VITÓRIA NOBRE, MAS AMARGA

 

Corinthians vence e convence, mas não consegue a classificação na pré-Libertadores

 

Esse não será um texto com análise de jogo, pelo contrário. Não quero falar sobre estatísticas, quero falar sobre momento, sobre trabalho e sobre o que foi visto ontem em Itaquera. O futebol, por vezes, é injusto e em uma competição como a Libertadores, para times brasileiros, ele costuma ser injusto e meio. Ainda que o sentimento não seja ruim, é inevitável sentir um nó na garganta por saber que nossa parte foi feita e não foi suficiente.

 

(Foto: Reprodução/Reuters)

 

Mais de 40 mil alvinegros se deslocaram de suas casas na noite de quarta-feira (12), em um dos piores horários de jogos que existem no futebol mundial, para apoiar e mostrar o que a gente sempre soube: O Corinthians é uma torcida que tem um time. Começo falando da torcida justamente por acreditar que ela é o principal elo dessa corrente. O Corinthians é gigante por si só, mas não seria nada sem sua torcida que canta, apoia, grita, incentiva e demonstra amor nos 90 minutos e depois deles também. O time ontem foi carregado nos braços pela atmosfera criada por cada coração alvinegro que batia naquelas arquibancadas e fora delas.

 

Em campo, aconteceu o que era esperado. Com a exceção de Sidcley no lugar que deveria ser de Piton desde o início, Tiago Nunes soube escalar bem o time e direcionar o que deveria ser feito. Foi um bom jogo. Desde o momento inicial até o último segundo, o Timão foi ofensivo, não deixou a peteca cair e impôs todo o respeito de um time que está jogando em casa e tem uma camisa de peso. O gol logo no início, feito por Luan aos 9 minutos, acendeu a chama e trouxe ainda mais força à equipe. Nem mesmo a expulsão boba de Pedrinho (temos que admitir, faltou maturidade e malícia), aos 29, foi capaz de segurar a garra de um time que claramente queria a classificação. A maior prova disso veio com o segundo gol, aos 32, feito por Boselli.

 

O problema maior aconteceu no segundo tempo, aos 7 minutos, em um lance quase idêntico ao que deu o gol da vitória no jogo de ida ao Guaraní: falta não marcada em cima de um jogador do Corinthians, falta marcada erroneamente para o Guaraní na sequência e gol. Não dá para deixar passar batido o quanto errou a arbitragem das duas partidas. Nestor Pitana, árbitro da final da Copa do Mundo de 2018, conhecido mundialmente, foi pífio e completamente injusto na arbitragem da partida desta quarta-feira. Não só no lance do gol, como em tantas outras faltas não dadas e cartões distribuídos sem critério. Sabemos que brasileiro na Libertadores é sempre prejudicado, mas ainda é revoltante ver esse tipo de coisa que não é normal e não deveria ser encarada dessa forma. O espírito de Carlos Amarilla esteve vivo em Itaquera neste dia 12 de fevereiro.

 

(Foto: Reprodução/Reuters)

 

Com 2x1, a regra do gol fora deu, injustamente, a classificação ao Guaraní, um time que não se apresentou em campo e foi completamente massacrado por um adversário que não desistiu até o apito final. O desespero foi característico do sofrimento Corinthiano, mas deu orgulho de se ver. Não teve uma bola desperdiçada, um chute a gol que não tenha sido tentado, uma disputa que tenha sido entregue. Vimos Gil de centroavante, Cássio quase no meio de campo e Fagner deixando a alma em cada roubada de bola. O Corinthians lutou com garra até o final e foi perfeito em campo. 

 

Ainda que a eliminação seja dolorida, sabemos das condições da nossa equipe. Com Tiago Nunes há apenas um mês no comando, novos jogadores chegando, grandes peças saindo, prefiro acreditar que estamos em um bom caminho e que algo bom está se construindo. Há tempos eu não via um Coringão tão ofensivo, raçudo e consistente e isso se deve, com certeza, à mudança de filosofia promovida pelo novo treinador. Saber cair é uma qualidade de gigantes.

 

Quanto à Conmebol e sua arbitragem sempre duvidosa, deixo aqui meu mais profundo lamento. Vai continuar sendo várzea enquanto deixar que erros grotescos e absurdos prejudiquem equipes que venceram na bola.

 

Fiel, o Corinthians é de vocês! Orgulho, amor, carinho e respeito por essa torcida e pelo tanto que sustenta esse time.

 

O próximo desafio do Timão é contra o rival do Morumbi, no próximo domingo (16), fora de casa.

 

Eu nunca vou te abandonar, porque eu te amo!

 

Por Victória Monteiro, maloqueira e sofredora, graças a Deus

 

*O conteúdo expresso nesta coluna não reflete, necessariamente, a opinião do Blog MEC.