O QUE SE PERDE QUANDO NÃO ARRISCA? A VAGA PARA A FINAL...

 

É só isso, não tem mais jeito, acabou. Nesta quarta-feira (31), chegou ao fim nosso sonho de conquistar a América mais uma vez. É triste, frustrante e doído, mas talvez não devemos iniciar uma caça às bruxas, talvez...

O Palmeiras ontem mostrou mais vontade em campo, o que não aconteceu em Buenos Aires, e pagamos o preço por isso. O time em campo nada lembrou aquele time apático que perdeu de 2 a 0 no La Bombonera.

Era difícil reverter, nós sabíamos, mas dizer que não acreditávamos é mentira. O Verdão precisava fazer os gols, e fez. Mas não podia levar gol, e levou.

A noite foi cheia de emoções, fomos da esperança ao céu, e depois ao inferno, em pouco mais de 90 minutos.

Logo no começo, aos 9 minutos, Bruno Henrique abre o placar, para incendiar mais a torcida e reforçar a esperança alviverde. Começou bem, vamos que dá. Mas aí...o gol foi anulado. Confirmado pelo VAR, Deyverson estava impedido. A jogada começou em Lucas Lima, que lançou para Deyverson dominar e soltar de ponta para Dudu, que cruzou rasteiro para Bruno Henrique mandar pro fundo da rede. A torcida explodiu num Palestra Itália lotado, mas minutos depois essa alegria se tornou frustração com a anulação do gol. E, infelizmente, o time sentiu.

Bruno Henrique lamenta gol anulado. (Foto: Ricardo Moreira / Fotoarena)

 

O Verdão foi eliminado, mas não no jogo de ontem. Foi eliminado no La Bombonera, onde fez uma partida covarde, regada a chutes, chances perdidas e pouca vontade de atacar o adversário. Estamos com raiva, frustrados, procurando culpados, querendo alguém para apontar o dedo e acusar. E nesse momento, a atuação no jogo de ida se mostrou a maior culpada.

Essas duas partidas mostraram a fragilidade no Palmeiras, temos um bom elenco, bons reservas, mas não o suficiente para se manter forte em duas competições. O time demonstrou o resultado de todo o desgaste do calendário corrido.

Após o baque pelo gol anulado, um Palmeiras guerreiro (mas um pouco atordoado), seguia tentando reverter a situação, até que numa falha de Luan o centroavante Ábila marcou para os argentinos aos 18 minutos do primeiro tempo. Fomos para o intervalo amargos com o resultado. Mas o Verdão mostrou que estava disposto, que iria brigar até o fim (coisa que deveria ter feito desde o primeiro jogo), marcou 2 gols em 15 minutos na segunda etapa, com Luan e Gustavo Gómez de pênalti. Estávamos vivos, a esperança da torcida foi reacendida. E quando parecia que iríamos mesmo fazer o terceiro, o atacante Benedetto mostrou que estava mesmo afim de estragar a festa. Autor dos dois gols na ida, marcou o gol de empate aos 25, com um disparo cruzado de fora da área. Um balde de água fria.

O desespero tomou conta, os chutões voltaram a aparecer, a tentativa da bola área a todo custo. Mas rifar a bola não era a solução. Terminamos com um 2 a 2 que nos tirou a chance de tentar novamente ganhar a América.

 

(Foto: AFP)

 

Viramos novamente a chave para o campeonato brasileiro. Com o gosto amargo da eliminação, é hora de focar no final da temporada para tentar esquecer essa noite, que foi um misto de euforia e tristeza, revezados a cada gol marcado e a cada gol sofrido. É momento de erguer a cabeça para seguir em frente, mas também de fazer uma reflexão: caímos de pé, mas levantamos somente após tropeçar. O que teria evitado o tropeço que custou a vaga na final?

O próximo compromisso do Palmeiras é diante do Santos, no dia 03/11, pela 32ª rodada do brasileiro, no Allianz Parque às 19h de Brasília. O Verdão vem para defender a liderança, e o Santos tenta uma vaga no G6. Estamos putos, mas estaremos apoiando o Alviverde mais uma vez.

 

Até o apito final. Até o gol sair. Até a vitória.

#AvantiPalestra

 

Por Vânia Souza