NÃO É FÁCIL PERDER QUANDO TUDO O QUE VOCÊ QUER É GANHAR


 

(Foto: Rui Santos/Paraná Clube)

 

A noite de quarta-feira (26) não terminou da forma como gostaríamos. Em nossas cabeças, o final feliz era com uma classificação, com a festa do azul, vermelho e branco, contrariando todos. Infelizmente não deu. O Tricolor encarou o Botafogo pela terceira fase da Copa do Brasil e, mesmo lutando até o final, o time carioca levou a melhor e venceu por 2x1.

 

Não temos como culpar um ou outro apenas, nossa derrota precisa ser em grupo também. Tivemos muitas falhas que nos custaram a classificação. O Paraná conseguiu realizar um bom primeiro tempo, fomos até superiores a um time que possui um investimento enorme para disputa de Série A. Não nos acovardamos, sabíamos exatamente o que era necessário fazer, sabíamos que ainda era preciso reverter o placar negativo.

 

Nosso maior pecado: finalizações e última bola. Tivemos chances claríssimas de abrir o placar, de descontar a vantagem do Botafogo ainda no primeiro tempo. Nesse ponto realmente é difícil dizer se a responsabilidade e o psicológico tiveram peso no desempenho do time. A verdade é que falhamos e que, dessa vez, nos custou muito.

 

Voltamos para o segundo tempo com o time visivelmente mais cansado. A partida exigiu um desempenho físico maior de nossos atletas e isso nos afetou também. Para essa questão, não tenho como isentar Allan Aal de seus erros. Não tem como entender o motivo de um técnico que precisa virar o resultado e está enxergando seu time cansado, executar sua primeira alteração aos 37 minutos do segundo tempo.

 

(Foto: Rui Santos/Paraná Clube)

 

Posso dizer com tranquilidade que eu sou defensora do trabalho de Allan Aal e de sua permanência no cargo, ele já provou que vem fazendo um ótimo trabalho. O problema é que essa mania de mexer o time depois dos 35 minutos da etapa final não condiz com o que precisamos no momento do jogo. Em um jogo decisivo, precisando marcar pelo menos mais um gol e não levar nenhum, o jogador que entra para participar dos 5 minutos finais sequer tem tempo de aquecer bem o corpo.

 

Suas substituições também podem ser questionadas. Nosso técnico mexeu muito mal no time, não conseguimos nem despertar algo a mais no restante do elenco para que fosse possível buscar o resultado. Para finalizar, Juninho cometeu pênalti no final da partida e fez com que o Botafogo conseguisse abrir a vantagem no placar, decretando de vez nossa queda na Copa do Brasil.

 

Poderíamos destacar cada erro individual aqui, falar sobre a atuação de cada um e citar todos os pontos que nos fizeram perder a vaga e, por consequência, a bolada da premiação. Mas precisamos ser coerentes com o que assistimos, precisamos ter a cabeça no lugar para entender que nossa evolução com esse elenco é nítida. Batemos de frente com um Botafogo que todos apostaram que daria um baile no Paraná. Não foi o que vimos, o Botafogo jogou o suficiente para encontrar o gol em uma falha da nossa marcação.

 

É difícil lidar com uma derrota assim pois sabíamos que éramos capazes de ir além, mas não adianta chorar o leite derramado. Sabemos de nossas limitações, conhecemos nosso elenco e, ao meu ver, lutamos até o fim. Mesmo com todas as dificuldades, mesmo com todos os problemas, lutamos até o último minuto e caímos com a cabeça erguida.

 

O foco agora é total no Campeonato Brasileiro e em buscar o acesso. Se existe algo que podemos tirar de positivo disso tudo é a resiliência desse grupo. Que possamos continuar evoluindo, que cada jogador que veste nossa camisa tenha em mente o seu próprio crescimento e o crescimento do clube. Vamos voltar mais fortes e continuar traçando um caminho de vitórias.

 

Por Gabrielle Bizinelli

 

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não representam, necessariamente, o Blog Mulheres em Campo.