ERA O DÉRBI QUE VOCÊS QUERIAM?

Passada toda a euforia, que nos preencheu no último sábado (05), hoje, um pouco mais calmos — mas só um pouco —, vamos falar do jogo que esperamos que tenha sido o nosso divisor de águas.

Fonte: Ponte Preta

Enquanto a Ponte Preta passava os últimos dez dias treinando forte para enfrentar o Flamengo, pela Copa do Brasil, o que se via na mídia, vindo do time adversário, eram entrevistas e mais entrevistas recheadas de uma completa falta de respeito, soberba e provocações.

Desde o final de 2017, quando o GFC subiu para a série B do Brasileiro e Ponte Preta caiu para a mesma série, só se viam torcedores e vulgos jogadores em suas redes sociais, com vídeos e textões cheios de provocações. Então, eles foram campeões da série A2, enquanto a Ponte lutava para não cair, sem conseguir a classificação para a próxima fase e ficando apenas com o Título do Interior.

Convenhamos meus amigos, comparar uma Série A2 com a elite do Paulista é um pouco debochado, mas era o momento deles então que tivessem sua comemoração.

Os meses foram passando e a todo momento eles pediam o dérbi.

Nossa torcida, preocupada com o mal desempenho da equipe tinha medo, claro, mas nunca deixou de acreditar.

Chegamos para a partida tão esperada com duas derrotas no lombo. O silêncio era total no Majestoso. O ego do outro presidente era tão grande, que não foi capaz de abrir mão do jogo treino, tendo a PM que intervir e os dois foram cancelados. Coitado, mal sabia o que estava por vir.

No sábado, o clima de tensão era total do lado alvinegro. Tínhamos esperança, mas também tínhamos os pés no chão.

Aconteceu de tudo meus amigos. Ônibus que não conseguia chegar ao estádio, nossos jogadores dando a volta no estádio para chegar no vestiário. Mas o que se via naqueles olhos era o sangue pulsando pela vitória.

E o marketing? Vestiário verde e branco é para os fracos. Nosso vestiário revestido com as nossas cores, com faixas, som e imagens. Para falar que era o majestoso, só faltaram as fotos dos jogadores.

Na escalação, a torcida via que Doriva tinha entendido o recado. Vamos jogar para matar, pois o contra ataque é nosso.

Entramos em campo com tanta raça e disposição, que nem parecia a mesma Ponte Preta que enfrentou o Flamengo na quarta.

Mesmo depois de sair perdendo, a equipe não se atrapalhou em campo (obrigada Senhor Jesus, eles entenderam o valor que um dérbi tem para nós) e logo veio o empate. Mais rápido que isso foi a nossa virada, aí foi só dominar o jogo e esperar o terceiro, que veio e foi lindo!

Acreditem se quiser: viramos um jogo depois de anos luz que isso não acontecia.

Eles até tentaram, mas pouco apareceram. Três foi pouco! Precisam agradecer, e muito, a bela atuação do goleiro ou ao Felipe Cardoso, que não tocou aquela bola, porque se toca o quarto viria fácil.

O que levamos desse jogo meus amigos é que de nada adianta a soberba. O futebol se vence dentro das quatro linhas, nos noventa minutos. Não adianta dizer que “vai atropelar”! Vocês vieram a pé e nós chegamos com o trator!

Agosto está aí e podem continuar dizendo que ainda tem mais um, nós gostamos assim. E se ainda não aprenderam com o vexame de sábado, não vai ser agora que vão aprender!

Para encerrar: em Campinas continua tudo normal!

 

Por Li Zancheta

Preto e Branco é minha cor.