NO GRITO E NO CHORO

Com direito a grito e choro, o Furacão iniciou o segundo turno com a primeira vitória depois de 11 partidas na seca

 

(Foto: Athletico Oficial)

 

Neste sábado (07), o Furacão recebeu o Fortaleza na Arena da Baixada, em partida que marcou o início do segundo turno do Campeonato Brasileiro de 2020 para o time paranaense. Terminando o primeiro turno na vice-lanterna, e há 11 jogos de jejum, o time do Athletico reencontrou a famigerada vitória, e, ao que parece, a vontade de jogar.

A equipe foi comandada pelo preparador físico Túlio Flôres, já que Autuori estava cumprindo a última das duas partidas de suspensão recebidas de quando ainda estava no Botafogo, e os auxiliares foram recentemente desligados (Eduardo Barros e Rogério Corrêa). Só essa informação, que deu a impressão de um time absolutamente sem direção, já assustou os torcedores que ainda se recuperavam da já esperada - porém não menos dolorida - desclassificação da Copa do Brasil diante do Flamengo na última quarta-feira (4).

E a postura com a qual a equipe entrou em campo no primeiro tempo deu mais que raiva. Deu vergonha. Verticalidade zero, finalização zero, efetividade zero, vontade zero. Em épocas muito difíceis, nem santo ajuda, e o nosso Santos quase entregou na primeira metade, em uma saída de bola errada que só não foi convertida em gol pela equipe do Leão do Pici porque Pedro Henrique conseguiu tirar de voleio, a bola que caprichosamente ia entrando na meta atleticana.

Mas a defesa confusa e distante não aguentou por muito tempo. Foi pelo lado de Márcio Azevedo que o Fortaleza chegou, e Bergson chegou no meio praticamente livre e de frente para Santos recebeu o cruzamento na medida, para marcar sem dó. Mesmo que o jogador não tenha comemorado contra seu time anterior, aquele gol doeu. 

Depois disso, foi só ladeira abaixo. Mais um erro de Santos, novamente salvo por Pedro Henrique, quase permitiu que o marcador fosse ampliado para os visitantes. No intervalo, antes do retorno para o vestiário, Wellington convocou os jogadores no gramado para uma reunião rápida. Algo realmente precisava ser feito.

Logo no início do segundo tempo já foi possível sentir que o time tinha outra postura. Lutava mais, corria mais, explorava mais os espaços e chegava mais ao ataque. Mas ainda não estava efetivo. O Athletico chegou a levar mais um gol de Bergson, mas foi anulado por impedimento. Foram então promovidas as primeiras substituições e foi justamente a entrada do criticado Carlos Eduardo que deu certo, já que foi ele o autor do gol do empate, após cruzamento de Kayzer.

 

(Athletico Oficial)

 

Ao marcar o gol CADU GRITOU! Um grito entalado, de força, de vontade e de incentivo. Foi um grito para que o time não parasse. E o time não parou. Ao contrário disso, continuou insistindo, meteu uma bola na trave, e daquele jeito que só o Athletico sabe fazer, aos 46 minutos do segundo tempo, no apagar das luzes, o incansável Kayzer roubou a bola na área e marcou, virando o jogo e decretando o 2 a 1 para o Furacão.

Ao marcar o gol, KAYZER CHOROU. Um choro entalado, de força, de vontade e de alívio. Ao final do jogo, ainda emocionado, o centroavante contou o que os companheiros conversaram no gramado: “Fizemos um pacto de acreditar até o final”.

 

Mesmo com a vitória o Athletico permanece na zona de rebaixamento, mas com um jogo a menos consegue respirar e ver uma luz no fim do túnel. O próximo jogo será apenas no próximo sábado (14), contra o Goiás.

 

Acreditar até o final.

Pra cima Furacão.

 

Por Daiane Luz

 

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.