UM ÍDOLO QUE JÁ FEZ “MILAGRES”

 

Procurar grandes nomes para homenagear nesta data escolhida para o nosso time do coração, o América Mineiro, não é das tarefas mais difíceis. O clube é reconhecido, no cenário nacional, por ser um celeiro de craques, que começaram sua trajetória nas terras mineiras e ganharam o mundo. Mas um atleta é especial para todos nós, torcedores americanos, justamente por ter feito o caminho inverso.

Marco Antônio Gonçalves Milagres hoje tem 52 anos e sua vida se mistura com a do Coelhão, há quase duas décadas. Uma dessas histórias começou quando ele vestiu, pela primeira vez, a camisa 1, defendendo nossas cores com muita garra.

Sua trajetória no Coelho começa em 1992, após uma transação entre Flamengo e São Paulo, quando Milagres percebeu que teria poucas chances no clube carioca. Nosso goleiro “agarrou” a oportunidade – com o perdão do trocadilho – de vestir nosso manto e logo no primeiro ano conquistou o acesso à primeira divisão do Campeonato Brasileiro.

Em 1993, o jogador inicia sua vitoriosa carreira no Coelho, com a conquista do Campeonato Mineiro, após um jejum de 21 anos da equipe. No ano de 1997, o América chegou ao seu primeiro título nacional na Série B, numa campanha maravilhosa e com grande participação de Milagres. O último título conquistado pelo jogador, vestindo as cores verde e preto, foi a Copa Sul-Minas, em 2000, quando vencemos as duas partidas contra nosso rival Cruzeiro, inclusive calando o Mineirão.

Mas como “nem tudo são flores” na carreira de um atleta profissional, que se dedica de verdade, nosso craque também enfrentou dificuldades, como abdicar de momentos com a família, pressões, cobranças...Mas a que mais o marcou foi uma lesão no olho, que ocorreu em 1995, em um dos jogos entre América e a Seleção Olímpica da China. Uma confusão entre jogadores resultou em uma pancada e no deslocamento da retina do olho esquerdo do goleiro, o afastando por 9 meses dos gramados. Mas ele retornou para a alegria dos torcedores!


(Foto: Acervo do América-MG)

Milagres deixou os campos e as luvas como jogador recordista de partidas com a camisa do Coelho: são 372 atuações! O goleiro encerrou a carreira em 2003 e partiu diretamente para a beira dos campos, com a nova função de técnico de futebol.

Acompanhando mais de perto esta carreira de nosso ídolo, já como treinador da base americana, Milagres revelou, de 2010 a 2017, jogadores como Matheusinho, Roger, Jori, Zé Ricardo, Christian, Glauco, Renato Bruno, Erik, Lula (zagueiro) e Matheus (que hoje joga em Portugal), entre muitos outros. Em 2011 a equipe sub-20, foi campeã brasileira e no ano seguinte, chegou às semi-finais e em 2014 venceu a Copa BH de Futebol Júnior. Mas essa trajetória de “despertar talentos” no Coelho também chegou ao fim... 


(Foto: Gustavo Chaves)

O América e a torcida americana são uma grande família e Marco Antônio Milagres é, para nós torcedores, como aquele familiar de quem nos orgulhamos muito! Milagres defendeu nossa camisa e ficou marcado positivamente em nossa memória, por realizar “grandes milagres” na meta americana! Mesmo tendo ficado um tempo longe e retornado depois, como treinador, o reconhecimento como jogador ficará para sempre!  Até hoje o carinho da torcida é manifestado por onde ele passa, por suas conquistas e carreira espetacular, primeiro como goleiro do clube e também revelando atletas como técnico da base!

 

Como um apaixonado por nosso manto sagrado, Milagres valoriza e defende um bom planejamento para o clube, torcendo para que possamos continuar e nos firmar entre os grandes clubes brasileiros. Em entrevista cedida gentilmente para estas colunistas, o ex-jogador relembrou todas suas histórias, disse acreditar que a torcida só irá se consolidar e crescer cada vez mais, se as conquistas continuarem e convocou os americanos a incentivarem sempre o time, pois segundo a frase que norteia a história do clube, citada por nosso ídolo:

“É grato ao América aquele que engrandece o seu Pavilhão!”

(Foto: Mellina Mesquita)

Agradecemos imensamente por todos os serviços prestados ao nosso América, por todos os momentos de glória que vivemos e pelo encontro com a colunista Mellina.

Desejamos que ele tenha muito sucesso em seu novo desafio, como treinador do Tricordiano, no módulo II do Campeonato Mineiro – 2019! Porque mesmo não defendendo mais a camisa do Coelhão ele continuará sendo nosso ídolo, para sempre!

 

Por: Mellina Mesquita e Rayssa Rocha