O INTERNACIONAL DE EDUARDO COUDET

Na noite desta terça-feira (03), o Internacional pôs oficialmente seus pés na Libertadores e fez uma estreia de luxo na fase de grupos.

 

Foto: Ricardo Duarte

 

Noite de terça-feira, estreia do Sport Club Internacional na Copa Libertadores da América, depois de encarar 4 jogos pela fase classificatória, aqui estava o Colorado para estrear e talvez nem o torcedor mais otimista imaginava ver o que viu esta noite.

Sem poder contar com D’Alessandro, que cumpriu suspensão pela expulsão na última partida, e que é indiscutivelmente uma peça muito importante do meio campo para a frente El Chacho, como de costume, deixou todos à mercê de “imaginar” como seria seu meio campo ideal.

Coudet ligou a equipe no 220 logo de cara, se a dúvida podia estar entre a entrada de Marcos Guilherme e Tiago Galhardo, El Chacho já pôs os dois de uma vez só. Sacou Rodrigo Lindoso da dupla mais questionável do seu trabalho Musto + Lindoso, e alocou ali Marcos Guilherme, deixando Galhardo mais à frente.

Partindo de um time rápido e ofensivo, o Colorado que entrou em campo impôs uma intensidade que há muito tempo não se via na Padre Cacique. Em 2:30min de jogo o Inter já tinha para si um escanteio e um contra ataque que por falta de uma leve calibrada não encaixou perfeitamente no toque final.

Menos de 3’ e além da bela jogada já tínhamos também um cartão amarelo na conta, Cuesta foi amarelado, na minha opinião exageradamente.

 

Foto: Ricardo Duarte

 

O time seguiu, veloz, intenso, mas também um pouco nervoso. À medida que as chances de gol na primeira etapa iam sendo jogadas fora, o time sentiu um pouco. Em números, só nos primeiros 45 minutos foram 8 chances de gol.

Uma ligação em perfeita sintonia que começava na zaga e fazia a bola chegar redondinha no ataque, com poucos lançamentos a agilidade e a leveza do time conseguiram carregar a bola, mas faltou a “danada” entrar.

Na volta para a etapa final o time “deu uma respirada”, a preocupação era de que não se manteria a mesma intensidade e correria do primeiro tempo pelos 90’ de jogo, mas a equipe conseguiu voltar com a mesma pegada.

Aos 15”, falta centralizada na entrada da grande àrea, eu sinto que o goleiro da Universidad terá pesadelos com a perfeição da cobrança, estático ele viu a bola morrer no fundo da rede e o peruano correr para o abraço.

E DESENCANTOU, 7’ mais tarde depois de uma marcação forte na saída de bola Tiago Galhardo serve Guerrero e a bola vai morrer desta vez carinhosamente lá no fundinho da goleira.

Internacional 2 x Universidad Católica

 

Foto: Ricardo Duarte

 

E para quem ainda está em processo de desacostumar-se da cultura de “faz um gol e retranca”, seguiu perplexo novamente pela postura do time, insaciável em busca de aumentar o placar, 4’ mais tarde (eu ainda comemorava o segundo gol), como um “relâmpago”, Marcos Guilherme recebeu do homem da noite, Paolo Guerrero e marcou o seu.

Nos minutos seguintes o argentino promoveu duas substituições, Lindoso no lugar de Boschilia e uma substituição que gera alguns “gatilhos” na torcida, saiu Victor Cuesta para a entrada de Bruno Praxedes.

Ainda deu tempo do Colorado perder mais um gol, Praxedes num passe perfeito deixou Galhardo nas “fuças” do goleiro, mas o 17 desperdiçou a oportunidade.

 

Dadas as emoções da partida que fez brilhar os olhos dos mais incrédulos, precisamos falar de Eduardo Coudet.

 

Foto: Ricardo Duarte

 

Chacho chegou a ser questionado algumas vezes por suas opções, mesmo tendo um pouquíssimo tempo de trabalho e uma carga de jogos com viagens longas em muito pouco tempo, teve por alguns veículos de comunicação seu trabalho posto em “xeque”.

Mas nesta noite pode pôr em campo, desenhadinho, para aqueles que precisam sempre de um pouco mais para acreditar. Coudet mostrou em campo o que vinha falando , e olha que o argentino não gosta de falar tanto assim.

Fez os jogos seguros necessários para se classificar á Libertadores, agora já na fase de grupo deu mais liberdade aos seus jogadores, um time muito mais rápido e leve, a percepção de não seguir na insistência do erro com Musto e Lindoso jogando juntos e no peso que isso carregou em algumas partidas.

Edenilson que desde o meio do ano de 2019 vem tendo feito partidas muito abaixo de seu potencial, fez um jogo digno da temporada de excelência de 2018.

A facilidade que tem de por garotos em campo como Bruno Praxedes e o quanto está lapidando o guri que tem muito futebol nos pés, também é mérito da casamata.

 

Com o aval de Eduardo Coudet, estou oficialmente contente e iludida com a apresentação de gala que fez o Internacional.

 

De torcedora para torcedora, Jéssica Salini

 

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Blog Mulheres em Campo.