SALTO ALTO NUNCA AJUDOU O GRÊMIO.

 

Foto: Marco Favero / Agencia RBS.


 

Na noite desta quarta-feira (4), o Grêmio foi até Curitiba buscar a vaga na final da Copa do Brasil no confronto contra o Athletico-PR. A vantagem era gaúcha,  já que no jogo em Porto Alegre o Tricolor ganhou por 2 a 0. 

Vimos entrar em campo um Grêmio que não mostrou seu melhor futebol em uma grande decisão, além de estar desfalcado por dois jogadores importantes, o atacante Everton e o capitão Maicon. O time copeiro deu passagem para seu adversário marcar dois gols e o que importava era segurar o placar para levar aos pênaltis. 

No início do jogo, o Grêmio até tentou se impor. A primeira finalização foi aos três minutos: após cobrança de escanteio de Alisson, Kannemann cabeceou e a bola desviou antes de sair pela linha de fundo. Na sequência, Alisson mais uma vez alcançou a área e Geromel tocou de cabeça, a bola foi desviada no braço de Wellington, e o árbitro Wagner Magalhães acionou o VAR e mandou seguir o jogo. Lance que incomodou o técnico Renato, que afirmou que as regras do VAR tem que ser mudadas. 

O jogo foi controlado pela pressão extrema do Athletico-PR. Aos nove minutos, tiveram a primeira oportunidade que assustou o goleiro Paulo Victor. Mas o Grêmio não desistia fácil de tentar marcar ou segurar o placar obtido em Porto Alegre. Cortez cobrou lateral para área, André desviou para o meio e Alisson tentou uma puxeta, que passou a esquerda da meta defendida pelo goleiro Santos. 

Com a ausência de Leo Gomes, que estava fora de campo recebendo atendimento, o Athletico-PR se aproveitou e abriu o placar aos 16 minutos. Rony lançou pela esquerda, passou por Alisson e cruzou para o meio. Livre, Bruno Guimarães mandou no travessão e, no rebote, Nikão marcou o gol. 

Após o gol, começou o desespero Tricolor. Renato precisou fazer a primeira alteração: com Leo Gomes lesionado, Galhardo entrou no jogo. A partida, depois disso, ficou truncada, com o Athletico-PR mostrando disposição para empatar o placar e o Grêmio tentando cadenciar a partida. Mais uma vez, em uma cobrança de lateral, o Tricolor finalizou. Cortez jogou na área, a bola foi desviada e Alisson cabeceou quase na pequena área para boa defesa de Santos e os donos da casa voltaram a assustar. 

Com o time com menos posse de bola, menos finalizações e menos intensidade que o adversário, Renato gesticulou o tempo inteiro na área técnica, já que o Grêmio não estava fazendo o que ele previa de “jogar como sempre”. 

O segundo tempo começou com o ataque do adversário logo no primeiro minuto, e aos três veio o gol do furacão. Mais uma vez, Rony cruzou com perfeição e o centroavante Marco Ruben cabeceou para o fundo das redes: 2 a 0. 

Mas a vida do Grêmio ficou pior quando Kannemann foi expulso aos 15 minutos, por um carrinho violento. Na hora o árbitro puxou o cartão vermelho. Renato precisou pensar rápido e fazer uma alteração, tirou André e colocou David Braz, que no seu primeiro lance marcou o gol que salvaria o time, mas que foi anulado pela arbitragem. 

 

 

Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

 

Com a partida controlada pelo adversário, coube ao técnico gremista tentar segurar o empate e para isso, Jean Pyerre saiu para a entrada de Thaciano em campo. O Grêmio ainda teve uma chance de marcar quando Braz foi lançado, cruzou rasteiro e Marco Ruben quase marcou contra. 

Com o fim do segundo tempo, a decisão foi para os pênaltis. Nas cobranças o Athletico-PR acertou todas as cobranças, e ficou para o jovem Pepê decidir o que seria daquela noite. Porém, a última batida gremista acabou sendo segurada pelo goleiro Santos. Com o placar de 5 a 4, o Grêmio foi eliminado da Copa do Brasil. 

O time mais acostumado com mata mata, caiu em uma semifinal. Não podemos culpar Pepê por esse fato, o time durante os 90 minutos não jogou, tentou, mas não era o Grêmio que os torcedores estão acostumados, o time que eliminou o Palmeiras da Libertadores na semana passada. O Grêmio não pode depender somente de Everton para jogar, claro que ele fez falta, assim como Maicon, mas existem outros que poderiam ter sido utilizados pelo técnico. As alterações feitas não foram as melhores escolhas e resultou em uma noite triste para todos os gremistas. 

Vale lembrar que o Grêmio era o único time presente nas três competições: Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores. Agora é hora de levantar a cabeça e focar na Libertadores contra o Flamengo.  Questionado na entrevista coletiva Renato deu a seguinte resposta sobre a principal competição de clubes da América do Sul: 

 “Obrigação tem quem está sem vencer um título há 10, 12 ou 15 anos. Com todo respeito, vocês estão com amnésia. O Grêmio nos últimos três anos tem seis títulos. A obrigação é de quem não ganha há muito tempo. O Grêmio vai buscar as vitórias tanto na Libertadores quanto no Brasileiro. Agora, obrigação é uma palavra muito forte, principalmente para um grupo vencedor como o meu”, finalizou.

Lembrando também que, em 2017, o Tricolor foi eliminado na Copa do Brasil nos pênaltis e depois acabou campeão da Libertadores.

Mas antes da semifinal da Libertadores, o Grêmio enfrenta no domingo (8), às 11h, o Cruzeiro fora de casa. 

 

Camila Seelig