VEM TRANQUILA, LIBERTADORES!

Antes de começar este pós jogo eu preciso fazer um pedido ao Sport Club Internacional “Meu querido, eu não tenho mais saúde para passar por isso, tu te vira, mas começa a fazer gol fora de casa, criar uma vantagenzinha, obrigada.”

 

(Foto: Ricardo Duarte)

 

Quarta-feira, vinte e seis de fevereiro de dois mil e vinte, vinte e uma horas e trinta minutos, Internacional x Deportes Tolima.

Depois de um empate em 0x0 na casa dos colombianos, tudo ficou para ser decidido no Gigante da Beira Rio. O torcedor Colorado, que já vem um pouco calejado com está história de "em casa a gente conversa", mesmo acreditando no time, tinha seus pezinhos bem no chão.

Gaúchos e colombianos entraram em campo em um jogo onde empates classificavam os times, mas em situações diferentes: Os gaúchos não poderiam levar gols, já os colombianos estavam na Libertadores 2020 com qualquer empatezinho em que as redes fossem balançadas.

Eduardo Coudet seguiu com suas convicções quanto à formação do time, e as principais “impaciências” do torcedor, o jovem Bruno Fuchs e o conjunto Musto + Lindoso entraram em campo.

Foi um jogo de cá e lá, com alguns erros de ambas as equipes, tentativas, mas nada da rede balançar, o que foi deixando a torcida colorada impaciente.

Aos 39’, Rodrigo Lindoso foi substituído por Marcos Guilherme que agregou muito em velocidade e transição do jogo. El Chacho não é o tipo de técnico que morre abraçado a sua ideia, e consequentemente nos leva junto.

Já nos acréscimos da primeira etapa, o gol veio de uma bola que saiu lá da defesa, de Bruno Fuchs, passou pelo meio campo e chegou à ele, D’Alessandro. Genial, D’Alessandro maestro tirou para dançar uma zaga inteira. Como em um tango desenhado na área adversária com o talento do maior dos camisas 10, a bola bailou carinhosamente nos pés do argentino e foi servida como quem entrega com as mãos um presente muito especial para Paolo Guerrero. Este, se andava de birra com as redes, fez as pazes no momento exato.

 

(Foto: Ricardo Duarte)

 

Na etapa final, aos 15”, D’Alessandro recebeu o segundo amarelo e foi expulso. Internacional com 10 jogadores em campo. Mas foi naquele exato instante que a torcida fez-se ainda maior. Se não tínhamos 11 jogadores em campo, fora dele havia 35 mil vozes, 35 mil corações que conduziam a bola por cada passe, por cada lance, por cada cruzamento, por cada defesa.

Com um a menos, o time teve que impor intensidade, e o fez muito bem. Se impôs, buscou a bola, criou chances, mas como o torcedor colorado tem um teste cardíaco por partida, desta vez não seria diferente. Na finaleira do jogo o Tolima veio para o tudo ou nada, respirou fundo, pegou o último fôlego e cresceu. 

Aos 47”, Marcelo Lomba fez a defesa mais difícil e mais importante da partida. Era tomar um gol ali, e a Libertadores ficaria somente nos nossos sonhos. Mas ele tava lá. O camisa 12 foi perfeito, salvou o Colorado e os nossos corações que estavam a ponto de parar. 

O Internacional fez o jogo mais complicado do que deveria, com todo o respeito ao adversário, venceu, mas é fato que precisa jogar mais.

Martírio pago pelos erros cometidos em 2019 e pelos pontos idiotamente perdidos na temporada, Grupo E, aí vamos nós!

 

(Foto: Ricardo Duarte)

 

A vitória colorada e sua classificação dão o pontapé para algo histórico na competição, pois já nos aguardam no Grupo E América de Cali, Universidad Católica e Grêmio.

Sim, nós teremos o maior clássico da Terra na competição mais sanguinária. Seja o que Deus quiser!!!

De torcedora para torcedora, Jéssica Salini


 

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não representam, necessariamente, a opinião do Blog Mulheres em Campo