SOMOS NÓS CONTRA TODOS - PARABÉNS MOVIMENTO 90!

 

(Foto: Arquivo do Movimento 90)

 

Não sabemos ao certo onde tudo começou, onde surgiu a primeira ideia de criar uma barra brava em território brasileiro ou onde foi o primeiro descontrole. Mas entre teses e teorias temos o surgimento oficial da primeira barra: A Geral do Grêmio (máximo respeito aos tricolores). A ideia logo se popularizou e nos anos seguintes novas barras começaram a surgir, aderindo à ideia e características da barra gaúcha.

Mas esse texto não é sobre as barras bravas cariocas, paulistas ou até mesmo as gaúchas, me perdoem, mas não vamos perder o foco, vamos ao que interessa.

Há exatamente quatro anos surgia a maior barra brava do Rio Grande do Norte, O Movimento 90! O nome faz referência ao apoio incondicional que a torcida tem durante os 90 minutos de jogo, trazendo alento e descontrole para as arquibancadas do Frasqueirão (casa do ABC) e para os estádios do Brasil onde os alvinegros acompanham e seguem o Mais Querido, afinal, juramos que não vamos parar.

A torcida ficou nacionalmente conhecida quando no dia 17/02 deste ano ao término do jogo ABC x Assú o estádio ecoou ao som de “apelido carinhoso” do cantor Gustavo Lima. O contexto da história se deu ao fato de que o América de Natal (antigo rival do ABC) havia ganhado um jogo contra o time alvinegro com um placar largo de 3x0, com isso alguns jogadores do time alvirrubro gravaram um vídeo no vestiário cantando a música que viraria hit da comemoração, mas, ao fim do primeiro turno o ABC se consagrou mais uma vez campeão e a torcida não deixou passar, mesmo debaixo de muita chuva, não deu outra, a torcida mostrou que realmente o apelido carinhoso é mais difícil de esquecer.

Consolidar uma barra brava ao estilo nordestino de torcer não é tarefa fácil, mas o M90 se propôs a aceitar o desafio quando surgiu com a intenção de apoiar o time, afinal, nunca foi pela camisa e sim pela história, e que história, além de campeão nacional (Série C 2010), o ABC em 2018 se consagrou o maior Campeão do Mundo pelo Campeonato Estadual com 55 títulos batendo o recorde de um time escocês, e nós, nos orgulhamos em fazer parte disso tudo.

Mas como ter a certeza que essa loucura daria certo? 2015, esse foi o ano. Chovia forte no Frasqueirão e o público total não passava de 800 pessoas, o ABC já estava eliminado do primeiro turno e jogava para cumprir tabela... O rival havia sido campeão, nada podia piorar. Mas é de alento que se vive uma barra. E os loucos do módulo 03 estavam lá, os poucos e loucos que se fizeram presente naquele jogo alentaram como nunca e com um placar de 5x2 para o ABC, no dia 22 de março de 2015 tivemos a certeza que o time alvinegro jamais andaria sozinho!

 

(Foto: Arquivo do Movimento 90)

 

“Nosso único preconceito é com quem não canta!” Uma das primeiras coisas que ouvi na torcida, e desde sua origem o Movimento deixou claro o propósito de acolher todos que estiverem dispostos a alentar. E nós, mulheres, nos sentimentos muito bem representadas na bancada, cientes do machismo que ainda é gritante dentro de campo, o movimento trouxe consigo a convicção que estamos no lugar certo, ocupando a arquibancada e diretoria, compartilhando além do respeito o amor incondicional pelo clube.

 

(Foto: Arquivo do Movimento 90)

 

E mesmo quando estamos punidos, nos fazemos presentes. As punições vieram de atos de coragem, de protestos e ações que planejamos e executamos com a ciência de que estamos do lado certo, público zero, cobrança com a diretoria e jogadores, faixas de repúdio, sinalizadores, nada disso foi em vão, as punições não nos pararam, só nos deixaram mais fortes para os próximos jogos, enquanto acatamos as sanções fortalecemos os outros irmãos de arquibancada, cientes dos nossos atos, só podemos dizer: O movimento não para!

 

(Foto: Arquivo do Movimento 90)

 

E é essa loucura que nos move, que nos leva para jogos debaixo de sol e chuva, em pleno Carnaval e outros feriados, que nos faz perder a voz de tanto alentar, que nos ajuda a ecoar aos quatro cantos do Frasqueirão que somos o melhor e o maior do Rio Grande do Norte, e que somos os loucos do módulo 3!

Somos canguleiros, sim senhor!

 

Por: Ana Neves