PODE RESPIRAR ALIVIADO, TORCEDOR. SÉRIE A É REALIDADE.

 

Foto: Coritiba Oficial.

 

Série A sua linda… VOLTAMOS!

 

Após dois longos e tenebrosos anos amargando a segunda divisão, cá estamos novamente. O Coxa está de volta à elite do Campeonato Brasileiro. E esse texto de despedida da série B vai ter lágrimas da colunista aqui… porque não foi nada fácil esse 2019.

 

Fazendo uma breve retrospectiva do que passamos, desde o amargo rebaixamento em 2017 no último minuto da rodada contra a Chapecoense na Arena Condá (e eu estava lá), até a partida que sacramentou a volta alviverde neste sábado (30), no Barradão. Durante esses dois anos, foram lágrimas e tristezas. 

 

O torcedor viu por várias vezes times apáticos em campo. Jogadores sem alma, sem luta, uma diretoria omissa. 2018 ficamos pelo meio do caminho, não chegamos nem perto do acesso. Era deprimente saber que amargaríamos mais um ano na B, mas era a nossa realidade.

 

Veio 2019 e com ele frustrações. Não disputamos nem a final do campeonato Estadual, e fomos eliminados na primeira fase da Copa do Brasil para um time chamado URT, de Minas. Após os primeiros quatro meses do ano já podíamos prever que 2019 seria mais um ano difícil e decepcionante. A torcida estava desanimada. Não queria comparecer ao Couto. 

 

E então, nas vésperas do início da série B, aconteceu um fato que deixou o torcedor desolado: o maior ídolo do clube Dirceu Krüger, nos deixou. Dias após entregar a taça do torneio que levava seu nome ao rival Athletico (na segunda fase do estadual, o qual perdemos nos pênaltis a disputa na Arena), o ex jogador e funcionário do clube foi hospitalizado  e acabou não resistindo. A partida do Flecha Loira mexeu com o coração do torcedor Coxa branca, que resolveu abraçar o time e compareceu nos jogos em casa, por ele.

 

O primeiro jogo foi contra a Ponte Preta no Couto Pereira e contou com mais de 30mil pessoas. A diretoria liberou entradas gratuitas para a partida que seria marcada por várias homenagens a Krüguer. O time correspondeu em campo e largou com o pé direito: venceu por 2x0 o time comandado por Jorginho na época.

 

A torcida também pôde contar com um retorno importante: do atacante Rafinha. O jogador que estava no Cruzeiro e foi um dos ídolos alviverdes nas campanhas de 2010 e 2011, retornava ao seu time do coração. Rafinha, mesmo com 36 anos, mostrou que ainda era o motorzinho do time em várias partidas que disputou.

 

Rafinha comemorou muito o acesso. 

Foto: Coritiba Oficial.

 

O Coxa encerrou  o primeiro turno da competição em segundo lugar. Teve uma sequência de 10 jogos sem derrota e se manteve boa parte desta etapa no G4. Mas ainda era cedo para desenhar algo, afinal a série B estava muito equilibrada. A diferença de pontos entre os times era mínima. Então começou o segundo turno e as coisas começaram a desandar. 

 

Foi uma sequência de quatro derrotas e um time irreconhecível em campo. Sem alma, sem raça. Time que perdia gols bestas, errava passes ridículos. E o torcedor começou a perder a paciência… na derrota contra o CRB no Couto por 2x0, protestos marcaram as ruas do Major. O Coxa chegou a cair para a décima colocação e a torcida via o sonho do acesso se distanciar. 

 

Após esse jogo, a diretoria resolveu demitir o treinador Umberto Louzer. E após nomes como Lisca Doido serem especulados, veio Jorginho, que havia saído da Ponte Preta há aproximadamente um mês. A torcida ficou desconfiada, obviamente. No seu jogo de estreia, vitória sobre o América, que vinha de uma sequência de partidas sem derrota. Depois disso, o Verdão enfrentou o Paraná na Vila Capanema e um novo vexame: perdeu por 2x0. 

 

O resultado foi o suficiente para a torcida desanimar de vez. Como se não bastasse, jogadores foram vistos em um evento sertanejo na capital no mesmo dia, o que gerou um clima tenso entre time e torcida. Muitos consideraram o fim do sonho de voltar para a série A ali. Mas mal sabíamos nós que aquele jogo foi, na verdade, o divisor de águas.

 

Aquela derrota contra o Paraná foi a última no campeonato. Desde então, foram 13 jogos disputados: cinco empates e oito vitórias. O Coxa voltou ao G4, mas contava com adversários que também queriam o acesso: América e Atlético. Os dois times ficaram na nossa "cola" até a última rodada. Na penúltima partida da B e última no Couto Pereira, a torcida fez bonito e lotou. Torcida que foi o diferencial nesse campeonato, dando a maior média de público dos últimos anos ao Coxa. 

 

O jogo era contra um Bragantino campeão mas que não facilitou. O meia Giovanni, que foi muito criticado durante o ano, marcou o gol da vitória e deixou o Verdão muito perto de garantir a vaga para a primeira divisão.

 

Mas a confirmação viria neste sábado (30), na última rodada. Mesmo precisando apenas de um empate, o assunto "já subiu" era proibido. O torcedor alviverde manteve os pés no chão, afinal nada ainda estava garantido. O Coxa enfrentou um Vitória que nada mais almejava na competição, mas que estava disposto a vencer para encerrar o ano com dignidade. E chegou a estar na frente, após gol de Anselmo Ramon no final do primeiro tempo.

 

Com os resultados parciais (empate do Atlético contra o Sport e derrota do América para o São Bento), mesmo perdendo o Coritiba subia. Mas o Verdão queria a vitória. O jogo era tenso. Jorginho resolveu colocar o atacante Wanderley na partida. O jogador já havia entrado contra o Bragantino, mas disputou pouquíssimas partidas durante o ano, o que deixou o torcedor com um pé atrás. Mas o treinador acreditou nele, e a aposta deu certo: o iluminado Wanderley marcou os dois gols do Coxa na partida, que virou o jogo e sacramentou de vez o acesso para a série A.

 

Foram dois anos difíceis. Saí do Couto por vários jogos decepcionada com o que vi em campo. Mas eu passaria por tudo novamente. Como diz a música: "o amor que por ti sentimos, ninguém pode compreender"... Só quem é Coxa sabe. Torcer para esse time nunca foi e nunca será fácil. Tinha que ser assim: sofrido até o último minuto. Mas enfim estamos de volta para o lugar que NUNCA deveríamos ter saído. O Coritiba é grande, é um time de tradição e merece RESPEITO.

 

Obrigada a vocês, leitores, por me acompanharem nessa cobertura. Foi difícil, mas foi prazeroso demais. Obrigada a Ciça, minha parceira de coluna, que confiou a mim esse trabalho. Obrigada aos torcedores que acreditaram até o fim. E obrigada Coritiba, por existir e por me fazer te amar tanto. AQUI É COXA!!!!

 

FOI POR VOCÊ, DIRCEU KRÜGER!

 

Foi por você Flecha Loira. 

Foto: Instagram Coritiba.


 

Por Viviane Mendes, Coxa doida de coração.