UM EMPATE E A FALTA DE EDUCAÇÃO DO RIVAL

Fluminense empatou com a Chapecoense, em 1 x 1, e o final do jogo foi pontuado por atitudes desrespeitosas vindas por parte de alguns torcedores do time catarinense.

 

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(Foto: Lucas Merçon)


Futebol mesmo não se viu no gramado da Arena Condá. Ambas as equipes fizeram uma apresentação mediana, para ser gentil, e não foram além de um empate. Everaldo marcou para a Chapecoense e Ganso converteu um pênalti para o Fluminense. A ênfase desta resenha será o fato lamentável ocorrido no final do jogo, onde alguns torcedores da Chapecoense foram até o alambrado com o intuito de agredir Paulo Henrique Ganso. O grupo gritou palavrões, cuspiu e chamou o jogador para a porrada e, assim, protagonizou uma cena dantesca, onde a educação e o respeito passaram longe.

Ao fim do jogo, Paulo Henrique Ganso parou na beirada do gramado com o intuito de atender aos jornalistas e imediatamente ouviu os disparates proferidos pelo grupo. Ao invés de revidar, ele usou a elegância, acenou e declarou ao repórter:

“Acho que o torcedor da Chapecoense teria que ser muito grato por tudo o que passou. Eles não deveriam fazer isso, não, mas deveriam agradecer. Todo mundo se pronunciou, todo mundo quis apoiar a Chapecoense em um momento difícil do clube, e eles fazem isso. Antes estavam cuspindo. Mas fazer o quê?! Torcedor é assim”.

O camisa nove do Fluminense tentou prosseguir com a entrevista, o que foi impossível pela insistência do grupo no comportamento desrespeitoso e deselegante. Novamente, o jogador foi obrigado a interromper o seu depoimento.

“Vai brigar comigo? Você vai brigar comigo?”, perguntou ele ao torcedor que o chamou para a porrada.

Em seguida, Ganso olhou novamente para o repórter e disse:

“Olha lá, está me chamando para briga. É brincadeira esse torcedor da Chapecoense. Infelizmente nosso Brasil é assim. Depois quando o pessoal fala desde aqui, eles ficam chateados. Acho que deveriam ter um pouquinho mais de respeito”.

A pergunta é: O que fez Ganso para receber o tratamento tão descortês?

O meia foi ofendido pela batida precisa e rasteira da cobrança do pênalti, o que ocasionou o empate do jogo e colocou o adversário na Zona do Rebaixamento, onde ficará de castigo durante a parada para a Copa América?

O meia foi ofendido por ter discutido com o Everaldo?

Independente das possíveis respostas, o importante é que a educação deve acompanhar o torcedor, de qualquer time, aos estádios para que ele possa vestir com respeito à camisa que ama. O ideal seria ter no Brasil leis onde os responsáveis por ações deste tipo fossem punidos com rigor e, quem sabe assim, servissem de exemplo para os demais baderneiros. No entanto, os órgãos a comandar o futebol, em todas as suas esferas, insistem em fingir que não veem.

Volto ao meu jogador, vítima de ofensas verbais, no momento onde ele fez sua análise do duelo.

“A parada será boa para a gente. Vamos poder nos preparar melhor para voltar bem. Nós não fizemos um bom primeiro tempo. Melhoramos no segundo e poderíamos ter saído de campo com a vitória”, declarou.

E antes de fechar o texto, desta vez sem narrativa sobre os principais momentos dos noventa minutos, farei um breve comentário sobre a reles atuação do senhor juiz Ricardo Marques Ribeiro. Sem pulso para impor sua autoridade em campo, ele perdeu a mão e isso contribuiu para que a partida se transformasse num verdadeiro rosário das lamentações.

Os jogadores reclamaram de tudo e isso fez com que o tempo fosse usado para a resenha e não para o futebol. Com 27 jogados no segundo tempo, ele perdeu 11 minutos a ouvir lamúrias e deu sete de acréscimo. Outra coisa, como um juiz precisa da ajuda do VAR para marcar falta e dar cartão amarelo? Não sei lidar.

O bom senso na escolha do trio de arbitragem deveria prevalecer.

No encerramento desta nona rodada do Campeonato Brasileiro, a Chapecoense entrou para a Zona de Rebaixamento do Brasileirão. Com a mesma contagem, oito pontos, o Fluminense ficou uma posição acima, por critérios de desempate.

Para você torcedor hostil e insatisfeito com o Z4, uma dica: manda um e-mail para a CBF com sua reclamação.

Grata.


Carla Andrade