UMA NOITE HISTÓRICA NO DUELO DOS CAMPEÕES DA AMÉRICA

 

 

(Foto: Reprodução/Internet)

 

A história

 

Mesmo sem entrar em campo nesta quarta-feira (22), o Furacão já havia feito história fora dele. Foi a primeira partida da RECOPA, o duelo dos campeões da América, contra o gigante argentino River Plate, mas outros fatores deram cara de “histórica”, à data de 22 de maio de 2019 para os atleticanos.

 

Isso porque, neste mesmo dia, há 25 anos atrás, o Atlético (sem o H) retornava ao Joaquim Américo, depois de passar quase uma década mandando seus jogos no Pinheirão. Posteriormente, em 1999, foi inaugurada a primeira Arena e no jogo de inauguração, uma voz feminina entoou o hino mais bonito do Brasil: “Atlético, Atlético, conhecemos seu valor, e a camisa rubro-negra, só se veste por amor”. Foi impossível não ir às lágrimas quando, nesta noite do dia 22, nosso hino, além de ser tocado pela banda da 5ª divisão do Exército Brasileiro, foi novamente entoado por uma voz feminina que alcançou o mais fundo das nossas almas: o nosso orgulho atleticano.

 

Por fim, o mosaico colocou a cereja no bolo e reiterou que temos um objetivo, e ele se chama TAÇA! Então “Vamos, ó Meu Furacão, Vamos Lutar Por Mais Essa Taça”!

 

Os heróis

 

O que faz um herói? O que provoca nos torcedores esse sentimento de considerar homens comuns jogando futebol, verdadeiros heróis? Além da mística que envolve o momento, creio que o que faz um herói é a atitude.

Na noite de quarta-feira, o Athletico foi o herói, porque seria injustiça nomear apenas um integrante deste elenco como responsável único pelo show repleto de atitude, que o Furacão apresentou em campo.

Tivemos Marco Rúben, como um carrasco imperdoável dos próprios compatriotas, marcando o gol da vitória por 1 a 0. Rony correndo, escapando, segurando, girando e dando a assistência para o gol. O trio de ouro: Bruno Guimarães, dando caneta, tocando de trivela e mandando na meiuca, Renan Lodi fazendo o lateral do River suar para acompanhá-lo e quase marcando um golaço, e Léo Pereira, com toda segurança na zaga, sendo uma verdadeira muralha.

 

(Foto: Site Oficial do CAP)

 

Também Lucho González, nos fazendo prender a respiração logo nos primeiros minutos de jogo, quase marcando o primeiro em cima de seu ex-time e jogando de terno, tal qual Paulo André, cuja simples presença na zaga era o suficiente. Santos, correspondendo quando exigido. Jonathan que jogou o fino da bola e mesmo cansado no final, não deixou de mostrar sua importância e Wellington, cuja garra, força de vontade e espírito copeiro acompanha sempre.

Nikão: mesmo perdendo algumas boas chances de gol, sua entrega neste jogo nos revelou uma face do jogador talvez desconhecida por nós atleticanos até aqui: Nikão, você é guerreiro, dentro e fora de campo, e nem mesmo comentários racistas são capazes de te derrubar, porque tua força de vontade é teu norte.

Para fechar a lista, não poderia faltar o “técnico de guerra” Tiago Nunes, responsável pela estratégia, tática de jogo e principalmente por inflamar nos corações dos jogadores o sentimento e a vontade da vitória. Obrigada Tiago!

 

Com o gol de Marco Rúben, também ex-jogador do Millionarios - que fez valer a famosa Lei -, o Athletico escreveu mais um capítulo da sua história continental.

O duelo de volta, e finalíssima, será no dia 30 de maio, no Monumental de Núñez.

 

O repúdio

 

Nikão foi alvo de mensagens racistas de torcedores do River Plate nas redes sociais. O problema é - infelizmente - bastante recorrente na sociedade e, em sendo o meio futebolístico uma extensão integrante dela, nele não é diferente.

 

Cabe à todos nós repudiarmos toda forma de preconceito, a todo momento. Lembremos que alma não tem cor!

 

(Foto: Cassiane Camargo/Atleticaníssimas)

 

A nota

 

De modo especial, e por razões particulares, este será um jogo que lembrarei de todos os mínimos detalhes PARA SEMPRE, que contarei aos meus filhos e netos com todo  amor do meu coração.

Obrigada, meu Furacão!

 

Pra cima Atlético!

 

Daiane Luz