VAMOS DEIXAR DO JEITO QUE ESTÁ PARA VER COMO É QUE FICA

 

 

Estamos há poucos dias do início do Campeonato Paulista, e já estou de cabelo em pé com esse time do Santos. Até aqui, nenhuma novidade, já que uma das minhas especialidades é sofrer por antecipação.

Não é só a falta de contratações, tudo assusta. Tento me manter confiante e otimista, juro, mas parece que, pelo menos para os santistas, o ano de 2018 ainda não acabou. E é triste ver um clube que eu amo tanto nessas condições. Além de assistirmos outras equipes, rivais ou não, se estruturar para a temporada que se inicia, vemos também algumas peças indo embora, e outras ficando, insatisfeitos, em um lugar que parecem não querer estar.

Até onde é produtivo essa permanência? Até onde é válido manter esse jogador? Até onde foram ou vão os esforços dessa diretoria para formar um elenco decente para este ano? Somos o clube que mais perdeu jogador, dos onze titulares do ano passado, mais da metade recebeu proposta para sair. Os que ainda não foram, também não vêem como certa sua permanência no clube.

 

Li muitas especulações sobre a saída de Bruno Henrique, por exemplo, virou leilão, quem der mais leva. Estamos falando do que mesmo? Eu sei que tudo gira em torno do dinheiro, e futebol virou negócio. Ainda assim, é triste.

Se o clube não tem dinheiro para contratar, por que não aceitou a oferta de compra então? Não é disso que precisam?

Precisamos de reforços. Isto está claro! Por mais experiente, competente e elétrico que seja, Sampaoli, por si só, não fará milagres. Isto é, se não cansar das promessas não cumpridas e resolver abandonar o barco.

Junto todas as minhas forças, e crenças, e fé, para tentar ver um pouquinho de esperança que seja, afinal o ano nem começou.

Por falar em começos, nosso DNA ofensivo, de que tanto nos orgulhamos, nossa base, excelência em revelar talentos, berço de tantos craques, onde o raio cai inúmeras vezes sim, tudo isso ou nada disso, encanta mais. E os meninos, que deveriam ser o futuro ou a promessa de um Santos mais forte, caem na primeira fase da Copinha, diante de um clube sem grande expressão. E não estou desmerecendo o adversário, estou ainda assustada com o que estamos plantando hoje.

O que há de errado com o Santos? Gabriel, que me fez rir e chorar, amar e odiar em uma única partida, é um exemplo claro do descaso daqueles que deveriam zelar pelo clube. Não o critico, sou grata e desejo sorte nessa nova etapa. O problema está naqueles que “mandam”, se não fosse parecer paranóia da minha cabeça, diria que quem está para cuidar é um inimigo infiltrado tentando derrubar. Eu sei, parece loucura. Então vou apenas pensar que ele não tem noção do que está (não) fazendo.

Outra especulação é a chegada de um novo goleiro. Tenho imenso carinho pela posição, e, sem clubismo, para mim, Vanderlei é um dos melhores goleiros do país, porém tem suas limitações, e talvez há dúvidas sobre sua capacidade em defender a meta alvinegra. Mas temos outras prioridades em contratações, não? Sério que vamos começar pelo goleiro?

Enquanto isso…

Minha pontaria é excelente! Se miro no peito, acerto a canela, isso se tiver muita sorte. Nas últimas semanas me identifiquei um pouco mais com meu time, o que li de manchete com a frase “Santos mira” fulano, sicrano, atacante não sei das quantas, meia não sei de onde, e por aí vai. Não preciso dizer que não acertou nenhuma, não é?

Ahhh, mas nem tudo é reclamação, vai. Chegou Soteldo, que eu prefiro não comentar porque não boto fé e vou torcer para queimar a língua.

 

Precisamos arrumar a casa, e quanto antes melhor. A instabilidade dentro e fora de campo, essa nuvem de insatisfação que paira sobre nossas cabeças e não faz bem a ninguém me deixa um pouco mais incrédula e triste. Minha ansiedade agradece, se puderem agir logo.

 

Por Andra Jarcem, com o Santos onde e como ele estiver.