ESTA DERROTA PÕE NA CONTA DA CBF

Em partida irresponsável, Guarani perde para o Cuiabá dá adeus ao acesso e escancara o descaso da entidade máxima do futebol nacional com os times

É até difícil escrever o que foi o jogo porque, para começo de conversa este jogo nem deveria ter acontecido. Explico. O Guarani vive um surto de covid-19 desde a última semana. Antes do dérbi, Pablo, Marcelo, Romércio, Erik Daltro e Bruno Sávio foram afastados após o resultado positivo. 

Na rodada seguinte foi a vez de perder Gabriel Mesquita, Jefferson Paulino, Walber, Victor Ramon, Bruno Silva, Lucas Crispim e Waguininho. E, antes da partida com o Cuiabá, se juntaram a essa longa lista Bidu, Renanzinho, Matheus Souza e Giovanny, que ficaram em Campinas. E David, Mateus Ludke, Caio, Rafael Pin, Bruno Bianconi e Titi, que viajaram com o elenco para Cuiabá e receberam o diagnóstico positivo apenas no local da partida. 

O jogo que não devia ter acontecido
(Foto: Asscom Dourado)

Com isso, o Guarani tinha apenas 12 jogadores aptos a entrar em campo. O regulamento da CBF exige no mínimo 13 atletas para não adiar o jogo. O Bugre não tinha esses atletas. 

A solução da entidade máxima do futebol? Levar Lucas Abreu, que também teve covid-19 no final do ano e ainda não havia recuperado a condição física, para Cuiabá para o jogo acontecer, ou na quinta-feira, ou na sexta. 

Dos atletas que entraram em campo, Pablo e Bruno Sávio acabaram de voltar do isolamento, e ambos foram afetados pela doença de forma que não tinham condições de jogar os 90 minutos. 

Pelo contato que tiveram com os atletas infectados esse jogo trazia um risco não só para o Guarani, mas também para a equipe de arbitragem e para o Cuiabá. 

Alegar que a equipe do Dourado não tem nada a ver com os problemas do Guarani é ser conivente e irresponsável também. Em busca de três pontos fáceis, o Cuiabá expôs seus atletas a um risco desnecessário, que seria facilmente evitado se o Cuiabá apoiasse o adiamento da partida junto ao Guarani. 

Foi feio, não para o Guarani. Para o Cuiabá, que se aproxima do acesso de uma forma injusta, já que o adversário direto não tinha condições iguais de confronto, e para a CBF, que mostrou que não se importa com a saúde e nem com o equilíbrio da competição. 

Os atletas do Guarani que voltavam de covid saíram de campo passando mal. Esse é o legado desse jogo vergonhoso. 

Por Isabella de Vito 

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.