FALTOU A MÍSTICA DO ARRUDA?

 

Santa Cruz e Fortaleza disputaram a vaga para a final da Copa do Nordeste nesta quinta, na Arena Castelão e a equipe cearense levou a melhor.

Antes mesmo do apito soar, já existia uma atmosfera pessimista para os pernambucanos. Muito foco nos nossos desfalques, na diferença da divisão nacional em que os times atuam, que nos leva a grande diferença de investimento no time, além do fator “fora de casa”; este último sempre foi minha maior preocupação.

 

Fortaleza x Santa Cruz

Foto: J. L. Rosa

 

O time acostumou-se a jogar com a torcida empurrando, quase que literalmente. Nossas melhores atuações foram em casa. Fora do Arruda, a derrota parece certa. E tínhamos razão. Digo sem medo de errar: jamais teríamos perdido essa vaga se o palco da partida fosse o Arruda!

É inaceitável que um time só funcione sob pressão de seus torcedores. Esse não é o time que eliminou o CRB, o ABC e colocou o Fluminense no bolso em casa. Não tem como aceitar uma eliminação ridícula com esta.

Melhore, viu, Santa Cruz! O Campeonato Brasileiro está aí e nós EXIGIMOS o acesso.

SOBRE O JOGO

Apesar da expectativa, o Santa Cruz não foi engolido pelo Fortaleza, muito pelo contrário. Jogamos melhor no primeiro tempo, e mesmo com o Leão do Pici implorando para perder, o Santa Cruz era mais organizado, o jogo fluía melhor, mas cadê o nosso meio-de-campo?

Allan Dias sempre tentando fazer o excepcional, com aqueles passes de calcanhar ridículos, quando ainda é incapaz de fazer o básico, novamente prejudica o time. O cara parece que joga equilibrando dois sacos de cimento na cabeça. Não aguento mais!

A partida continuou se desenrolando como se fosse uma mera partida da fase de grupos, no banho-maria, e ninguém marcou.

Com o início do segundo tempo, confesso que tinha esperança que tinha rolado aquele velho “sacode” no vestiário e faríamos um gol logo no começo, mas eu nem consigo explicar o quão enganada estava.

O time da Avenida Beberibe seguiu omisso, aceitando o jogo deles, sem marcar ninguém, vivendo da possibilidade de pegar um vacilo de um dos caras e abrir o placar. Postura pobre, rasa demais para um time como o nosso, com a nossa história, com o peso que a nossa camisa tem.

O Fortaleza ficou por ali, com um poder ofensivo de baixíssima qualidade, mas com maior posse de bola, tentando achar espaço. Tenho o conceito de que quem joga para empatar, tem mais é que perder mesmo. E perdemos.

Aos 32 min, Romarinho chegou com facilidade, tirou de Bruno Ré, chutou uma bola difícil demais para Anderson chegar e abriram o placar. Eles chegavam fácil e tocavam muito a bola na área coral durante toda a etapa complementar, parecia óbvio que o gol deles viria.

Para se ter uma noção da desastrosa atuação coral, a nossa melhor chance de gol foi num chute contra do atleta adversário, Romarinho, que meteu uma bola na trave e por pouco não fez um gol para cada lado.

Ainda vimos uma tentativa revoltante de reação, mas a partida acabou e perdemos para nós mesmos.

QUEREMOS RAÇA

Essa partida não pode ser esquecida tão cedo! Esse é um belo exemplo de como não se curvar para nenhum adversário. Somos gigantes! Não aceitamos que tenhamos um elenco que se curva, que aceite menos do que a vitória. Não será admitido que essa postura medíocre adotada hoje permaneça na Série C. QUEREMOS O ACESSO!

Seguimos lutando, torcendo e cantando a tua glória, meu tricolor, mas queremos raça em campo, queremos honra a camisa.

Três cores, dois nomes, uma paixão: Santa Cruz.

Por Mara Lima