O manto que honra o RN
O manto que honra o RN
Créditos: Andrei Torres/ABC FC
“Tenha fé em Deus, tenha fé na vida”, a trilha sonora do jogo de ontem poderia claramente ser essa, porque foi um verdadeiro teste para cardíacos meus amigos!
Não me recordo mais qual o último jogo em que vimos longas filas e os torcedores cantando na entrada dos portões, mal sabíamos ali que o estresse de não conseguir entrar cedo no estádio não seria 1% do que apreciamos nas próximas duas horas.
O ABC entrou em campo ao som de fogos e a torcida começou o apoio, sabíamos que não seria um jogo fácil, mas ninguém imaginou que seria um desespero generalizado enquanto a bola rolava.
Após o apito inicial o time da casa largou na frente na tentativa do gol, Xavier (que continua melhorando seu desempenho cada vez mais e nos surpreendendo positivamente) lançou para Éder que terminou a jogada com a bola nas mãos de Rodolfo, goleiro maranhense. Sobre o pênalti não marcado para o ABC logo no início do jogo, nada novo sob o sol né?
Mesmo indo atrás das chances o ABC perdia, errava passes fáceis, se complicava e a cada minuto que passava a preocupação era maior. Aos 38’ o ataque do Moto surtiu efeito, Arcanjo e Diego Vitor fizeram a jogada e Márcio Diogo marcou. O Moto Club abriu o marcador para alegria dos 23 torcedores que estavam na torcida visitante, e temporariamente encabeçavam 1 milhão de reais.
Pedra, desculpa, mas tem jogo que não dá para te defender. Um erro no lance do jogador, quase levou ao segundo gol. Diego Vitor soube aproveitar, mas na hora de finalizar caiu na área com Edson Paredão. O juiz entendeu que não foi nada e mandou seguir o jogo. Sabe o karma? Pois é, os times estavam kits, um pênalti não marcado para cada lado e fim do primeiro tempo.
O segundo tempo não foi menos dramático, o time parecia que tinha sido sacudido no vestiário e diferente do primeiro tempo mostravam disposição e garra. Ivan foi pra cima, mas Rodolfo defendeu.
A essa altura do campeonato a torcida misturava os sons entre aplausos, músicas de apoio e muitas vaias.
Aos 12’, Márcio Diogo (é, ele de novo) marcou para o time visitante, pronto, nessa hora já era possível ver essa colunista que vos escreve, ajoelhada e chorando, pensando porque não escolhi um esporte que fizesse sofrer menos.
Após o segundo gol, alguns torcedores começaram a sair do estádio. Não me cabe os xingar, mas não cabe também a estes torcedores dizerem que apoiaram o seu time, o povão não canta, vaia e ainda sai antes do término do jogo, estão no estádio para quê? Jogo grande é bom, mas o apoio vem todos os dias.
Voltamos a programação normal e em cartaz viamos um ABC que buscava a vitória, mas que só conseguia tomar um balde de água fria na cara. Era o jogo do ano (até então) e essa novela não poderia ter um final triste, não para o ABC.
Créditos: Andrei Torres/ABC FC
Mas Mau Mau estava em campo e deu o pontapé inicial para mudar os 30 minutos que ainda restavam. O zagueiro aproveitou um escanteio e cabeceou para balançar a rede e agitar os coraçõezinhos alvinegros. Ainda existia esperança.
Após encontrarmos a luz no fim do túnel, o elenco desabou em tentativas. Guedes tentava para Rodrigo Rodrigues (guardem o nome desse homem), Ivan cruzava para quem aparecia, Pedra tocava para Ivan numa tentativa falha de chegar na pequena área, RR cabeceia, Maurício também e nesse meio tempo, o Moto Club também tentou o seu, afinal, empate era pênaltis e o único que buscava esse resultado era o time da casa.
Quando o coração dispara, tropeça, quase para… Eis que surge o homem do jogo (junto com Maurício que tem todo o seu mérito é claro): Ivan levantou a bola na área e RR sozinho meteu um golaço de cabeça para fazer tremer o Estádio Maria Lamas Farache!
Era mesmo um jogo para pênaltis...
O time saiu de campo e ainda podia se ouvir os gritos da torcida, era um misto de alegria e choro que nem se eu pudesse upar 10 vídeos vocês conseguiriam sentir. Só quem é vai entender!
Chegado o momento, era hora do show… A torcida migrou inteira para o módulo 3 onde seriam batidas as penalidades máximas e de longe podia se ouvir “ é o melhor goleiro do Brasil, EDSON!”.
Ivan bateu o primeiro, e fez o dever de casa. Gol para o Mais Querido, Edson também assinou a listinha de presença e defendeu o pênalti de Márcio Diogo; ele mesmo, o autor dos dois gols no tempo normal de jogo.
Éder marcou o seu para o ABC e Alisson do Moto Club também… Anderson do Mais Querido bateu no gol e Mateus do Moto também balançou a rede, 3 a 2 para o time da casa. Era hora de Maurício bater, e olha, esse deu medo! Mau Mau virou o corpo inteiro de lado e quem não sentiu um fiozinho de medo dele errar está mentindo… Gol! A comemoração foi mútua.
Créditos: Andrei Torres/ABC FC
Arcanjo bateu para o Moto e chegava a vez de RR, nosso último pênalti. O homem que fez o gol de empate que levou as penalidades máximas foi o mesmo que nos classificou marcando o 5° e último gol. Rodrigo nenhuma palavra que eu escreva vai conseguir demonstrar a minha gratidão, obrigada!!!
A torcida agradecia ajoelhada, chorando, gritando, pulando, correndo e se abraçando porque futebol é isso, é emoção, é amor, é desespero e essa mistura de sentimentos você jamais sentirá do sofá!
Obrigada Edson, mesmo sob vaias você soube fazer o seu trabalho sem perder a cabeça, obrigada Ivan e Xavier pelo esforço em buscar a vitória durante os 90 minutos, obrigada Maurício e RR vocês honram a camisa que veste, obrigada a todo o elenco. E claro, obrigada ABC por me proporcionar tudo isso em uma noite só sem me fazer infartar.
O próximo desafio do time alvinegro é pelo campeonato Estadual no domingo (10), às 17h para mais um ex-clássico contra o América de Natal. Nos vemos na Arena!
Ficha Técnica:
ABC: Edson, Ivan, Mauricio, Adalberto, Pedra, Jonathan, Guedes, Xavier, Neto, Éder e Rodrigo Rodrigues.
Moto Club: Rodolfo, Diego Renan, Lucas Hulk, Alisson, Lucas Dias, Mateus, Marcio Diogo, Naílson, Diego Vitor, Juninho Arcanjo e Evandro Russo.
Público total: 6.141
Renda total: R$ 77.900,00
Pelo ABC FC sempre!
Ana Neves