FALTOU O QUE, AFINAL?

 

Corinthians empata por 2x2 com o Independiente del Valle e deixa no Equador o sonho do título 

 

Eu que sempre faço textos polidos, focados na tática e no jogo, hoje quero fazer deste aqui uma conversa de torcedora para torcedores e, contrariando a norma jornalística, começar com perguntas: O que faltou para o Corinthians se classificar para a final da Sul-Americana? O Independiente del Valle seria um time (jamais menosprezando o adversário) que eliminaria o Corinthians? De quem é a culpa?

(Reprodução/Internet)

 

Começo respondendo de trás para frente e trazendo de volta algo que martela na minha cabeça desde o dia do ocorrido, quando Fábio Carille foi categórico em dizer que Pedrinho e Mateus Vital não estão prontos para jogar uma competição internacional. Eu discordo. Posso não ser a maior fã do futebol do Vital, mas falando sobre Pedrinho, é inegável a evolução dele a longo prazo e o quanto ele vem sendo uma peça fundamental em todas as partidas do Corinthians, em especial nesse segundo semestre. Afinal, com tantos anos de Corinthians, se Vital e Pedrinho não estão prontos, de quem é a culpa? Do treinador? Da comissão técnica? Da diretoria? Da equipe física e médica? Se não estão preparados, por que é que são escalados? Por que é que não se busca jogadores preparados? Não faz o menor sentido que um treinador do porte do Carille, treinando o clube que ele treina, jogue a própria responsabilidade no colo de quem tem um décimo de uma culpa que é coletiva. 

Tal declaração abalou o coletivo e fez, inclusive, a semana no CT Joaquim  Grava ser em clima de guerra fria (às vésperas de uma disputa de semifinal) e fez, inclusive, o comandante alvinegro mudar o discurso após a eliminação.

Eliminação essa que, a ser avaliada pelo primeiro jogo, foi muito merecida, mas que deixou um gosto amargo pelo segundo jogo que nem de longe se parece com o desastre ocorrido em Itaquera.

O Timão jogou bem e teve muitas chances de mudar sua realidade. O primeiro gol alvinegro saiu ainda aos 29 do primeiro tempo, em uma jogada bonita entre Pedrinho e Love, que terminou em um passe para Boselli finalizar e dar a primeira chama de esperança aos corações alvinegros. Jogando mais consistente e com mais segurança, qualquer um acreditaria que o segundo gol seria questão de tempo. Mas aí entra a sorte, que em diversas bolas desperdiçadas na trave, não esteve ao lado corinthiano.  O empate veio aos 23 do segundo tempo, em (mais um) vacilo da defesa, que já vem dormindo há alguns jogos. Daí para frente foi muita luta e esforço para evitar o pior. 

(Foto por Daniel Tapia/Reuters)

 

Os adversários até tentaram colaborar quando, com o Timão precisando de dois gols, um jogador equatoriano fez uma falta em Avelar dentro da área e o juiz (depois de mil horas de VAR) deu o pênalti que foi convertido por Clayson, fazendo 2x1 e mantendo vivas as chances de classificação do Corinthians. Pena que não durou muito tempo, já que minutos depois, tomamos o gol que sacramentaria oficialmente a eliminação corinthiana da Copa Sul-Americana.

Se o pedido da Fiel ao entregar os jogadores no aeroporto foi raça e entrega, não há do que reclamar. Tivemos isso. O Corinthians fez, sem dúvidas, um bom jogo e mereceu a classificação. Se não tivesse tomado o apagão ridículo tomado em Itaquera, conseguiria classificar no Equador com tranquilidade. Mas as coisas, infelizmente, acontecem como tem que acontecer. 

No meu ponto de vista, falta comando, falta pulso e falta principalmente interesse e responsabilidade por parte de quem comanda o time. De agora até o final do ano, terminar o Brasileirão em uma boa colocação, se torna mais que obrigação.

Aguardemos as cenas dos próximos capítulos, sempre conscientes de que nós vivemos e sempre viveremos de Corinthians.

 

Por Victória Monteiro, maloqueira e sofredora, graças a Deus!