MUITO ALÉM DE UMA PARTIDA DE FUTEBOL

 

Foto: Reprodução Internet

Se por um lado a crise política, econômica e social vem assolando o país da Venezuela, no assunto futebolístico a seleção vive outra história, com um final mais feliz.

A vinotinto, como é conhecida pela cor do seu uniforme, está no seu melhor momento e demonstra clara evolução. A seleção que até então é vista como "azarada", vai em busca de mudar essa má fama.

Porém, se engana quem pensa que será um jogo fácil, o adversário de amanhã será a seleção que carrega o título de maior campeã de Copas do Mundo, a seleção Brasileira.

O jogo acontecerá nesta terça (18), na Arena Fonte Nova, na Bahia de todos os santos, às 21H30, (Horário de Brasília). A Venezuela, ocupa a terceira posição somando apenas um pontinho.

Se por um lado a seleção canarinha vem bem, por outro não podemos falar o mesmo da Venezuela. Os venezuelanos, vêm de um empate em 0 a 0 com o Peru, na estreia da Copa América.

Se o resultado obtido em Porto Alegre não pode ser considerado ruim para as pretensões da seleção vinotinto, a estreia traz um prejuízo: o zagueiro Luis Mago foi expulso e impedirá o técnico Rafael Dudamel de repetir a escalação diante do Brasil.

No torneio, as equipes já se enfrentaram sete vezes, registrando seis vitórias para os brasileiros e um empate. O último jogo entre Venezuela e Brasil foi na Copa América de 2015, e a seleção brasileira saiu vencedora pelo placar de 2 a 1, com gols de Thiago Silva e Roberto Firmino.

Após o jogo contra o Peru, o treinador Rafael Dudamel foi questionado sobre o jogo contra o Brasil e ele falou as seguintes palavras:

"Vamos jogar com respeito e admiração. Mas sem complexos. Vamos jogar com segurança, como nos caracterizamos. Cuidados normais de quem vai enfrentar um dos candidatos ao título. Sabemos que será um jogo lindo, excelente para jogar. Sabemos o que significa o jogo e vamos focar em tomar as melhores decisões", completou o treinador.

O atacante Salomón Rondón, que é um dos destaques em quesito de liderança da equipe venezuelana, falou sobre a expectativa de enfrentar a seleção brasileira.

Confere abaixo:

"Estamos bem, vamos enfrentar o Brasil e a Bolívia e no meu ponto de vista o grupo está bastante coeso e vamos pensar no próximo jogo em fazer uma boa partida e quem sabe ganhar o jogo." finalizou.

 

SOLIDARIEDADE A GENTE VÊ POR AQUI

Muitos costumam dizer que futebol e política não se misturam, porém não é isso que um grupo de refugiados venezuelanos pensam.

Jonh, Francisco e Jose Angel são venezuelanos e não estão na capital baiana por opção, mas por necessidade. Eles escolheram recomeçar a vida em Salvador e confessam que estão com o  "coração dividido".

Jonh disse à reportagem da ESPN que era mecânico na Venezuela, tinha um ônibus, mas, pela situação no país, teve que tomar uma decisão muito dura: deixar a mulher e o filho.

Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), quatro milhões de venezuelanos já saíram do país em meio a uma crise econômica e humanitária.

Jonh, Francisco e Jose Angel vivem em Salvador. Jonh explicou que na terra natal dele não tinha mais trabalho e a luta no dia a dia era tentar arranjar um dinheiro para comer.

Jose Angel contou que na Venezuela estudava engenharia e informática, mas a situação foi piorando e que de repente não tinha mais transporte para ele ir para a faculdade.

Ele também afirmou que não via perspectiva de emprego e tinha medo de sair na rua e roubarem todos os pertences dele. Desesperado para sair, ele então vendeu o notebook e veio para o Brasil.

Para eles, a capital baiana foi literalmente o destino: Salvador!

 

Foto: Reprodução/ESPN

Jonh, Francisco e Jose Angel garantem que vão torcer para as duas seleções: "É um sentimento compartilhado". A vitória da solidariedade, essa sim, já pode ser comemorada.

"Obrigado, Bahia!"

 

PROVÁVEL ESCALAÇÃO DA VENEZUELA

Fariñez; Rosales, Chancellor, Feltscher e Villanueva; Moreno, Herrera e Rincón; Savarino, Rondón e Murillo.

Técnico:  Rafael Dudamel

ARBITRAGEM

O árbitro da partida será de Julio Bascuñan, auxiliado por Christian Schiemann e Claudio Rios.

O árbitro de vídeo (VAR): Roberto Tobar (quarteto chileno).

 

Por Elluh Ferreira