FICARÁ NAS PÁGINAS DA HISTÓRIA, DA TERRA DE MANOEL ANDRÉ!

 

Foto: Reprodução da Rede Social do Clube

 

Há 68 anos surgia o clube Arapiraquense que nos encheria de orgulho, que nos faria sofrer, temer, chorar, gritar, vibrar… Há 68 anos surgia o ASA DE ARAPIRACA!

A minha história com esse clube é engraçada, é marcante, e é ela que quero contar para as próximas gerações da torcida…

Eu sempre morei praticamente na mesma rua do estádio, mas cresci em uma família que ninguém gostava de futebol! Lembro que quando eu era criança ficava encantada com aquela multidão que passava para os jogos (geralmente aos domingos), assim que o movimento na rua diminuía, eu sabia que o jogo ia começar, logo, corria para dentro de casa e ligava o meu 'radinho de pilha', mesmo sem entender de regra alguma, eu ficava ali escutando, mas sempre desligava antes do fim do duelo, pois já sentia naquela época o sofrimento (risos). 

Ao desligar, preferia ir para a porta perguntar o placar ao primeiro torcedor que passasse, e assim era rotineiramente…

Fui crescendo e lembro que enfeitava a área da casa quando era dia de final de campeonato, ou dia de algum jogo importante, de bandeira a bexigas pretas e brancas eu fazia minha festa (mesmo que sozinha)...

Quando enfim pude ir ao estádio, minha mãe sempre dizia: ''Você pode ir, mas só aos jogos durante o dia'', afinal, à noite seria mais perigoso para uma mulher que ia sozinha aos jogos, e até então não conhecia ninguém… Isso me deixava irada, eu não queria aceitar porque na minha cabeça eu sempre soube me virar sozinha, ela como mãe não entendia, mas, aos poucos, fui conseguindo 'driblar' o pensamento dela, aos poucos, ela comprava meus ingressos, pagava meu sócio torcedor, e começou a entender que ser ASA estava no meu sangue! Ela sabia que eu abria mão de qualquer coisa para acompanhar esse time.

Confesso que o comecinho da minha trajetória como mulher e torcedora não foi fácil, lembro claramente de uma frase que minha irmã ouviu de um 'amigo': "Futebol não é coisa de mulher de verdade não, viu?''... Questionaram minha sexualidade, questionaram se eu sabia o que era impedimento, questionaram se meu objetivo era arrumar namorado ou sair com jogador…

Felizmente, hoje escuto menos certas barbaridades, antes esses comentários tinham poder de destruir meus dias, hoje dou risadinha e sigo a vida, afinal, esses que questionam nunca viram meus 'corres' pelo clube, nem nunca compraram meus ingressos..

O alvinegro passou por momentos inesquecíveis durante todos esses anos! Quem não chora ao lembrar da 'Batalha do Acre' com aquela narração monstruosa de Nelson Filho? Quem não fica em êxtase ao lembrar de 2000? Quem não pira ao lembrar de quando eliminamos o Palmeiras na Copa do Brasil? Em contrapartida desses momentos de glórias, tivemos nossos momentos de tristezas… Tivemos aqueles momentos em que questionamos se merecíamos mesmo aquilo, porém, mesmo sem aceitar, a gente entende que tudo acontece na hora certa (espero que essa hora certa esteja chegando, amém).

Como ainda não podemos ter comemoração devido ao isolamento social, a diretoria alvinegra está preparando uma live com artistas da terra (Gingado e Dona Flô), e com Julinho Porradão (que já estourou nosso hino com sua voz).

Foto: Reprodução da Rede Social do Clube

 

Por fim, desejo ao meu alvinegro muitos anos de glórias, que o sucesso volte a fazer parte da nossa rotina! Que tenhamos mais torcedores de verdade, e menos torcedores de momento!

Parabéns, GIGANTE! A única certeza que você precisa ter é a que jamais te abandonarei!

 

Por: Arielly Soares, torcedora e colunista do ASA GIGANTE.

 

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna, não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.