PARA O TIME É ABRAÇO, PARA A TORCIDA É FUNDAÇÃO - VAMOS FALAR DE SOSA

 

(Foto: Danilo Schleder)

 

O Operário é um time que conserva, em sua história, inúmeros ídolos. Nomes como Lisa, Ivan, Simão, Chicão, Baia e, por que não, Maílton, (além da minha saudade pessoal de Grilo) ecoaram no Germano e pela torcida anos a fio, exaltados da primeira à última partida jogada. 

 

Se formos ser sinceros, o time conserva os ídolos quase que em excesso, daí porque despedidas como as que tivemos ano passado, com Baia e nosso então capitão, são sentidas de forma bastante intensa. Essa dor da despedida de 2019 foi simbólica, pelo fato de acabar com a trajetória de ídolos com 100 jogos nas costas, mas também por revelar, na entrada de 2020, um novo capitão: Sosa.

 

Juan Sosa é zagueiro do Operário desde 2015 e desde 2015 uma peça essencial em qualquer formação da equipe. Eu, assumidamente clubista, tenho um carinho especial por Sosa e perdi a conta de quantas vezes, em meio às minhas cornetas, gritei que ele era bom demais para nós. Não vou mentir que inclusive já chorei com receio de ter Sosa roubado de nós, e por mais feliz que eu fique, nunca entendi muito bem como isso não aconteceu.

 

Nosso camisa 4 foi suporte de defesas de grandes goleiros que passaram pelo Clube, e segurança para os atacantes alvinegros que sabiam que do outro lado o time estava bem cuidado. Na proporção, entretanto, sempre acreditei que Sosa merecia mais. Mais reconhecimento, mais holofote. Os meses sem ele durante o ano passado foram retrato claro da falta que ele faz e da preocupação que sua saúde gera, na cabeça do torcedor.

 

Agora capitão, Sosa fica maior. 

 

Não me levem a mal, eu entendo a carência de um novo líder dentro de campo - mais próximo do perfil de Chicão que comandava o time com mais firmeza e propriedade. Mas as rodadas iniciais do Campeonato Paranaense, em especial o empate com o Coritiba no último dia 29, mostram como Sosa é um capitão-coração. Se o gol foi de Coutinho, o bloqueio ao Coxa foi todo de Sosa. Ficou claro como o time também sente e aprecia tê-lo ali.

 

Juan para o time é, então, como abraço. É como assistir de camarote um elenco recente descobrindo nele um ponto de confiança e o que me enche de esperanças é que, aos poucos, Sosa descubra o líder que mora nele e de quem o Operário tanto precisa.

 

Para as arquibancadas, mais que nunca, Sosa é fundação. É a sensação de sentir-se mais calma com a bola na zaga do que quando estamos perto do gol. Para mim, é poder confiar de olhos fechados em todos os pedacinhos da grande área em que Sosa consiga chegar, independente de quem vem. Com 34 anos e mais de 110 partidas com a alvinegra, eu torço para que vire liderança rápido e que demore para aposentar a chuteira, porque não me vejo pronta para a despedida. E que esse ano, consiga trazer ao time aquilo que, em entrevista, disse buscar: regularidade. 

 

Eu posso também estar redondamente enganada mas, como eu disse, eu tenho um clubismo especial pelo Sosa. Minha participação no MEC não podia ser diferente.

 

Sophia Suh, torcedora do Operário Ferroviário.

 

*O BlogMec esclarece que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Blog.