O primeiro tempo foi espetacular. Conseguimos impor nosso estilo de jogo, ameaçavamos o rival, a cada ataque a gente via a cara dos defensores pensando em como parar Pavón, Benedetto e companhia limitada que estavam fazendo um inferno na área deles. Até que aos 43 minutos nosso esforço foi recompensado. Nández lançou para Benedetto, Pinola tentou cortar sem sucesso, e Benedetto correu, deixou Maidana (traidor, já te demos de comer e é assim que você agradece, lcdtm) e chutou na saída de Armani para nossa alegria. Um baita golaço, um gol merecido para coroar todo o esforço feito na primeira etapa. Pelo amor de Deus, Pipa é o cara.

 


(Foto: @boca.juniors)

 

Pensa em um gol que gritamos como loucos. Choramos, cantamos, nos ajoelhamos de tão emocionados.

Obs: nesse momento eu passei mal de emoção. Literalmente passei mal que tive que ser acudida pelos amigos que estavam em volta.

 

Já o segundo tempo foi só pela hora da morte. Sei lá o que aconteceu naquele vestiário. Algo bom não foi porque a maneira como voltamos para o segundo tempo foi terrível. Esquema todo bagunçado, as sobras de bola eram deles, e detalhe, eles envolviam o nosso meio campo e a nossa defesa de uma maneira que me deixava muito puta de raiva.

 

Realmente não era nosso dia. A tabela que eles fizeram resultou no gol de Lucas Pratto (aff ele de novo)... a defesa correndo atrás dos caras mas totalmente sem rumo. Na hora desse gol eu pensei: "che no pasa nada"....

Mas aí chegou a prorrogação.... e para nosso desespero Barrios foi expulso logo no primeiro minuto, o que bastou para desmantelar nosso esquema.  Era um infarto atrás do outro quando eles estavam com a bola, mas o pior estava por vir. O segundo tempo de prorrogação foi o nosso calvário. Mayada recebeu a bola no lado direito, tocou para Quintero que mandou um balaço indefensável para Andrada.

Pensa no veneno que eu estava nessa hora. Pensa na raiva.

Vamos gritar, vamos alentar....

 

O desespero foi tanto que Andrada foi para a área adversária para tentar marcar o gol do empate. Em jogada de escanteio Armani espalmou para frente e com isso eles armaram um contra-ataque mortal. Gonzalo Martínez foi lançado e sozinho, correu e marcou o terceiro gol deles, matando assim qualquer chance de reação nossa.

O caixão estava lacrado! Já era. A sétima taça não veio para casa.

 

A noite mais dolorida de toda a minha vida. Uma mistura de sentimentos que não tem explicação. Um dor inexplicável. Um coração dilacerado. Uma derrota que não estava nos planos.

 

Chorei e não foi pouco. Chorei muito, caí sim, precisei ser amparada, mas uma coisa eu digo: eu tenho um orgulho enorme de ser bostera. Ninguém se compara a nós. Os outros podem tentar, mas igualar-nos jamais. Não à toa somos HEXACAMPEÕES DA AMÉRICA.

 

Aos jogadores eu só tenho a dizer: muito obrigada por terem dado tudo dentro das quatro lindas.

Mas a um em especial mando meus parabéns: Nahitán Nández. Esse uruguaio é zica. Sente a camisa como ninguém. Los huevos que tiene el uruguayo nos dá orgullo. Que sea nuestro capitán. Él se lo merece.

Gracias Nández por dejar todo en la cancha loco. Todos nosotros te queremos.

 


(Foto: @boca.juniors)

 

Agora é levantar a cabeça, arrumar a casa e correr atrás da sétima taça em 2019.

 

A Lo Boca Se vive Mejor

 

Por Adriene Domingos