QUE NOITE INKIVEL!

 

Foto: Luiz Neto

 

Mais de 24h se passaram e eu ainda estou presa naquele momento… claro que eu posso falar sobre o jogo desta terça-feira (01), não apenas por me alegrar em ver uma evolução, por menor que tenha sido, no Confiança que entrou em campo. Mas porque as esperanças se renovaram. E não estou ignorando nossa realidade, nossas dificuldades, e nem o longo caminho que precisamos percorrer para encerrar a temporada de 2020 na série B, que é o nosso objetivo. 

 

Mas hoje, eu quero falar de alegria, de emoção, e de quanto um gol pode representar uma história. E quantas histórias existem por trás de um gol. Depois de um primeiro tempo em que a torcida já estava pensando que iria ser como sempre, e que não iríamos aproveitar as oportunidades que apareceram, restavam 45 minutos de esperança e fé na nossa primeira vitória na série B. Todos estavam sob pressão. Posso dizer que até o torcedor proletário era cobrado na rua com aquela frase no melhor estilo "foi apanhar na série B?", ou "fazendo vergonha em cenário nacional, né?". 

 

Mas aos 28' do segundo tempo da partida contra o Vitória, foi anunciada a substituição que definiria esse impasse do time proletário que não vencia na série B. Leandro Kível e Tiago Luís entravam no lugar de Bruno Paraíba e Ari Moura, respectivamente. Aí a torcida se dividia entre "Agora vai! Kível vai resolver!" e "Kível voltando de lesão, não vai fazer muita coisa". E precisou apenas ele dar um toque na bola para a dúvida acabar! Foi de primeira, de fora da área e com a perna esquerda que ele chutou uma bomba para a alegria da massa azulina. E para sua redenção! Ironia do destino ou não, ele fez um gol exatamente na mesma meta que há um ano e meio atrás se lesionou. Foi emocionante, ele não conteve as lágrimas e, como disse em entrevista, um filme passou pela cabeça, de toda dificuldade que ele enfrentou nesses dezoito meses. A torcida também lembrou que não era a primeira vez que o mesmo Kível nos dava tanta alegria: em 2014, para ser mais exata, nós também nos emocionamos e fomos gratos ao inKivel.

 

Hoje, em 2020 é impossível não sentir aquela emoção novamente. a torcida proletária que o diga, não é?! E em uma entrevista após o jogo ele agradece ao clube, a torcida e a esposa que estava em sua frente, entrevistando e contendo as lágrimas para agir com profissionalismo diante daquele cenário. Parabenizo a Tâmara pelo autocontrole,  mas eu afirmo que toda emoção por parte dela seria perdoada porque não é apenas futebol! 

 

E durante toda a noite, se eu fizesse silêncio por alguns momentos podia ouvir ao longe "OOOOO TOCA PRO INKIVEL QUE É GOL". 

 

Loucura?! Isso é futebol!

 

Por Karla Ferreira.

 

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Blog Mulheres em Campo.