UM JOGO COM MUITAS PEDRAS AO LONGO DO CAMINHO

Fluminense empatou, por 2 x 2, levou a decisão para os pênaltis, onde cedeu a vitória ao Cruzeiro, por 3 x 1.

 

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Foto de Lucas Merçon

O Fluminense entrou no gramado do Mineirão, na noite da última quarta-feira (6), com o objetivo de conquistar a classificação para a próxima fase da Copa do Brasil. Para isso, precisava vencer ou empatar com o Cruzeiro e, assim levar a decisão para os pênaltis, tendo em vista o resultado do primeiro duelo que terminou em 1 x 1.

Fernando Diniz não contou com vários de seus titulares e escalou Frazan na vaga de Matheus Ferraz, para fazer dobradinha com Nino, e colocou Brenner no ataque ao lado de João Pedro. Foi com esse time que o tricolor enfrentou o milionário elenco, comandado por Mano Menezes, fora de casa, e ditou o ritmo durante a primeira etapa. Com uma linha de marcação bem posicionada, travou qualquer tipo de avanço ofensivo do adversário, abusou da troca de passes e soube aguardar as chances de contra-ataque.

Sete minutos jogados, Brenner subiu com velocidade e invadiu a área até ser empurrado por Dedé, bem pertinho da linha de fundo. Para o senhor juiz, Rafael Traci, foi um lance normal e ele tentou seguir com o jogo, apesar das reclamações dos jogadores do Tricolor sobre um possível pênalti. Fez-se de rogado até ouvir a decisão do árbitro do VAR, que o intimou a rever o lance e, assim que constatou seu erro de avaliação, assinalou penalidade máxima para o Fluminense.

Ganso em duelo com Fábio levou a pior na primeira vez, já que chutou em cima do goleiro para fácil defesa. No rebote, Luciano, colocou a bola no fundo das redes e por seu posicionamento gerou dúvidas sobre possível invasão.  Novamente, o VAR foi acionado e constatou-se que houve um avanço duplo, de jogadores de ambos os times, e o árbitro mandou a penalidade máxima ser cobrada novamente. Desta vez, Ganso venceu o paredão e abriu o placar.

O Fluminense continuou com a troca de passes e, aos 19, Luciano recebeu a bola e cruzou pela direita em direção ao gol de Fábio, que se esticou para salvar em bela defesa. A Raposa continuou a ter dificuldades em desarmar a defesa e partir para o ataque, o que gerou certa impaciência de seus jogadores. Para completar, Fred sentiu a coxa e saiu de campo, aos 27 minutos, para a entrada de Sassá. Neste momento, a torcida tricolor entoou nas arquibancadas em alto tom: “O Fred vai te pegar!!”.

Minutos depois, surgiu outra bela jogada ofensiva. João Pedro fez cruzamento cortado por Dedé e o rebote sobrou para Caio Henrique colocar Luciano, que meio sem jeito passou para Brenner chutar com perigo para o gol de Fábio.  As linhas de defesa do Fluminense flutuaram nas costas de Ariel Cabral e Henrique, por onde subiam com facilidade. Assim continuou o tricolor até o final do primeiro tempo.

 

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Um momento de disputa de bola na partida

Foto de Lucas Merçon

No intuito de evitar que seu time fosse encurralado novamente, Mano Menezes partiu para o tudo ou nada na segunda etapa e adiantou as linhas de marcação com a entrada de Pedro Rocha no lugar de Marquinhos Gabriel.  A troca teve efetividade e o Cruzeiro mostrou mais pressão nas jogadas e, logo aos seis, Thiago Neves recebeu bom passe e chutou com a direita para ver a bola tocar na trave de Agenor. Pouco depois, conquistou o empate em bola desviada por Dedé que sobrou para Cabral colocar nos pés de Thiago Neves que chutou forte.

A mudança na formação do adversário limitou o espaço de atuação de Gilberto, que já não fazia uma boa partida, e isso refletiu bastante no contexto geral do tricolor, que passou a ter mais dificuldade nas saídas de bola. Aos 19, Thiago Neves deu uma caneta em Ganso, lançou para Pedro Rocha que ao invadir a área foi travado por Gilberto. O juiz marcou pênalti que foi cobrado por Sassá e defendido por Agenor.

Lucas Romero caiu na área, depois de giro em cima de Caio Henrique e o juiz mandou seguir para, novamente, ser alertado pelo VAR. Fez sua análise da jogada e assinalou nova penalidade máxima. Thiago Neves não perdoou e mandou no meio do gol, ampliando a vantagem.

Foi quando Fernando Diniz fez duas alterações, colocou Ewandro na vaga de Brenner e o lateral-esquerdo Mascarenhas no lugar do zagueiro Frazan. Desta forma, Caio Henrique passou a atuar como defensor e o time seguiu em sua troca de passes e com mais agressividade no ataque. Na sequência, em cruzamento na área, Ganso colocou a bola no canto do gol de Fábio que, em noite inspirada, fez nova defesa inacreditável.

O relógio marcou 44 e o juiz cravou mais seis minutos de acréscimo. Momento de nova substituição de Diniz que colocou Miguel, cria da base com apenas 16 anos, no lugar de Nino e deixou a equipe numa formação sem zagueiros. A entrada do moleque causou um impacto e, em pouco tempo, ele fez um auê na zaga rival.

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A bicicleta de João Pedro que resultou no segundo gol

Foto de Lucas Merçon

Aos 47, Mascarenhas cruzou para Ganso, na segunda trave, e ele subiu para cabecear uma bola que teve tudo para entrar se não fosse a presença do paredão Fábio para impedir. O juiz marcou mais um minuto de acréscimo e foi nele que veio o empate Tricolor, aos 51. Miguel lançou uma bola perfeita dentro da área para que João Pedro a ajeitasse e marcasse um belíssimo gol de bicicleta. Uma pintura que levou a decisão para os pênaltis.  

O jogo ganhou contornos dramáticos. Lucas Silva perdeu o primeiro para o Cruzeiro e Ganso bateu errado na sequência.  Lucas Romero também não teve sorte e Caio Henrique não titubeou e fez o dele. Pedro Rocha também foi feliz na cobrança e o menino João Pedro a desperdiçou. Sassá garantiu a marca e tudo ficou nas mãos de Gilberto que, infelizmente, colocou a bola na trave. Thiago Neves foi o último a bater e com o tento feito sepultou garantiu a classificação do Cruzeiro e sepultou a chance do Fluminense avançar na competição.

Assim como toda a minha torcida, ansiei pela classificação e senti certa frustração com o final do jogo. No entanto, depois de assistir novamente os melhores momentos do duelo fui tomada por um sentimento de orgulho imenso diante da atuação aguerrida do meu Tricolor. O time mostrou muita coragem e bravura em campo e foi combativo até o último minuto.

Infelizmente, nosso Fluminense não tem um elenco tão forte quanto deveria e esse fator se agrava quando Diniz precisa escalar o time sem titulares importantes, como foi o caso. O técnico faz verdadeiro milagre com o plantel e mostra a cada jogo que seu estilo tático funciona mais e que é facilmente absorvido pelos jogadores. A tendência é ver o time cada vez melhor, mas o torcedor precisa ter paciência para colher os resultados, já que o trabalho de Diniz necessita de tempo para fazer a diferença.

O próximo desafio do Tricolor é o clássico contra o Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro, no próximo domingo (9), às 19h, no Maracanã.

“Pobre alma que carrega apenas o resultado”, Lucas Montello, Sobranada.

 

Carla Andrade