JEFFERSON, ÍDOLO INESQUECÍVEL!

 

 

Nada como uma homenagem ao nosso ídolo no dia da sua despedida

 

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(Foto: Facebook Botafogo de Futebol e Regatas)

 

Quando pensamos em ídolos da atualidade, são poucos os clubes que podem nomear algum jogador. Graças a Deus eu tenho a honra e a felicidade de ter um ídolo atuante, tenho o prazer de ver o meu ídolo em campo, e é sobre ele que eu venho falar hoje.

Jefferson não é apenas o goleiro do Botafogo, ele é o ídolo da torcida, um jogador diferenciado que, mesmo com propostas internacionais, sempre honrou a camisa do Botafogo e nunca o abandonou. Por várias vezes declarou sua gratidão e amor ao clube alvinegro, tanto em entrevistas, como dentro de campo. Somando as duas passagens dele pelo Botafogo, já são 12 anos vestido a camisa alvinegra e algumas marcas importantes na história do clube.

Campeão da Série B 2015, do Carioca de 2010, 2013 e 2018 pelo Botafogo e da Copa das Confederações em 2013 com a Seleção Brasileira, Jefferson coleciona muitos prêmios individuais. Além dos títulos estaduais, foi eleito melhor goleiro do campeonato Brasileiro por duas vezes, e o Craque do Brasileirão em 2014.

Sua história no futebol é bem interessante, mas calma! Vou contar tudo para vocês a seguir.

 

UM POUCO DA SUA HISTORIA

Nascido no dia 02 de janeiro de 1983, na cidade de São Vicente, Jefferson de Oliveira Galvão teve uma infância simples. Caçula dos quatro filhos, morava com sua mãe e seus irmãos em um apartamento de apenas um quarto. Sempre pensou em sua família e desde pequeno fazia alguns trabalhos pra ajudar em casa. Aos 10 anos foi velocista, ajudante de palhaço em um circo por alguns dias, mas a sua paixão sempre foi o futebol. Começou como atacante na Associação Atlética Ferroviária, mas foi no gol que ele se encontrou.

 

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(Foto: Instagram oficial @j1jefferson)

 

Aos 14 anos foi aprovado pelo Cruzeiro e deixou o interior paulista para viver o sonho de ser jogador profissional. Após três anos no time mineiro, teve a oportunidade de treinar entre os profissionais e foi então que Luiz Felipe Scolari, sim! O Felipão, o promoveu definitivamente.

Aos 17 anos, no dia 23 de agosto de 2000, Jefferson teve sua estreia no profissional, vencendo o Bahia pela Copa João Havelange, o que o consagrou titular absoluto do time mineiro pelo restante do ano, mesmo com a contratação de outro goleiro. Permaneceu no Cruzeiro até 2002, quando perdeu espaço com a saída de Felipão e foi emprestado por dois meses ao América-SP.

Chegou ao Botafogo em março de 2003 permanecendo até em junho de 2005, quando foi contratado pelo time Turco Trabzonspor, onde ficou por quatro anos, sendo titular em apenas dois.

Em 2009 ele retornou ao Botafogo, onde se encontra até hoje e é o ídolo da torcida alvinegra.

 

SELEÇÃO BRASILEIRA

O sonho de Jefferson sempre foi jogar pela Seleção Brasileira. Ele até jogou pela Seleção sub-20, porém o sonho de jogar no time principal ainda existia.

Com grandes atuações no Botafogo e sendo considerado o melhor goleiro atuante no país, a realização de ser convocado veio em 2010 quando Mano Menezes o convocou para o amistoso contra os EUA. Após esse jogo, continuou sendo chamado para amistosos e para a Copa América em 2011. No mesmo ano estreou como titular no Superclássico das Américas e foi campeão sem levar gols. Em 2012 fez parte dos convocados, porém atuou como titular apenas duas vezes.

Em 2013 foi campeão da Copa das Confederações e declarou novamente o seu amor ao Botafogo quando comemorou o título enrolado na bandeira do alvinegro.

 

(Foto: Twitter oficial @Botafogo)

 

Já em 2014, Jefferson caiu nas graças da torcida Brasileira. Em jogo pelo Superclássico das Américas, defendeu pênalti batido por Messi e foi campeão pela terceira vez com a Seleção.

Em 2015 continuou sendo convocado. Infelizmente em 2016, após sua lesão, o sonho de atuar novamente e até ser convocado para a Copa do Mundo de 2018, acabou.

 

HISTÓRIA DE AMOR COM O BOTAFOGO

A primeira passagem de Jefferson pelo Botafogo foi curta. Ele chegou por empréstimo em 2003, ficando como reserva de Max durante a Série B. Em 2004 assumiu a titularidade e mesmo com o time não tendo bom desempenho na Série A daquele ano, ele se destacou com suas boas atuações. Infelizmente, a fase do alvinegro não era boa e o goleiro saiu do time sem conquistar títulos.

Quando retornou ao Brasil em 2009, após romper contrato com o time Turco, Jefferson procurou o Botafogo, mas sem sucesso. Após dois meses treinando por conta própria, na cidade de São José do Rio Preto, ele retornou ao Botafogo com um contrato de apenas quatro meses e como reserva, porém, cinco jogos depois, como titular, teve seu contrato renovado.

Sua reestreia no Glorioso foi num clássico contra o Fluminense pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro, sendo destaque do jogo com belíssimas e importantes defesas. Titular absoluto após falhas de Castillo e lesão de Renan, Jefferson salvou o Glorioso do rebaixamento em 2009. Em 2010, o goleiro caiu nas graças da torcida quando, na final da Taça Rio, ele defendeu um pênalti batido por Adriano, e sagrou-se campeão carioca daquele ano. Era apenas o primeiro título dele com a camisa alvinegra.

 

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(Foto: Facebook Botafogo de Futebol e Regatas)

 

Daí em diante, a história de amor de Jefferson com o Botafogo só cresceu. Titular absoluto, ele despertou interesse em grandes clubes europeus. Uma das propostas recebidas era para substituir Dida no Milan, porém Jefferson recusou e permaneceu no alvinegro carioca.

Em 2014 viveu bons momentos, teve boas atuações, porém não foi o suficiente para ajudar o Botafogo a escapar do rebaixamento, foi então que ele provou o seu amor pelo clube. Novamente, com grande destaque no Brasil e visibilidade internacional, graças às convocações para a Seleção Brasileira, Jefferson recebeu nova proposta para atuar no futebol europeu. Era uma boa oportunidade, já que o Botafogo jogaria a Série B em 2015, porém, nosso ídolo não aceitou e declarou seu amor pelo Botafogo permanecendo no time, mesmo com uma segunda divisão pela frente.

Em 2015, defendeu o alvinegro como se estivesse disputando um mundial. Novamente se destacou e foi um dos responsáveis pelo acesso e título da Série B.

 

(Foto: esporte.uol.com.br)

 

Em 2016 viveu um dos momentos mais tensos da sua carreira. Em jogo pela Copa do Brasil, em maio, o goleiro sofreu uma ruptura parcial no tendão do tríceps e teve que passar por cirurgia. Inicialmente a previsão era de que o goleiro ficasse cerca de três meses afastado para se recuperar, porém o destino guardava surpresas não muito agradáveis para o jogador e também para a torcida do Glorioso. Infelizmente, a cirurgia não foi 100% eficaz e em novembro do mesmo ano foi anunciado que ele passaria por outra intervenção, mas dessa vez sem previsão de retorno. Seria esse o fim da carreira do nosso paredão?

Bem, por mais que ele pensasse em parar, ele não desistiu e após treze meses afastado dos gramados, Jefferson voltou ao time alvinegro como reserva. Seu retorno como titular foi no dia 09 de julho de 2017 e ali ele provou que ainda não era a hora de dar adeus. Em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro, Jefferson ajudou o Botafogo a empatar em 1x1 com o Atlético MG, com direito a defesa de pênalti, e após o jogo ele desabafou sobre o que viveu nos últimos 14 meses longe do campo:

 

“O que eu passei nesse ano parado foi bem difícil. Pensei até em parar. Muitos não acreditavam na minha volta. Estou como Lazaro, Deus me ressuscitou para dar continuidade aos meus sonhos. Não acabou ainda.”

(Declaração do jogador em entrevista)

 

Mesmo com boa atuação, Jefferson voltou para a reserva, porém nunca se sentiu incomodado. Quando sondado sobre possível retorno a titularidade após falhas de Gatito Fernandez, humildemente Jefferson disse a Jair Ventura, treinador do Botafogo naquele momento, que não era justo punir o paraguaio daquela forma, e com isso terminou o ano sem atuar novamente.

Em 2018, Jefferson e Gatito acabaram revezando a titularidade, porém em abril, com a lesão no punho de Gatito, Jefferson teve a chance de voltar definitivamente ao time titular. No dia 06 de junho entrou para a história do clube atingindo a marca de 454 jogos pelo Botafogo. Atrás apenas de Garrincha e Nilton Santos, Jefferson é o primeiro goleiro e o terceiro jogador que mais jogou pelo Botafogo.

Tudo ia muito bem após seu retorno, até que no clássico contra o Flamengo, em julho, o goleiro foi atingido brutalmente e teve que ser substituído. Foi então que veio a má notícia. Em exames foi diagnosticado que ele sofreu uma contusão séria na traquéia, algo tão grave que em entrevista ao GloboEsporte.com Jefferson revelou que correu risco de morte.

Novamente, ele se viu longe dos gramados e sem previsão de retorno. Com aposentadoria marcada para o fim de 2018, ele permaneceu buscando sua recuperação e sonhando com uma despedida nos gramados.

Muitos não acreditavam que ele se recuperaria, mas novamente ele mostrou sua força e voltou a ser relacionado para os jogos. Infelizmente, ele não desistiu da aposentadoria e hoje, 26 de novembro de 2018, ele fará o seu jogo de despedida.

 

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(Foto: Facebook Botafogo de Futebol e Regatas)

 

Para nós alvinegros o sentimento de vazio com essa notícia é muito grande! Sempre vimos nosso Paredão como nosso porto seguro, como nosso salvador em momentos difíceis. É impossível pensar em Jefferson e não lembrar da final do Carioca em 2010, não lembrar das várias defesas milagrosas, é impossível não lembrar das várias vezes que ele declarou seu amor ao Botafogo.

Nosso coração está triste, está apertado... É impossível conter as lágrimas sabendo que em 2019 não teremos mais nosso ídolo em campo.

Neste dia de despedidas e homenagens, nós torcedores só temos a agradecer a você tudo o que fez pelo nosso Botafogo! Muito obrigada por todo respeito, amor e dedicação que sempre teve ao vestir a camisa alvinegra. Toda a sorte do mundo nessa nova etapa da sua vida e que o Botafogo continue sendo parte da sua vida.

Tenho muito orgulho e felicidade por ter tido a oportunidade de vê-lo jogando e se Deus quiser poderei contar para os meus filhos que foi Jefferson!

 

OBRIGADA POR TUDO PAREDÃO!

 

Saudações Alvinegras!

Por Leilane Pereira