PIOR DOMINGO DOS ÚLTIMOS TEMPOS

 

Esse deveria ser um pós-jogo de Ceará x Corinthians, mas não será. Não dá para falar dos 90 minutos de bola rolando na Arena Castelão neste domingo (11), como um fato isolado porque não é. A gestão atual e os últimos dois anos, dia após dia, omissão após omissão, esqueminha após esqueminha trouxeram o Corinthians ao final trágico desta noite. 

Caso o caro leitor não tenha acompanhado futebol nos últimos anos ou tenha chegado hoje no planeta Terra, faço questão de contextualizar: Estamos em outubro de 2020, em meio a uma pandemia mundial sem precedentes e tal qual no amargo ano de 2007, o Corinthians dormiu uma noite de domingo na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.

Eu vivi 2007 e, embora não tivesse a consciência e o discernimento que tenho hoje, sei o quanto foi sofrido. Me sentir teletransportada de volta parece um enorme pesadelo, com a diferença gigante de que dessa vez eu sei que a situação é ainda mais caótica e não teremos um Ronaldo no cavalo branco nos resgatando ao final do caminho das trevas.

Quem é corinthiano ou acompanha o dia-a-dia do Corinthians sabe que o torcedor foi absolutamente tapeado nos últimos anos. Uma crise ameaça chegar e OPA, toma aí um Gil de volta… Outra crise e PERAÍ, um Paulistão em cima do rival na casa deles… Desorganização? EITA, olha como o Carille queima jogador… E assim a gente seguiu. Entre falsas promessas, bodes expiatórios e taças levantadas na sorte e no sangue da torcida que sempre foi maior que seu time, a realidade era jogada para debaixo do tapete e cadáveres da má gestão e da covardia de Andrés Sanchez e companhia eram escondidos na sala de troféus. Mas cadáver uma hora fede. 

O que vemos hoje é o retrato de tudo que sempre esteve debaixo dos nossos olhos e nos recusamos a acreditar, achando que a sorte sempre estaria a nosso favor. Se “Deus é corinthiano” (frase dita por muitos de nós para explicar as coisas sobrenaturais que só acontecem com a gente), Ele nunca foi, pois dessa vez contrariou a máxima lançada, de novo, em 2007, “eu nunca vou te abandonar porque eu te amo”, e nos abandonou. 

É triste, é doloroso e é sofrido, mais ainda por não ver saída. Nada se salva, de jogadores a diretoria. Tudo soa ridículo e mal feito, todos parecem não se importar com o peso do escudo que carregam no peito. O Corinthians pode, sim, ser altos e baixos, mas nunca foi entrega e desrespeito. 

É desrespeitoso tomar uma virada ridícula como a que tomamos neste domingo com um jogador a mais em campo enquanto nossos jogadores andam em campo. É desrespeitoso o capitão e jogador com maior história dentro do clube ser expulso com a bola não mais rolando por infantilidade. É desrespeitoso um treinador como o Coelho, com o perdão do trocadilho, fazer o time de gato e sapato e ainda se achar no direito de ser debochado com a imprensa ao ser minimamente questionado. É desrespeitoso ouvir do presidente do clube que VAGNER MANCINI é o melhor nome para assumir o comando deste barco prestes a afundar.

 

 

Reprodução/Internet

 

O problema não é Carille, não é Tiago Nunes e não será Vagner Mancini, nunca foi. O problema é essa gestão medíocre e deslumbrada que fez o que quis do Corinthians e sequer tem hombridade de assumir seus erros. O problema custou milhões de reais e tem endereço na rua Miguel Curi em Itaquera.

Sigo sem saber o que será do Corinthians e sigo parafraseando o samba: Como será o amanhã? Responda quem puder! 

O próximo desafio do alvinegro do Parque São Jorge é mais uma vez fora de casa, dessa vez na Arena da Baixada, contra o Athletico, às 21h30 de quarta-feira (14).

 

Oremos!

Vai, Corinthians!

 

Por Victória Monteiro

 

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente a opinião do Portal Mulheres em Campo