Muito prazer, eu sou Bangu

 

Uma das canções entoadas pela torcida do Bangu diz: “te peço que jogue para frente/honrando nosso bairro/honrando sua gente”. Na partida de quinta-feira contra o Vasco no Maracanã, pela semifinal da Taça Rio, ficou claro que o time entendeu o recado das arquibancadas.

 

Foto: Nayra Halm


 

Por isso, mesmo com a derrota de 1x0, você não encontrará um banguense sequer que não esteja orgulhoso do desempenho da equipe. A classificação para a final não veio, mas uma coisa ficou clara: o Bangu é gigante e está voltando ao seu lugar.

 

Independentemente do resultado, a noite era de festa para os banguenses. A torcida fez a sua parte, e compareceu em peso ao Maracanã, que se iluminou de vermelho e branco para receber o time da Zona Oeste como mandantes.

 

Em uma reunião de gerações, torcedores que viveram o bicampeonato estadual em 66 e viram o inesquecível Bangu dos anos 80 se uniram a jovens na casa dos 20 anos ou menos que não conheceram os dias de glória do time, e que viveram pela primeira vez a sensação de ver o Bangu brigar por um título de maior expressão. E essa união deu origem a um coro de vozes apaixonadas que empurrou o time por 90 minutos sem parar.

 

Nada indicava que seria um jogo fácil, pelo contrário. O Vasco precisava da vitória (já que um empate classificaria o Bangu) e foi pra cima desde os primeiros minutos de jogo, mas apesar do bom volume de jogo, o time pecava nas finalizações. Aos 25 minutos do primeiro tempo, depois de muita pressão, o Vasco teve sua melhor chance com Bruno Cesar, que recebeu cruzamento pela direita e bateu de primeira para o gol, obrigando Jefferson Paulino a fazer grande defesa. Pouco depois, aos 28, foi a vez do Alvirrubro levar perigo à área com Yayá Banhoro, que bateu forte da intermediária, mas o goleiro Fernando Miguel afastou.

 

O segundo tempo também começou bastante movimentado. O Bangu, que àquela altura estava um pouco mais recuado do que de costume, tentava aproveitar os contra-ataques puxados pelo veloz Jairinho (um dos melhores em campo), mas encontrava dificuldades para penetrar a área vascaína.

 

Já pelo lado vascaíno, muitas bolas levantadas na área e pouca pontaria. Até que aos 12 minutos a pressão surtiu efeito: Rossi cruzou pela direita e encontrou Tiago Reis na área. O jovem atacante subiu mais que a defesa e cabeceou para o chão para abrir o placar para o Vasco, sem chance para Jefferson Paulino.

 

Procurando não se abalar com o gol, o Bangu saiu jogando, na mesma proporção que sua torcida continuou a cantar. Aos 27 minutos, Anderson Lessa recebeu em profundidade e marcou o gol do empate e da classificação, mas a assistente marcou impedimento de Lessa no lance - posteriormente confirmado pelo árbitro de vídeo, o famoso VAR.

 

Daí pra frente, seguimos todos. O Bangu seguiu atacando e insistindo até o último minuto, e nós seguimos cantando até o fim. Aliás, até depois do fim. Mesmo após o apito final, nossas vozes seguiram ecoando.

 

Cantamos em homenagem ao elenco, à comissão técnica, às nossas glórias passadas, à campanha deste ano (a melhor dentre todos os times no segundo turno), e cantamos principalmente em homenagem a nós e nosso bairro. E a luta não termina aqui: estamos classificados para a semifinal geral do Estadual (com data e adversário ainda a confirmar, a depender do campeão do segundo turno), e nós seguiremos cantando nosso orgulho para o mundo inteiro ouvir, cada vez mais alto.

 

A partida

 

Bangu 0x1 Vasco - Campeonato Carioca, Taça Rio, Semifinal, jogo único - 28/03/2019

 

Estádio do Maracanã (Rio de Janeiro - RJ)

Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães

Assistentes: Rodrigo Figueiredo Henrique Corrêa e Andréa Izaura Maffra Marcelino de Sá

 

Bangu: Jefferson Paulino; João Lucas (Robinho, 44'/2ºT), Rodrigo Lobão, Anderson Penna e Dieyson; Felipe Dias (Alex Chander, 31'/2ºT), Marcos Junior e Felipe Adão (Rhainer, 16'/2ºT); Yaya, Jairinho e Anderson Lessa. Técnico: Ado.

 

Vasco: Fernando Miguel; Cáceres, Werley, Leandro Castan e Danilo Barcelos; Bruno Silva, Lucas Mineiro e Bruno César (Thiago Galhardo, 33'/2ºT); Rossi (Marcelo Mattos, 48'/2ºT), Marrony e Tiago Reis (Pikachu, 38'/2ºT). Técnico: Alberto Valentim.

 

Gols: Tiago Reis, 12'/2ºT (0-1);

 

Cartões amarelo: Yaya (BAN); Leandro Castan (VAS).

 

Por: Gabriella Lima