REI DE REIS

 

"Historia que tú hiciste

Historia por hacer

Porque nadie resiste

Tus ganas de vencer"

 

Se tem uma relação mais bonita que Real Madrid e Champions League, eu desconheço. Foi amor à primeira vista. Tudo começou na primeira edição do torneio em 1956, que na época era chamada de Taça dos Campeões, e a lua de mel durou cinco anos, com os cinco títulos consecutivos.

Liderado por um dos maiores futebolista da história, Di Stéfano, a década de 1950 à 1960 foi brilhante, e botou o Real Madrid de vez na história do futebol.

Foi basicamente a partir deste período que a história de sucesso do clube espanhol começou. Uma vez, que anos antes, a equipe Merengue teve que superar os efeitos da Guerra Civil, e começar a se reestruturar com contratações importantes, e necessariamente reconstruir o estádio de Chamartín. Foi nesta mesma época que a rivalidade com o Barcelona começou, graças à uma reviravolta histórica em um jogo de semifinal da Taça do Rei, na qual o Barcelona havia ganhado o primeiro embate por 3-0, e no segundo o Real Madrid goleou o Barcelona por 11-1.

Tudo isso foi possível graças à figura emblemática de Santiago Bernabéu que com todo o seu empenho em prol ao clube na época, é uma das lendas na história do Real Madrid.

(Foto: Site Oficial do Real Madrid)

SURGIMENTO DA TAÇA DOS CAMPEÕES - A COMPETIÇÃO PREDILETA DO REAL MADRID

No acender das luzes de uma competição entre clubes espalhados na europa, a ideia de Gabriel Hanot, promoveu a realização da Copa dos Campeões da Europa. O torneio reunia os campeões de cada liga europeia. Ou seja, 16 clubes em regime de mata-mata.

A Taça dos Clubes Campeões Europeus foi idealizado pelo prestigiado jornalista francês Gabriel Honat, do diário L'Équipe. Gabriel Hanot, deu a ideia do torneio em 1950, mas a competição só se tornou realidade em 1956.

Com isso, a história de amor entre Real Madrid e Champions League começou a ser escrita em 13 de Junho de 1956, no Estádio Parc des Princes em Paris. Onde o time espanhol enfrentou o time francês do Reims.

E para uma primeira final de um campeonato inédito até então, o que não faltou foi emoção, principalmente para os espanhóis liderados dentro de campo pelo lendário Di Stéfano. O Madrid viu o time francês saindo na frente do placar com Michel Leblond aos 6', e Jean Templin, aos 10' ampliou para 2-0 Reims.

No entanto, Di Stéfano diminuiu o marcador aos 14', ainda dá primeira etapa. Aos 30' Hector Rial empatava para o Real Madrid. Um aperitivo para a etapa final. Na qual Michel Hidalgo botou o Reims na frente novamente aos 62'. Mas parecia que já estava escrito que o primeiro título da Taça dos Campeões seria do Real Madrid.

Marquitos aos 67' empatou e Hector Rial mais uma vez marcou, para consagrar o Real Madrid como primeiro campeão europeu. E por coincidência é o último campeão atualmente (mas isso é assunto para outro texto).

"Era nossa primeira final da Taça dos Clubes Europeus. Ninguém deu conta que era início de algo. O jogo trouxe consigo uma grande responsabilidade, como viríamos a descobrir muito mais tarde. Foi um encontro magnífico - o público estava muito feliz e nós ainda mais. Conseguir ganhar por 4-3 ao Reims, em Paris...! Foi um grande momento para os imigrantes espanhóis em Paris e para as pessoas que tinham muito pouco aqui, em Madrid", relembrou Di Stéfano daquela primeira final em entrevista para a UEFA em 2006.

(Foto: Site Oficial do Real Madrid)

 

Em 30 de Maio de 1957, o Real Madrid conquistava o bicampeonato europeu, em cima do time italiano da Fiorentina,  no Santiago Bernabéu.

Até chegar ao placar final de 2-0, a vida do Madrid em campo não foi fácil.

"A Fiorentina era uma equipe fantástica de grandes campeões, que tinha um setor defensivo bastante forte, tal como a maioria das equipes italianas. Fomos fiéis aos nossos princípios, mas passamos mesmo por bastantes dificuldades para quebrar aquela defesa", Di Stéfano para a UEFA em 2006.

Furar a defesa da Fiorentina, que era o ponto forte dos italianos, não foi fácil, até mesmo para os autores dos gols, Di Stéfano e Francisco Gento. Ambos só conseguiram o feito aos 69' de pênalti, e aos 75' minutos, respectivamente.

Com isso, o Real Madrid era mais uma vez dono da Europa. E Raymond Kopa que havia sido vice campeão em 1956 como jogador do Reims, agora seria campeão europeu pelo Real Madrid.

Para os torcedores, e para os jogadores  da época, entre os cinco títulos, o tricampeonato foi o mais marcante. Pois o adversário, era o maior rival do Madrid na época.

"Tenho grandes recordações de todas às vitórias, mas talvez a mais importante tenha sido aquela em Bruxelas, frente ao Milan, em 1958. Fomos à prorrogação e eu marquei o gol da vitória. Jamais esquecerei esse momento, embora ainda não existisse televisão na altura e as pessoas não tenham podido assistir a todo o encontro", Francisco Gento em entrevista para a UEFA em 2015.

(Foto: Site Oficial do Real Madrid)

Foi em 29 de Maio de 1958 a final épica entre Real Madrid e Milan. A partida foi disputada no estádio Heysel, em Bruxelas.

O Milan tinha grandes jogadores como Maldini, Liedholm, Schiaffino, Ernesto Grillo, entre outros, os quais poderiam causar danos na final e interromper a hegemonia do Real Madrid na Europa.

No entanto, o Real Madrid já tinha os consagrados e experientes Di Stéfano, Francisco Gento, Raymond Kopa, Hector Rial e companhia, naquela equipe que já era bicampeã.

A parada foi duríssima, e só foi decidida na prorrogação.

Schiaffino e Ernesto Grillo marcaram para o Milan, enquanto Di Stéfano e Hector Rial descontaram para o time espanhol. O gol do tricampeonato foi marcado por Francisco Gento na prorrogação. O Real Madrid seguia imbatível.

Em 3 de Junho de 1959 lá estava o Real Madrid, em mais uma final. O embate foi disputado em Estugarda, na Alemanha.

E assim como na primeira edição da Taça dos Campeões, o Reims era o adversário do Real Madrid. E mais uma vez, o time francês amargou-se com vice campeonato.

Logo no primeiro minuto de jogo, os franceses viram Enrique Mateos abrir o marcador. Di Stéfano havia marcado em todas as finais até então, e na conquista do tetracampeonato não poderia ter sido diferente. Aos 47' da etapa complementar, o camisa 9 marcou. Placar final 2-0, e o Madrid se consagrava tetracampeão da Europa.

A essa altura, os adversários já estavam de cabelo em pé. Nenhum time conseguia quebrar a hegemonia dos Merengues na Europa. E após o tetra, os rivais ainda veria o Real Madrid ser pentacampeão.

(Foto: Site Oficial do Real Madrid)

Em 18 de Maio de 1960, foi disputada  a final da Taça dos Campeões, no estádio Hampden Park em Glasgow, na Escócia. A vítima da vez, foi a equipe alemã Frankfurt, que foi atropelada pelo Madrid ao ser derrotada por 7-3.

E quem ver o placar elástico, nem imagina que foi de virada. Richard Kress botou os alemães na frente do marcador, mas o Real Madrid tinha Di Stéfano, que era goleador, principalmente em jogos decisivos. E para o azar do Frankfurt, o Real Madrid tinha Ferenc Puskás (um dos jogadores lendários da história do Real Madrid ).

Logo depois de sair atrás do marcador, Di Stefano e Puskás, trataram  de resolver o embate. Goleador em todas às finais, o camisa 9, marcou três gols. Enquanto o 10 do Madrid, Puskás, marcou os outros 4 gols.

Erwin Stein marcou os outros dois gols dos alemães.

O Real Madrid se tornaria pentacampeão de forma fantástica. E após esta final épica, não imaginariam que a hegemonia do time espanhol seria quebrada na temporada seguinte, pelo time português do Benfica, comandado pelo jogador Eusébio, na grande final.

Os três gols de Ferenc Puskás na final, não foram o suficiente, e o Real Madrid caiu para o Benfica, pelo placar de 5-3.

Depois da conquista do pentacampeonato, o Real Madrid, só viria a ganhar a Taça dos Campeões em 1966. Antes disso, havia chegado nas duas últimas finais, porém deixou o título escapar nas duas ocasiões.

Em 11 de Maio de 1966, o palco da final foi o estádio de Heysel, em Bruxelas, o mesmo palco da final épica de 1958. O adversário era outro, mas o resultado foi a favor do time espanhol  mais uma vez.

O Real Madrid venceu o time sérvio do Partizan por 2-1 de virada.

Velibor Vasović marcou para o Partizan. Enquanto Amancio Amaro e Francisco Serena marcaram para o Real Madrid, assim coroando o time espanhol como hexacampeão da Europa.

Com o título de 1966, Francisco Gento, se tornou o único jogador a ter sido seis vezes campeão da competição. Este recorde é até hoje.

Finalizo este especial dos 6 primeiros título do Real Madrid na Champions League, com um trecho de uma entrevista de Raymond Kopa, para o site da UEFA em 2005.

"Hoje a imprensa chama o Real Madrid 'los galacticos'. Eu não quero roubar nada da equipe de hoje, mas eu realmente acredito que somos um time melhor. A atmosfera nos jogos foi fantástica, 125.000 espectadores acenando com lenços brancos. Nós não tivemos nenhum patrocinador, nenhuma cobertura televisiva, tivemos que jogar amistosos em todo o mundo para dar dinheiro ao clube. Foram tempos muito diferentes".

 

Pelo Madridismo, com amor, Rosileide Ribeiro